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Fim da linha: após prejuízo e demissões em massa, venda do Yahoo é inevitável

Por| 04 de Fevereiro de 2016 às 10h52

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Fim da linha: após prejuízo e demissões em massa, venda do Yahoo é inevitável
Fim da linha: após prejuízo e demissões em massa, venda do Yahoo é inevitável
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Depois que Marissa Mayer anunciou nesta terça-feira (2) os planos para reestruturar o Yahoo!, analistas do mercado de tecnologia já dão como certa a venda da divisão de negócios de internet da empresa - algo que a presidente executiva da companhia insiste em negar ou recusa-se a comentar.

Em comunicado enviado à imprensa e acionistas, o Yahoo! disse que está "explorando alternativas estratégicas adicionais, em paralelo à execução do plano de gerenciamento". Para Wall Street, esta é uma forma da companhia dizer que "está se colocando à venda", uma vez que os resultados financeiros desastrosos do último trimestre do ano passado parecem ter fechado ainda mais o cerco para o Yahoo! se desfazer de seus serviços online, entre eles o buscador web.

A própria Marissa Mayer admitiu que o plano é fazer "mudanças significativas em produtos e recursos", mesmo que isso signifique abandonar as estratégias desenvolvidas por ela mesma - e duramente criticadas por acionistas - para contenção de custos. Neste caso, a ideia seria a criação do que executivos de alto escalão têm chamado de "rotação reversa", na qual seria criada uma empresa de capital separada dos negócios do Yahoo! e alinhada com sua filial japonesa, uma das mais lucrativas da companhia.

No entanto, vender o Yahoo! agora que a entidade se afundou em dívidas pode não ser uma tarefa fácil. Anteriormente, Microsoft, Verizon e outras corporações tentaram adquirir a companhia, que recusou todas as ofertas. Apesar do Yahoo! não ter a mesma popularidade que tinha no começo dos anos 2000, quando fez fama com seu buscador frente ao Google, algumas dezenas de empresas ainda podem manifestar interesse na negociação. Uma das soluções apontadas por analistas de mercado é a fusão do Yahoo! com a AOL, comprada pela Verizon em 2015, algo que poderia dar um impulso na receita de publicidade da operadora norte-americana.

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Outra questão que pode dificultar um acordo de venda ou fusão da empresa do Vale do Silício são polêmicas envolvendo a CEO Marissa Mayer. Desde que foi nomeada presidente em 2012, a executiva adquiriu mais de 20 empresas - muitas delas sequer parecem ter sido implementadas nos serviços do Yahoo!. O Tumblr, por exemplo, foi comprado em 2013 por US$ 1,1 bilhão e, de lá para cá, não sofreu nenhuma mudança muito significativa.

Não bastasse ter investido tanto na compra de outras startups e não obter grandes retornos, Mayer também é criticada pelos acionistas por supostos gastos supérfluos. Entre eles estariam os supostos US$ 7 milhões da festa de fim de ano da empresa, além de US$ 450 milhões em gastos com alimentação ao longo de quatro anos e outros US$ 3 milhões no evento do Met Ball Gala. Tudo isso teria despertado a fúria do conselho administrativo e executivo do Yahoo!.

Embora a empresa esteja aberta a explorar as tais "alternativas estratégicas adicionais", tudo indica para a venda ou fusão com outra gigante do mundo da tecnologia. Mas ainda é cedo para destacar potenciais compradores, já que esse possível alerta vermelho emitido pela empresa aponta que seus planos estão em fase preliminar. O foco agora seria convencer acionistas de que os negócios do Yahoo! ainda são rentáveis para conseguir um valor sólido e direto numa eventual negociação. Resta saber se Marissa Mayer acatará com a decisão ou continuará adiando o que, de uma forma ou outra, é inevitável.

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Com informações do

The New York Times