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Pirataria ainda é um dos principais desafios das OTTs premium na América Latina

Por| 10 de Fevereiro de 2016 às 13h22

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BRUNO HYPOLITO / CANALTECH
BRUNO HYPOLITO / CANALTECH

Os serviços over-the-top, também conhecidos como OTTs, estão conquistando os brasileiros. Inclusive, a popularização dessas plataformas tem incomodado até grandes operadoras de TV por assinatura no país, que já se posicionaram contra a Netflix e programas similares. No entanto, uma pesquisa mostra que ambos os mercados enfrentam basicamente as mesmas dificuldades de crescimento, principalmente na América Latina.

Esta é uma das constatações de um relatório da MTM e lançado nesta quarta-feira (10) pelas empresas Vindicia e Ooyala. Foram entrevistados 60 executivos de alto nível que atuam em tecnologia, mídia e indústrias de entretenimento, incluindo estúdios e emissoras. Também foram ouvidos detentores de direitos, distribuidores de programação de vídeo multicanal (MVPDs), fornecedores dos mercados de massa e de nicho de OTT, empresas de vídeo online, produtores e investidores.

De acordo com o estudo, os profissionais da indústria afirmam que, entre os principais desafios enfrentados por fornecedores locais, está enfrentar uma velha conhecida do setor: a pirataria, que ainda apresenta altos índices em todo o continente. Pesquisas recentes sugerem que metade dos usuários latino-americanos acessam conteúdos pirateados, o que acaba comprometendo o crescimento das OTTs premium.

Outro item destacado é a falta de infraestrutura para banda larga, que é insuficiente para suportar maiores velocidades. Segundo a MTM,nos países da América Latina, existem apenas entre 10 e 15 assinaturas de banda larga fixa para cada 100 habitantes. Para efeito de comparação, esse índice é de 30 a 35 linhas para cada 100 habitantes nos Estados Unidos e Canadá. Além disso, dessas conexões, menos de 60% no México e 30% no Brasil fornecem velocidades acima dos 4 Mbps, quantidade considerada mínima para o streaming de conteúdo OTT premium.

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Além da deficiência nas conexões de internet locais, outro problema enfrentado por usuários é quanto ao pagamento de suas assinaturas. A adesão ao cartão de crédito é considerada relativamente baixa se comparada a outras alternativas, como boleto bancário. Dessa forma, um dos objetivos das operadoras é oferecer métodos diversificados de pagamento para cada mercado — por exemplo, cartões-presente são aceitos como uma opção atraente no México, mas não no mercado brasileiro.

Os profissionais também afirmam que faltam conteúdos originais em muitas TVs por assinatura — que motivaria a adesão a outras plataformas, como a Netflix, que tem investido pesado na produção de séries próprias. Contudo, os entrevistados acreditam que as prestadoras de TV paga estão mudando esse quadro e pretendem investir na produção de conteúdo, direitos e novos serviços.

"O mercado de OTT premium na América Latina se desenvolveu de forma relativamente lenta, apesar da forte presença da Netflix na região, porém importantes players locais estão agora se preparando para crescer neste mercado. Há um considerável espaço livre para isso, especialmente em pontos de preços mais baixos. Enquanto Netflix e outros concorrentes internacionais terão de preencher a lacuna de conteúdo local, todos deverão enfrentar os desafios de infraestrutura de banda larga frágeis, estimular o conhecimento e a mudança de comportamento do consumidor, além de métodos de processamento de pagamento", disse Jon Watts, sócio-diretor da MTM.

Apesar destes desafios, os executivos da indústria acreditam que o mercado está preparado para o crescimento. Os custos técnicos e as complexidades do desenvolvimento de novas ofertas de OTT estão caindo, a infraestrutura local está melhorando gradualmente e uma vasta quantidade de empresas locais — desde start-ups a grandes conglomerados de mídia — está investindo para lançar e fazer crescer as ofertas de OTT premium.

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"Não há dúvida de que os telespectadores latino-americanos irão consumir streaming de conteúdo, como o resto do mundo. (...) Os nichos mais atraentes e lucrativos seriam programação infantil e esportes — especialmente o futebol. Também há grande potencial para filmes especializados, música, religião e estilo de vida", afirma Caitlin Spaan, vice-presidente sênior de marketing da Ooyala.

O estudo também prevê que os mercados de OTT premium na América Latina dobrarão de tamanho entre 2015 e 2018, de US$ 180 milhões para US$ 460 milhões no Brasil, de US$ 45 milhões para USD 115 milhões na Argentina, e de US$ 240 milhões para US$ 450 milhões no México.