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Haddad cria categoria de "táxi por aplicativo"; Uber é contra regulamentação

Por| 08 de Outubro de 2015 às 16h18

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Haddad cria categoria de "táxi por aplicativo"; Uber é contra regulamentação
Haddad cria categoria de "táxi por aplicativo"; Uber é contra regulamentação
Tudo sobre Uber

Após muita discussão e protestos, o prefeito Fernando Haddad sancionou na tarde desta quinta-feira (8) a lei que, na prática, regulamenta o uso do Uber na cidade de São Paulo.

Para isso, o secretário Rodrigo Pirajá anunciou a criação de uma nova categoria de transporte na cidade: o táxi por aplicativo. Serão cinco mil alvarás num primeiro momento, sendo 25% deles reservados para mulheres e disponibilizados com prioridade para os que já trabalham no ramo. Esse serviço não poderá circular nas faixas exclusivas e o preço da corrida poderá ser até 25% superior ao do táxi comum.

As tarifas terão um valor máximo, e o motorista ou a empresa usarão o valor que quiserem desde que não ultrapassem o teto permitido. O novo modelo não terá taxímetro e a cobrança será realizada pelo próprio app. Além disso, a Prefeitura vai criar uma licença especial com valor que será definido posteriormente. Esse valor deverá ser parcelado e o valor pago mensalmente deverá ser menor que o pago atualmente pelos taxistas.

Pirajá também destacou que a nova categoria não vai concorrer com os táxis chamados nas ruas. O edital será lançado em até 60 dias e os alvarás serão sorteados pela Caixa Econômica Federal entre aqueles que manifestarem interesse e já possuírem o Condutáxi – habilitação para prestar o serviço de táxi.

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Protestos

Taxistas protestaram em frente à Prefeitura de São Paulo e fecharam o Viaduto do Chá. (Foto: Juliana Pinheiro para o Canaltech)

Contra a aprovação de uma nova lei com o objetivo de regulamentar o Uber em São Paulo, um grupo de taxistas protestou em frente à Prefeitura de São Paulo, na região central da cidade, onde o prefeito Fernando Haddad anunciou as medidas necessárias para que o aplicativo e outras ferramentas de transporte particular funcionem na metrópole.

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Os manifestantes se reuniram por volta das 13h20 em um protesto pacífico. Contudo, desde as 14h30, os taxistas bloquearam os dois sentidos do viaduto do Chá. Nesse mesmo horário, o tumulto se agravou depois que os taxistas impediram a entrada do público e da imprensa na prefeitura, além de terem agredido uma equipe de reportagem da TV Globo — um cinegrafista da emissora levou um soco e uma rasteira.

Manifestantes levaram camisetas e balões contra o Uber. (Foto: Juliana Pinheiro para o Canaltech)

Um grupo de taxistas também impediu que servidores municipais que voltavam do almoço entrassem no prédio. A Polícia Militar foi acionada para reforçar a segurança no Viaduto do Chá. De dentro do edifício, na Rua Doutor Falcão Filho, era possível ouvir cornetas e fogos de artifício vindo dos manifestantes. A Prefeitura teve de fechar os portões da entrada principal para conter os protestos. Os taxistas estão com camisetas, bandeiras e balões com frases contra o Uber.

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Contra o App

Uma emenda introduzida pela prefeitura na última votação determinou que a administração fizesse estudos para aprimorar a legislação de transporte individual de passageiros e a compatibilização de novos serviços e tecnologias. O Projeto de Lei 349/2014 é de autoria do vereador Adilson Amadeu (PTB). Ele foi aprovado em segunda votação com 43 votos a favor, três contra e cinco abstenções.

Uber não aceitou a regulamentação

A assessoria de imprensa da Uber entrou em contato com o Canaltech e emitiu a seguinte nota:

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Mesmo com mais de 900 mil e-mails enviados pela população de São Paulo, o Prefeito Haddad sancionou o PL 349/2014, que é notoriamente inconstitucional.

A Prefeitura anunciou hoje em coletiva de imprensa que será publicado um decreto que a obriga a regulamentar novos serviços de transporte individual de utilidade pública em um prazo de 60 dias, em linha com a Política Nacional de Mobilidade Urbana - PNMU (Lei Federal 12.587/2012). Como os motoristas parceiros da Uber prestam o serviço de transporte individual privado previsto na PNMU, a Uber aguarda essa regulamentação municipal. Enquanto isso, a Uber segue operando normalmente em São Paulo.

O decreto prevê ainda a criação de uma nova categoria de taxis na cidade, os taxis pretos. Vale esclarecer que a Uber reafirma que não é uma empresa de taxi e, portanto, não se encaixa em qualquer categoria deste tipo de serviço, que é de transporte individual público.

Fontes: Folha de S. Paulo, G1, InfoMoney, O Estado de S. Paulo, Último Segundo