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O que um smartphone ideal deve ter? (Parte 2)

Por| 17 de Março de 2016 às 18h24

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O que um smartphone ideal deve ter? (Parte 2)
O que um smartphone ideal deve ter? (Parte 2)

Afinal, o que um “smartphone perfeito” deveria oferecer? Criamos uma lista com os principais pontos, ainda que sejamos obrigados a reconhecer que um modelo que traga esse pacote completo seja improvável de chegar ao mercado. E resolvemos dividir essa série em três capítulos. Hoje, continuamos na sequência. Se por algum acaso você não leu o primeiro artigo, é só clicar no hiperlink abaixo:

Continuando...

Câmera

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O procedimento aqui é o mesmo utilizado em qualquer componente: inflar componentes. Quantos megapixels a câmera tem? 10? 20? Que tal 80? Quantos megapixels são suficientes para tirar uma boa foto? E a resolução de vídeo? O padrão utilizado pelos topos de atuais é o 4K, onda iniciada em 2014 que até mesmo os iPhones começaram a suportar, dada a enorme pressão de mercado dos concorrentes. O que levar em consideração na hora de escolher entre um modelo e outro, quando a qualidade de câmera é o principal ponto de interesse do usuário?

Não é novidade para ninguém que a quantidade de megapixels pouco tem a ver com a qualidade final de uma foto, ou mesmo de vídeo. O HTC One provou isso em 2013 com a tecnologia UltraPixel, conseguindo resultados surpreendentes com apenas 4 megapixels. Do outro lado do espectro, temos o Lumia 1020 com seus 41 megapixels e sensor PureView, se tornando a referência (na época) de "cameraphone". Outro exemplo é o próprio iPhone, que recentemente passou a usar um sensor de 12 megapixels, mas sempre conseguindo excelentes resultados mesmo com sensores menores, como 8 megapixels (do iPhone 4s até o iPhone 6).

Essencialmente, há apenas duas coisas que o usuário deve prestar atenção na qualidade das câmeras: qual é o sensor utilizado e as melhorias do fabricante. Prova disso é que o Moto X Play e o Moto X Style utilizam o mesmo sensor de 21 megapixels do Moto Maxx, anunciado um ano antes. E, mesmo utilizando o mesmo sensor, apresentam resultados bem diferentes, além de suportar resoluções de vídeo diferentes. O Moto X Style suporta 4K@30fps, enquanto o Moto Maxx 4K@24fps. Já o Moto X Play fica restrito ao 1080p@30fps, talvez por uma limitação de hardware, talvez por razões mercadológica.

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Claro que temos que considerar que os 3 aparelhos acima possuíam configurações distintas, o que acaba limitando a capacidade de codificar certos formatos de vídeo. De qualquer forma, estamos falando do mesmo sensor, que, inclusive, apresenta resultados diferentes também em fotos. É o mesmo caso do Moto G de terceira geração, que utiliza o mesmo sensor do Nexus 6, mas não tem estabilização óptica e se comporta ligeiramente diferente em algumas situações, especialmente em condições de baixa luz. Então, como ter certeza de que um smartphone se sai bem em fotos e vídeos? Simples: olhando as fotos e os vídeos registrados por ele.

Pode parecer simplista, mas é a única forma correta de realmente ver como ele se sai. Isso em situações cotidianas, não se baseando em fotos oferecidas pela própria empresa que, quando não são retiradas em situações ideais, são retocadas. É importante ver como uma pessoa comum se sai, onde é possível ver como a câmera se sai em movimento, situações de baixa luz, o quanto o software de pós-processamento ajuda (ou atrapalha, como acontece algumas vezes), os vários modos de fotografia, como o HDR se sai (em especial, a sua velocidade), e assim por diante. Sem observar esses exemplos, a única fonte de informação passa a ser o fabricante, e sabe como eles fazem questão de apontar as limitações do aparelho, não?

Outro ponto é o vídeo. Não raro, um certo smartphone consegue resultados até muito bons em fotografia, mas falha em fazer o mesmo ao gravar o vídeo, em especial em situações de baixa luz. Novamente, a única forma de conferir isso é vendo exemplos de vídeos, em especial para medir a estabilização. Infelizmente, alguns fabricantes ainda insistem em propagandear “estabilização digital de imagem”, o que é uma enganação. Se o seu foco é câmera, é interessante procurar modelos com estabilização óptica e sensores de qualidade, além de um trabalho diferenciado por parte do fabricante, pontos essenciais para um smartphone avançado realmente merecer o seu espaço ao sol.

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Tela

Qual a melhor tecnologia? OLED? AMOLED? LCD IPS? Quantum IPS? Aliás, em qual resolução? 4K? Quad-HD? 1080p ou 720p, dependendo do tamanho do aparelho? Ou seja: qual o DPI ideal? Acima de 300 está bom ou 500 é o mais recomendado? Que tal 800? Indo para os detalhes, vale mais a pena priorizar o branco preciso do IPS ou os pretos infinitos de telas OLED e AMOLED? É interessante observar a enorme quantidade de variáveis que diferentes fabricantes utilizam para oferecer a melhor qualidade de imagem possível, cada uma tentando o mesmo resultado por caminhos diferentes.

Não existe uma tela perfeita em todos os sentidos. Grande parte das pessoas adora elogiar a tela dos iPhones, que de fato são excelentes, mas perdem para as telas AMOLED em níveis de preto. Telas AMOLED, por sua vez, costumam perder em qualidade de branco para telas LCD IPS mais avançadas. O que priorizar? Na verdade, essa pergunta não faz lá muito sentido, já que é a mesma estratégia utilizado para vender TVs: você só repara que uma é melhor do que outra quando ambas estão lado a lado, já que é difícil imaginar alguém que tenha pago caro em um smartphone top de linha reclamar de falta de qualidade de tela.

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E “qualidade”, por mais que os fabricantes tentem convencer você do contrário, pouco depende da resolução ou tecnologia, em especial pois não há somente um tipo de uma mesma tecnologia. Não há somente um tipo de display TFT, por exemplo, que oferece desde telas realmente ruins até algumas realmente boas, ainda que os ângulos de visão sejam menores do que o IPS. O IPS, por sua vez, equipa desde de modelos de entrada até topos de linha, cada um com uma qualidade diferente. Desde que a resolução esteja de acordo, em torno de 300 DPI, é difícil encontrar uma tela ruim com qualquer uma das tecnologias acima se bem implementadas, especialmente no segmento "top" de linha.

O problema começa quando os fabricantes começam a aumentar demais a resolução, o que acaba penalizando diversos componentes do smartphone sem, necessariamente, oferecer grandes coisas em troca, já que é praticamente impossível dizer se uma tela é Quad-HD ou 1080p em um teste cego. Isso não altera o fato que o desempenho é penalizado pelos pixels extras, assim como o consumo de bateria passa a ser maior, então vender resoluções maiores como recurso acaba se tornando contraprodutivo. Vale mais uma tela 1080p de alta qualidade do que uma Quad-HD, pensando no uso diário, independentemente do preço.

Uma resolução maior não quer dizer que o smartphone é melhor. Se comparamos a tela do LG G3 com a do iPhone 6 Plus, este acaba apresentando uma qualidade superior mesmo com uma resolução menor (1080p, contra o Quad-HD do iPhone 6 Plus), sendo que ambos têm o mesmo tamanho (5,5 polegadas).

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