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Por que mudar para o Linux, parte 1

Por| 28 de Dezembro de 2015 às 14h00

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Por que mudar para o Linux, parte 1
Por que mudar para o Linux, parte 1

Entender “Linux” como um sistema operacional único é tão reducionista quanto encaixar um Fusca e um Camaro em apenas uma categoria “carro”, já que há centenas de versões diferentes por aí. Todas as distribuições disponíveis, também conhecidas como distros, usam alguma versão do kernel Linux, contando com centenas de milhares de desenvolvedores espalhados para melhorar o código e corrigir erros prontamente, o que faz com que a plataforma continue a ter tanta relevância no mercado.

Mas afinal, por que usar Linux? O que a plataforma tem de tão legal a ponto de valer a pena ter o trabalho de aprender a mexer em um novo sistema, em detrimento ao Windows ou o OSX? Separamos as principais vantagens para quem está disposto a passar por esse processo, destacando os pontos que nos fazem gostar do Pinguim até hoje. E, claro, não deixamos de mencionar os possíveis problemas que o usuário pode enfrentar na conclusão.

É fácil de usar

Para muitos, as distros Linux ainda passam aquela imagem intimidadora de sistema operacional voltado para usuários experientes, como programadores e administradores de sistema. A famosa tela preta, sem interface gráfica, já se tornou um conceito do passado, mas ainda há uma aura de dificuldade em aprender a utilizá-lo. Sim, claro, há algumas distros que realmente exigem um conhecimento mais avançado, já que foram desenvolvidas para cenários específicos, mas a grande maioria é mais simples de usar do que as pessoas imaginam.

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Independentemente da distribuição Linux, basta entrar no menu de configuração do sistema, equivalente ao painel de controle do Windows, para perder a ideia de que é difícil de usar.

Vale ressaltar que o famoso Terminal é opcional para usar o sistema na maioria das distribuições. O Ubuntu e o Linux Mint, por exemplo, possuem um kit de administração completo com interface gráfica (GUI) na instalação padrão, inclusive com lojas próprias que automatizam a instalação de diversos programas, sendo um processo mais simples e rápido do que fazer o mesmo com o Windows, já que é bastante raro precisar de um programa que não esteja presente nos repositórios oficiais.

É automatizado

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Quem já fez uma instalação “limpa” do Windows sabe que não é um processo rápido. A parte do sistema operacional é até rápida, mas a coisa não para por aí. Depois de instalar o Windows e passar horas atualizando-o, chega a parte dos drivers, que devem ser devidamente baixados e instalados um por vez (alguns fabricantes, como a Samsung, automatizam isso com uma central unificada, o que não chega a diminuir o tempo total).

Depois, hora dos programas, começando pelo navegador. Ainda bem que a Microsoft oferece o Internet Explorer, um portal utilizado para escolher um navegador de verdade. O Edge melhorou muita coisa no Windows 10, mas ainda está longe de se comparar ao Chrome ou o Firefox. Em seguida, os programas essenciais, como suítes de escritório, e depois os utilitários, como gravadores de DVD, ferramentas, como o Ccleaner, Antivirus, e assim por diante.

Um dos maiores trunfos das distros Linux é o sistema de atualização, que atualiza não só o sistema, mas também programas e drivers em uma interface única.

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Um cenário completamente diferente do que acontece com o Ubuntu, Linux Mint ou Fedora, que já trazem todos esses programas pré-instalados e um gerenciador de atualizações de causar inveja. O mais bacana é que os gerenciadores de atualização das distribuições Linux atualizam tudo, dos drivers (tanto os livres quanto os proprietários) ao sistema e os programas instalados, enquanto as atualizações do Windows atualizam somente o Windows. Quando muito, os programas fabricados pela Microsoft.

É bonito

É fácil notar a evolução da qualidade e do visual das interfaces gráficas das distribuições do Linux em pouquíssimo tempo. Inclusive, há uma enorme variedade disponível, indo desde as minimalistas como a LXDE (e que exigem pouquíssimo desempenho para funcionar) até versões 3D extremamente elaboradas como o Unity (presente no Ubuntu e que exige um bom desempenho por parte da placa de vídeo). Aliás, não é necessário ficar “preso” com a interface padrão de determinada distro, já que é possível instalar outras.

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O Unity, interface padrão do Ubuntu, tem um visual bastante refinado, mas exige um desempenho gráfico superior.

Já o LXDE usa uma combinação de textos e gráficos 2D, ideal para computadores antigos e interferindo muito pouco no processamento da máquina.

Uma das que mais gostamos é a Cinnamon, presente por padrão no Linux Mint, que esconde uma versatilidade fora do comum e uma robustez digna de inveja por trás de um visual aparentemente simples. Ou mesmo o MATE, que pode ser interpretado como uma versão simplificada do Cinnamon, capaz de rodar bem até em máquinas antigas com com baixo poder de processamento. Esse é um diferencial que as distribuições Linux causam até estranheza para quem usa o Windows ou o OSX, onde o fabricante escolhe a interface para você.

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Na versão 5, o KDE sofreu uma mudança radical no visual, mas mantendo o poderoso conjunto de software presente na interface (KDE apps).

O GNOME 3 foi pensado em produtividade, sendo relativamente leve e focando em uma experiência de uso otimizada para quem usa várias áreas de trabalho.

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Ou mesmo o KDE, que mudou completamente o visual na versão 5 em favor de uma versão mais polida, mas sem deixar de lado os apps exclusivos. O Fedora, por exemplo, vem com o Gnome 3, que faz uso de uma boa quantidade de efeitos 3D sem penalizar tanto a configuração, voltado para usuários que prefiram trabalhar com várias áreas de trabalho virtual de forma transparente, algo que o Windows só passou a adotar no Windows 10, e, ainda assim, de uma forma bem simplista se comparado à maioria das interfaces disponíveis para Linux. Isso para mencionar somente algumas, já que há dezenas de versões disponíveis gratuitamente.

É grátis

Em um mundo ideal, usuários poderiam escolher o sistema operacional na hora de comprar um computador novo, em especial notebooks. Por alguma aberração jurídica, porém, quase todos os modelos são vendidos com o Windows pré-instalado sem ser grandes questionamentos sobre venda casada, o que explica a grande fatia de mercado da Microsoft.

Sim, é possível exigir o valor de licença do Windows de volta com diferentes graus de burocracia, dependendo do fabricante, mas isso é mais um paliativo do que propriamente uma solução. Já imaginou como seria a distribuição de sistemas operacionais se as pessoas soubessem o valor exato de uma licença do Windows, sem estar escondido no preço final do produto?

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Esse é o principal motivo de muitas pessoas acreditarem que não pagaram pelo Windows, que está longe de ser barato, e diminuir a importância do que o “grátis” das distribuições Linux. Não somente o sistema operacional, mas quase a totalidade dos programas inclusos. Não há pirataria, roubo ou promoções: basta escolher a distribuição que quiser, baixar e instalar, o mesmo valendo para os programas.

Mais do que manter a consciência livre, afinal não há nada de ilegal no processo, é uma questão de poder contar com o sistema. Sem entrar na questão de pirataria, já que muitos consideram softwares crackeados como gratuitos, dada a simplicidade de fazê-lo (algo como “ué, eu posso baixar o Windows, o Office, todos os softwares da Adobe e até mesmo meu antivírus favorito 'gratuitamente' no Pirate Bay”), o usuário tem acesso a um sistema e um conjunto de programas que ele pode usar sem problemas.

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Muitos confundem o conceito de software livre com programa gratuito, e embora esse não seja sempre o caso, as exceções são bastante raras. Com exceção de nichos específicos, com altos graus de especialização, é difícil encontrar alguma limitação em grande parte das tarefas que não sejam atendidas nas distribuições Linux. Do Blender ao GIMP e do Lightworks ao Inkscape, há sempre um substituto válido.