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YouTube ameaça youtubers que não concordarem com serviço de assinaturas

Por| 22 de Outubro de 2015 às 11h44

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YouTube ameaça youtubers que não concordarem com serviço de assinaturas
YouTube ameaça youtubers que não concordarem com serviço de assinaturas
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Se as preocupações sobre divisão de receitas e assinantes já eram complicadas na tarde desta quarta-feira (22), a informação de que os criadores não teriam opção veio para acrescentar ainda mais lenha na fogueira do YouTube Red. Após várias denúncias e comentários negativos, o Google confirmou que os produtores de vídeo que não concordarem com as regras de seu novo serviço de assinatura terão seus trabalhos removidos da rede.

É uma manobra pouco discutível, mas que, segundo a companhia, faz sentido quando se leva em conta que a oferta é “consistente”. Além disso, a plataforma explica que nem todos são elegíveis para inclusão no Red – grandes produtores e canais com bastante tração devem aderir a ele, enquanto usuários pessoais, por exemplo, nem mesmo terão que se incomodar com isso por não fazerem parte dos planos.

Apesar da ofensiva, Robert Kyncl, diretor de negócios do Google, garantiu que “a grande maioria” dos principais criadores de conteúdo já se uniram à novidade e a expectativa é que 99% dos elegíveis a participar do YouTube Red efetivamente entrem nessa onda. Ao mesmo tempo, porém, não é como se eles tivessem tanta escolha assim, já que negar essa proposta significaria desaparecer para sempre da rede.

Essa é uma estratégia que, inclusive, já foi adotada antes pelo Google. Quando lançou seu serviço musical, por exemplo, o YouTube já foi acusado de forçar os criadores a aderirem à plataforma. Porém, na época a questão foi considerada um pouco pior, já que os contratos incluíam tempo de permanência, exigências técnicas quanto às canções hospedadas e também cláusulas relacionadas ao licenciamento delas e de vídeos hospedados por terceiros.

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Tais questões não entram em voga no caso do YouTube Red, mas não é como se os criadores não estivessem preocupados. A principal questão agora é a maneira como o Google vai dividir os lucros oriundos das assinaturas, que custarão US$ 9,99 por mês. O valor é de cerca de R$ 39 em conversão direta, mas preços e data de lançamento para o Brasil ainda não estão disponíveis.

A empresa não entrou em detalhes sobre isso, falando, mais uma vez, que a “maioria” do montante pago pelos usuários será dividido com os criadores, mas sem falar em porcentagem. Kyncl, porém, disse que um dos métodos usados para cortar esse bolo será o tempo de visualização - então quem produz vídeos mais longos pode acabar tendo vantagens em relação aos produtores de clipes menores. Hoje, o programa de parcerias de monetização do YouTube paga 55% de toda a receita obtida com anúncios aos responsáveis pelos vídeos, um valor considerado extremamente baixo em relação a outras opções como o Spotify (70%) e o Apple Music (71%).

Por enquanto, são muito mais perguntas e preocupações do que respostas concretas. O YouTube Red chega na próxima semana aos usuários americanos e algumas destas soluções devem aparecer nas semanas ou meses seguintes. Como muitos acabaram sem opção a não ser aderirem ao serviço, a torcida é para que tudo corra bem, mesmo que a contragosto.

Fontes: TechCrunch, The Next Web