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Afinal, qual é a hora de trocar de smartphone? (parte 1)

Por| 13 de Fevereiro de 2016 às 14h45

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Afinal, qual é a hora de trocar de smartphone? (parte 1)
Afinal, qual é a hora de trocar de smartphone? (parte 1)

Afinal, qual é a hora de trocar de smartphone? Existe um prazo ideal de troca ou o próprio aparelho começa a apresentar sinais de que ele já cumpriu o seu propósito? Entre lendas urbanas, altos investimentos em marketing e obsolescência programada, há muito consumidores que acabam trocando de modelos com cada vez mais frequência, muitas vezes antes do que seria recomendado; ou muito tempo depois, o que acaba causando frustração ou mesmo abrindo possibilidades para acidentes. Não raro, vemos consumidores afirmando que estão dispostos a investir alto em um modelo “para ficar vários anos com ele”, o que acaba não se mostrando verdade, já que há grandes chances de certos modelos durarem menos do que as expectativas.

O contrário também é válido, no caso de modelos muito baratos. A verdade é que é praticamente impossível dimensionar quanto tempo um smartphone funcionará sem apresentar problemas, mas há sintomas que ajudam a prever quantos meses de vida ele ainda tem, e separamos os principais deles neste artigo, começando pelo mais óbvio.

Bateria

Ainda que esteja longe de ser o principal sintoma, é, sem dúvidas, o mais importante. Empresas gastam bilhões em publicidade estimando a autonomia de bateria de seus modelos (sempre de forma positiva, é claro). Mas propagandas bonitinhas não interferem nas características físicas da bateria, muito menos em quanto tempo ela durará na mão de diferentes usuários, já que dizer em keynotes que certo modelo “fica um dia inteiro de uso fora da tomada” coloca todos em uma mesma cesta, considerando que todos, absolutamente todos, usam exatamente os mesmos apps da mesma forma.

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Por exemplo, a Apple garantindo “um dia inteiro de uso” para os iPhones já se mostrou pura bobagem há um bom tempo. Não raro, usuários carregam seus aparelhos duas ou três vezes por dia e, considerando a quantidade de usuários que fazem isso, esse suposto usuário considerado pela Apple realmente não existe. Até mesmo os modelos que chegaram ao mercado com a proposta de ficar dois dias fora da tomada podem deixar o usuário na mão antes do primeiro dia acabar, já que mesmo o melhor gerenciador de bateria tem dificuldade de lidar com uso intenso.

Isso acontece pois passamos cada vez mais tempo usando nossos smartphones, usando-os para tarefas que há alguns anos normalmente faríamos em um notebook ou tablet. Afinal, são aparelhos que ficam 100% do tempo ligados e estão sempre conosco, e poucas coisas na vida são capazes de competir com a conveniência. A capacidade de bateria não aumentou proporcionalmente à intensidade de uso dos smartphones, então grande parte das pessoas carrega seus aparelhos pelo menos duas vezes por dia, o que acaba degradando sua saúde com mais rapidez.

Na prática, isso significa que as baterias acabam perdendo o fôlego em uma velocidade maior do que as projeções (otimistas) dos fabricantes. A cada recarga perde-se um pouco de capacidade. Pouca coisa por vez, mas significante a longo prazo. Por exemplo, quem carrega o aparelho duas vezes por dia o terá feito pelo menos 700 vezes em um ano, e mesmo que a longevidade das baterias de íons de lítio (as mais comuns) tenha aumentado bastante nos últimos anos, é um número considerável. Muitos fabricantes estimam que suas bateriam aguentem até 1000 ciclos de carga, o que significa cerca de 1,5 de uso na matemática acima.

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Essa garantia significa que, depois de 1000 recargas, a bateria será capaz de manter 80% de sua carga, o que é diferente de uma bateria viciada. Quando uma bateria “vicia”, passa a descarregar com poucas horas de uso, o que acontece quando ocorreu algum defeito interno, um sinal de que está na hora de trocá-la (se possível) ou comprar outro aparelho, já que a partir daí é ladeira abaixo. Muitas vezes não percebemos isso imediatamente, pois é um degradação que acontece de forma progressivamente lenta, mas é quando, involuntariamente, começamos a procurar promoções de smartphone na internet.

A verdade é que os fabricantes sabem disso, uma forma subliminar de obrigar o usuário a comprar um smartphone novo, já que a troca de bateria de alguns modelos é tão cara que vale mais a pena comprar um modelo novo. Ainda que não seja uma regra geral, smartphones potentes com bateria pequena estão fadados a causar dor de cabeça em menos de dois anos. O usuário acaba trocando de modelo não por falta de desempenho, mas sim para pegar um modelo novo “zerado” com todos os novos recursos. Considerando que o consumo energéticos dos SoCs aumentou muito mais do que a autonomia de bateria, fica fácil de entender o motivo de que mesmo quem investe alto em um top de linha recente “para ficar vários anos” acaba comprando um modelo novo muito antes do previsto.

Sacanagem dos fabricantes ou não, o fato é que, no melhor dos cenários, a bateria é o primeiro componente que vai deixar você na mão. Esperar que um smartphone dure vários anos de uso intenso é uma perspectiva erroneamente otimista. E, na prática, um iPhone que custa quase R$ 5.000 durará quase o mesmo de um modelo de entrada de R$ 400, mantidas as mesmas condições de uso – e, claro, sem acidentes no meio do caminho. Mas há um segundo sinal, normalmente relacionado ao primeiro, que potencializa a troca: o aquecimento excessivo dos aparelhos atuais.

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Aquecimento

Smartphones avançados recentes esquentam excessivamente, especialmente se comparado aos tops de linha de algumas gerações atrás. Os motivos são, novamente, estritamente físicos, uma combinação de SoCs cada vez mais potentes, resoluções de tela cada vez maiores e designs cada vez mais finos. Resumidamente, mais calor gerado e menos espaço para dissipá-lo, já que a proposta dos fabricantes é oferecer duas propostas opostas de uma vez só, em especial pelo fato de a refrigeração dos smartphones ser completamente passiva, não havendo um componentes para expulsar o calor de dentro do modelo.

Há alguns casos célebres, como o Xperia Z3+ da Sony (Xperia Z4 internacional), mas o fato é que praticamente todo top de linha superaquece, em maior ou menor grau. Muitos enxergam seus aparelhos esquentando como algo não-relacionado ao que está ocorrendo dentro dele, mas sim como um simples incômodo, um desconforto pelo uso e apps ficar bloqueados temporariamente até o smartphone esfriar. Porém, mais do que um simples incômodo, esse superaquecimento significa que internamente as coisas saíram de controle, com a placa-mãe sendo obrigada a trabalhar em uma temperatura muito maior do que a recomendada.

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O resultado disso é uma degradação mais rápida dos componentes internos. Não somente a bateria (que odeia calor), mas de todos os componentes, como memória interna, antenas e o próprio SoC. Mesmo que não chegue a superaquecer o suficiente para danificar a tela (o que não é raro), prejudica o funcionamento e a durabilidade dos outros componentes. Se um desktop já tem uma expectativa de vida bastante reduzida quando trabalha quente, é fácil imaginar os efeitos em uma placa-mãe de smartphone, que tem muito menos espaço para respirar.

Fabricantes fizeram inúmeros progressos para tentar resolver esse problema, ainda que ele tenha sido criado por eles mesmos. Nanometrias menores, frequências de operação mais baixas, processamento assíncrono, capacidade de desligar núcleos individualmente, para citar alguns exemplos. Porém, usam cada vez mais núcleos com frequências máximas cada vez maiores para impressionar o consumidor, isso dentro de um espaço menor, de forma que o resultado é previsível. É difícil ver esse cenário mudar com o tempo, onde o consumidor passa a não ter muito como evitar isso, mas o fato é que isso danifica o aparelho, em especial a bateria.

Com o passar do tempo, em especial sob uso intenso, isso tende a piorar, com os smartphones esquentando cada vez mais rápido. Além de prejudicial em si, isso pode causar acidentes, onde casos de baterias explodindo virando notícia frequente demonstram isso. Então a dica é: se o smartphone começar a esquentar demais, ainda mais do que o comum, é melhor começar a procurar um novo modelo, já que é um problema que raramente pode ser consertado, uma vez que não há muito o que fazer.