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60% das mulheres no mercado de tecnologia já sofreram algum tipo de assédio

Por| 11 de Janeiro de 2016 às 19h50

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60% das mulheres no mercado de tecnologia já sofreram algum tipo de assédio
60% das mulheres no mercado de tecnologia já sofreram algum tipo de assédio

Um panorama sombrio sobre a indústria de tecnologia, mais precisamente no Vale do Silício, foi traçado pelo levantamento Elephant in the Valley, publicado nesta segunda-feira (11). De acordo com as pesquisadoras Trae Vassallo e Michele Madansky, cerca de 60% das mulheres em cargos sêniores nesse segmento já sofreram algum tipo de assédio sexual, sendo que dois terços destes casos foram praticados por superiores diretos.

Um dado complementar torna as coisas ainda piores. Segundo a pesquisa, 39% das mulheres a sofrerem esse tipo de assédio não fizeram nada a respeito por medo de represálias, enquanto entre as que fizeram, 60% se mostraram insatisfeitas com os resultados da denúncia. É uma informação que ecoa a outro aspecto do mesmo estudo: a porcentagem de 66% de funcionárias que alegam terem sido deixadas de lado em reuniões, oportunidades de negócios ou networking apenas por causa de seu gênero.

De acordo com as responsáveis pelo estudo, a iniciativa surgiu depois do caso Ellen Pao, que entrou na justiça contra a empresa de investimentos Kleiner Perkins Caufield & Byers justamente por causa de discriminação de gênero. Vassallo, uma das autoras do estudo citado, foi uma das testemunhas no processo cuja disputa gerou muitas discussões e acabou motivando outros processos contra companhias como o Twitter e Facebook, além de ter chamado a atenção para a questão.

Toda a discussão também gerou impacto sobre algumas práticas consideradas comuns durante processos de contratação e promoção no Vale do Silício. 75% das entrevistadas para o Elephant in the Valley, por exemplo, alegaram já terem sido questionadas quanto a relacionamentos, vida familiar e filhos – ou um possível desejo de tê-los – em movimentos desse tipo. 88% das participantes também afirmaram terem visto colegas dirigindo questionamentos a funcionários do sexo masculino sobre assuntos que deveriam ser endereçados a elas.

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Para as autoras, esse tipo de movimento é um dos principais responsáveis pela fuga de gente capacitada do mercado de tecnologia e, mais do que isso, um impedimento para que mais mulheres persigam tais carreiras. Na visão de Vassallo e Madansky, a questão é simples: “quando os homens se comportam mal perante mulheres, são elas que saem”. E está aí o grande nó que pesquisas como essa devem começar a desatar.

Fonte: Recode