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Mais de 8 mil taxistas param centro de Londres em protesto contra o Uber

Por| 11 de Fevereiro de 2016 às 08h54

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Mais de 8 mil taxistas param centro de Londres em protesto contra o Uber
Mais de 8 mil taxistas param centro de Londres em protesto contra o Uber
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A briga entre taxistas contra o Uber não é exclusividade do Brasil e conflitos semelhantes se espalham pelas principais capitais do mundo — embora bem menos violentas do que aqui. Desta vez, quem viu a cidade parar por conta da insatisfação dos motoristas frente à nova concorrência foi Londres, onde milhares de taxistas se reuniram em protesto e bloquearam praticamente toda a área central da capital britânica.

De acordo com os organizadores, mais de 8 mil motoristas se reuniram na tarde desta quarta-feira (10) na região próxima ao Parlamento e demais prédios administrativos da cidade. Isso travou todo o trânsito nos arredores do Palácio de Westminster, trazendo visibilidade global à causa. Assim como nos demais países, os taxistas ingleses criticam as políticas adotadas pelo governo que favorece a expansão do Uber em detrimento do clássico serviço de transporte que já virou marca da cidade.

A manifestação é uma resposta à decisão da Transport for London, órgão que regula o transporte na capital britânica, de não aplicar medidas que restringem o uso do aplicativo de caronas e seus correlatos. Segundo a United, associação que representa os motoristas londrinos, o governo local preferiu regulamentar toda a questão de modo a prejudicar o seu próprio comércio, dando mais espaço a uma companhia estrangeira do que aos trabalhadores ingleses. Mais do que isso, os taxistas afirmam que essa postura mais permissiva também ameaça a segurança dos passageiros e o rendimento de quem depende dos táxis.

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O jornal The Guardian conversou com alguns dos manifestantes que demonstraram sua insatisfação com a política atual do governo quanto ao Uber e todos eles deixaram claro que a posição da Union não é acabar com a rivalidade, mas apenas fazer com que ela seja mais justa para ambos os lados. Segundo o motorista Alice Cudlip, as companhias menores estão acabando por conta disso principalmente pelos incentivos fiscais que empresas como o Uber receberam. Como o periódico explica, a empresa americana paga muito menos impostos ao governo britânico do que os taxistas, prejudicando todo o setor tradicional de transporte.

Outro motorista, identificado apenas como Jon, disse que a competição não é o problema em Londres, mas as condições em que isso acontece. Para ele, não faz sentido uma empresa norte-americana chegar ao Reino Unido com uma série de isenções e outros benefícios quando quem quer trabalhar pelo modo clássico precisa gastar milhares de libras esterlinas para se especializar e se adequar às normas da FtL. A principal crítica é que são pesos diferentes para duas medidas — e isso é péssimo para os negócios.

Para o Uber, as exigências dos taxistas já foram rejeitadas recentemente pelo órgão de regulamentação após um abaixo-assinado enviado pela companhia com mais de 200 mil assinaturas de londrinos apoiando as atividades do aplicativo. De acordo com o diretor geral do Uber em Londres, Tom Elvidge, o protesto aconteceu só porque o TfL já havia negado as últimas reivindicações feitas pelos motoristas, mas a própria população mostra que está mais interessada em não parar do que se apegar às velhas tradições.

Fonte: The Guardian