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Apple x FBI: empresa divulga página com perguntas e respostas sobre o caso

Por| 23 de Fevereiro de 2016 às 18h31

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Desde a semana passada, a Apple tem travado uma guerra contra o FBI após o órgão americano ter solicitado que a empresa criasse uma backdoor no iPhone usado por um terrorista. Agora, a companhia publicou em seu site oficial uma sessão de perguntas e respostas para esclarecer as principais dúvidas envolvendo o assunto.

Um breve resumo do que aconteceu: em dezembro de 2015, dois jovens mataram 14 pessoas e deixaram outras 22 feridas ao invadir uma instituição na cidade de San Bernardino, na Califórnia. Um dos atiradores possuía um iPhone 5c, e é aí que a Maçã entra nessa história, pois um juiz federal ordenou que a empresa ajudasse nas investigações fornecendo dados criptografados armazenados no aparelho.

A companhia negou o pedido sob a justificativa de que poderia criar uma brecha gravíssima de segurança que colocaria em risco as informações de milhões de usuários, seja nas mãos de pessoas mal intencionadas quanto do próprio governo dos Estados Unidos. Além disso, a gigante de Cupertino acredita que liberar o acesso ao dispositivo pode abrir um precedente para futuros novos casos dessa categoria, obrigando a Apple a atender esse tipo de solicitação a qualquer momento.

A página publicada pela Apple nesta semana é uma forma da empresa mostrar sua transparência diante do caso e o que os consumidores devem entender de toda essa situação. Leia abaixo, na íntegra, a tradução do Respostas às suas perguntas sobre Apple e segurança:

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Por que a Apple está contestando a ordem do governo?

O governo pediu a um tribunal para solicitar que a Apple que crie uma versão única do iOS que ignora as proteções de segurança na Tela Bloqueada do iPhone. Além disso, acrescentaria uma nova capacidade de modo que as tentativas de senhas poderiam ser feitas eletronicamente.

Isso tem duas implicações importantes e perigosas:

Primeiro, o governo quer que rescrevamos um sistema operacional totalmente novo para a sua utilização. Eles pedem que a Apple remova os recursos de segurança e adicione uma nova habilidade ao sistema operacional para atacar a criptografia do iPhone, permitindo que uma senha seja introduzida eletronicamente. Isso tornaria mais fácil desbloquear um iPhone por "força bruta", tentando milhares ou milhões de combinações com a velocidade de um computador moderno.

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Construímos uma forte segurança para o iPhone porque as pessoas carregam muitas informações pessoais em seus telefones atualmente e há novas violações de dados todas as semanas afetando indivíduos, empresas e governos. O bloqueio por código e a exigência manual do código de acesso estão no centro dos pilares que construímos para o iOS. Seria errado enfraquecer intencionalmente nossos produtos com uma backdoor encomendada pelo governo. Se perdermos o controle de nossos dados, colocamos tanto a nossa privacidade quanto a nossa segurança em risco.

Em segundo lugar, a ordem seria um precedente legal que iria expandir os poderes do governo e nós simplesmente não sabemos aonde isso nos levaria. O governo deveria ter a permissão de nos fazer criar outras capacidades para fins de vigilância, tais como gravar conversas ou rastrear a localização? Isso criaria um precedente muito perigoso.

É tecnicamente possível fazer o que o governo ordenou?

Sim, é certamente possível criar um sistema operacional totalmente novo para minar nossos recursos de segurança como o governo quer. Mas é algo que acreditamos ser muito perigoso. A única maneira de garantir que uma ferramenta tão poderosa não seja abusiva e não caia em mãos erradas é nunca criá-la.

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A Apple poderia construir esse sistema operacional apenas uma vez, para este iPhone, e nunca usá-lo novamente?

O mundo digital é muito diferente do mundo físico. No mundo físico você pode destruir alguma coisa e ela é destruída. Mas no mundo digital, a técnica, uma vez criada, poderia ser usada uma e outra vez, em diversos dispositivos.

Os agentes de segurança pública em todo o país já disseram que têm centenas de iPhones que eles querem que a Apple desbloqueie se o FBI ganhar este caso. No mundo físico, seria o equivalente a uma chave-mestra, capaz de abrir centenas de milhões de fechaduras. Claro, a Apple faria o melhor para proteger a chave, mas em um mundo onde todos os nossos dados estão sob constante ameaça, ela seria implacavelmente atacada por hackers e criminosos cibernéticos. Os recentes ataques contra os sistemas da IRS e as inúmeras outras violações de dados têm mostrado que ninguém é imune a ataques cibernéticos.

Mais uma vez, nós acreditamos fortemente que a única maneira de garantir que uma ferramenta tão poderosa não seja abusiva e que não cai em mãos erradas é nunca criá-la.

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A Apple já desbloqueou iPhones para agentes de segurança no passado?

Não.

Nós recebemos regularmente pedidos de segurança pública para obter informações sobre nossos clientes e seus dispositivos. Na verdade, temos uma equipe dedicada que responde a estes pedidos 24 horas por dia, sete dias por semana. Nós também fornecemos orientações sobre o nosso website para as agências de segurança para que elas saibam exatamente o que somos capazes de acessar e que autorização legal precisamos ver antes de ajudá-los.

Para dispositivos que executam os sistemas operacionais do iPhone antes do iOS 8 e sob uma ordem judicial legal, nós extraímos os dados do iPhone.

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Construímos proteções progressivamente mais fortes nos nossos produtos em cada novo lançamento de software, incluindo criptografia de dados baseada em código de acesso porque ciberataques se tornaram mais frequentes e mais sofisticados. Como resultado destas proteções mais fortes que exigem criptografia de dados, já não somos mais capazes de usar o processo de extração de dados em um iPhone rodando o iOS 8 ou posterior.

Hackers e cibercriminosos estão sempre procurando novas maneiras de derrotar a nossa segurança, e é por isso que continuamos nos tornando mais fortes.

O governo disse que a sua objeção parece se basear na preocupação com o seu modelo de negócios e em estratégia de marketing. Isso é verdade?

Absolutamente não. Nada poderia estar mais longe da verdade. Isto é e sempre foi sobre os nossos consumidores. Nós sentimos fortemente que, se fôssemos fazer o que o governo nos solicitou — criar uma backdoor nos nossos produtos —, isso não é apenas ilegal, mas coloca a grande maioria dos bons cidadãos cumpridores da lei, que dependem do iPhone para proteger seus dados pessoais e importantes, em risco.

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Existe alguma outra maneira de vocês poderem ajudar o FBI?

Temos feito tudo o que está dentro de nosso poder e dentro da lei para ajudar neste caso. Como já dissemos, não temos nenhuma simpatia por terroristas.

Fornecemos todas as informações sobre o telefone que possuíamos. Nós também oferecemos de forma proativa conselhos sobre como obter informações adicionais. Mesmo depois de a ordem do governo ter sido emitida, estamos oferecendo mais sugestões após sabermos de novas informações a partir de documentos do Departamento de Justiça.

Uma das sugestões mais fortes que nós oferecemos foi a de associar o telefone a uma rede conhecida, o que lhes permitiria fazer o backup do telefone e obter os dados que estão solicitando agora. Infelizmente, soubemos que enquanto o iPhone do terrorista estava em custódia do FBI, a senha da ID Apple associada ao telefone foi alterada. A alteração desta senha significa que o telefone não pode mais ter acesso aos serviços do iCloud.

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Como o governo confirmou, temos entregue todos os dados que temos, incluindo um backup do iPhone em questão. Mas agora eles nos pediram para obtermos informações que simplesmente não temos.

O que deve acontecer a partir de agora?

Nosso país tem sido sempre mais forte quando estamos juntos. Achamos que o melhor caminho a seguir seria o governo retirar as suas reivindicações sob o All Writs Act e, como alguns no congresso propuseram, formar uma comissão ou um painel de especialistas em inteligência, tecnologia e liberdade civil para discutir as implicações para segurança pública, segurança nacional, privacidade e liberdade pessoal. A Apple participaria de bom grado de tal esforço.

Fonte: Apple