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Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 3: processador e cooler

Por| 02 de Abril de 2016 às 22h00

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Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 3: processador e cooler
Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 3: processador e cooler

Atualizar o processador de uma máquina antiga pode parecer estranho, já que, dependendo da geração, os fabricantes já deixaram de fábrica-los, dando preferência para suas gerações mais modernas. Isso não significa que seja impossível, ou mesmo que não valha a pena, já que, dependendo do soquete, atualizar esse componente pode trazer um ganho considerável de desempenho para a máquina. O soquete AM1 da AMD, por exemplo, suporta desde o E2-3200 até o A8-3870K, dobrando a quantidade de núcleos, aumentando a frequência de operação, a GPU integrada e possibilitando uma boa margem para overclocks.

No exemplo acima, o usuário também ganha bastante por atualizar a GPU integrada, mas processadores que focam exclusivamente em CPU, caso da série FX da AMD, também valem a pena, em especial pelo alto potencial de overclock da linha quando equipados com um cooler mais sofisticado. Mas, antes de abrir o gabinete, pausa para um questionamento importante.

Realmente vale a pena atualizar a CPU?

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Naturalmente, todos os componentes internos do gabinete tem um tempo de vida útil, mesmo das melhores marcas. Porém, o processador é, na grande maioria dos casos, o último componente a apresentar defeitos, por vezes funcionando por décadas a fio sem um problema. Constantemente, uma máquina é abandonada não por apresentar qualquer tipo de defeito, mas sim por ter ficado tão defasada em relação aos programas atuais que não vale mais a pena utilizá-la; especialmente para quem trabalha com programas pesados, como CAD ou edição de vídeos, e jogos.

Dentro de uma mesma geração, há desde modelos de básicos até outros de altíssimo desempenho, valendo a troca quando as opções estão entre extremos.

Isso, claro, desde que a máquina tenha as manutenções periódicas devidamente executadas. Extremamente duráveis sim, mas nem os processadores são capazes de sobreviver quando deixados às traças. Qualquer gabinete acumula poeira de tempos em tempos, o que acaba obstruindo o fluxo de ar necessário para a refrigeração de todos os componentes internos, os processadores e placas de vídeo em especial, já que são os componentes que mais geram calor. Não estamos falando somente das entradas e saídas de ar do gabinete, mas também dos coolers em si, em especial os incluídos na maioria das máquinas (os famigerados “cooler box”).

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Outro ponto é a pasta térmica, que acaba degradando com o tempo e deve ter uma nova aplicação quando a máquina começar a apresentar termal throttling com frequência, mesmo com os cooler e fans desobstruídos. Ou seja, independentemente da idade da processador, desde que devidamente refrigerado, ele ainda é capaz de oferecer alguns bons anos de vida pela frente.

Quais os casos em que não vale a pena desatualizar?

Dependendo da configuração da máquina, pode não valer a pena investir em um processador melhor, de acordo com o ganho de desempenho. Por exemplo: uma coisa é atualizar do FX-4300 para um FX-8370 (ambos soquete AM3+), que oferece o dobro de núcleos, mais cache e clocks mais altos (ou mesmo chutar o balde e comprar o FX-9590). Outra é trocar um Core i5-2500K por um Core-i7-2700K, que oferece ganhos menores (basicamente, mais cache L3, 200 MHz a mais por padrão e Hyperthreading). Nesse caso, valeria mais a pena investir em refrigeração para compensar esse desempenho extra do que trocar de CPU, ou mesmo investir no resto da máquina.

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Trocar um modelo intermediário por outro pouca coisa mais avançado pode não valer a pena, sendo mais interessante, em alguns casos, em investir no resto da máquina, como memória, placa de vídeo ou até no sistema de refrigeração.

APUs, em especial, trazem benefícios duplos, já que oferecem ganhos em CPU e nos gráficos integrados, e ambos podem ser overclockados. Porém, novamente, o ganho deve ser considerável, como no exemplo acima. Via de regra, não vale tanto a pena trocar se a quantidade de núcleos for a mesma, como um A6-3670K por um A8-3870K, ambos quad-core com a mesma distribuição de caches, mas com 300 MHz a mais e 80 cores de processamento gráfico extra (320 e 400, respectivamente). O ganho seria muito pequeno, ainda mais considerando que ambos podem ser overclockados.

Onde encontrar?

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Vamos lá, vale a pena atualizar o processador da sua máquina e você tomou a decisão de fazê-lo. Onde encontrar processadores que saíram de circulação? Quando criamos essa série, essa foi a nossa primeira preocupação, e acreditávamos que seria mais difícil do que realmente é. Felizmente, estávamos errados, já que há uma boa quantidade disponível tanto por meio de vendedores e lojas independentes, usando o Mercado Livre e a OLX, quanto modelos novos em oficinas físicas e lojas virtuais, com estoques antigos (tem que caçar, mas existem).

Ficamos até surpresos na enorme quantidade de componentes que saíram de linha à venda em diversas lojas online, ou mesmo em lojas físicas de informática.

No caso de produtos usados, tenha um cuidado extra, já que é quase impossível dizer se um processador está realmente funcionando, mesmo que ele pareça estar em perfeitas condições, antes de realmente colocá-lo em uma máquina e ligá-lo.

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Refrigeração

Em alguns casos, é possível conseguir um desempenho extra sem precisar comprar um processador novo, mas sim com um cooler extra, especialmente para quem tem um bom processador, mesmo antigo, e usa um cooler box. Até quem não é fã de overclock pode se beneficiar de um cooler de qualidade, capaz de manter o processador bem refrigerado quando colocado para trabalhar em tarefas intensas. Games, por exemplo, costumam travar quando o processador esquenta demais e o cooler não é capaz de dissipar tanto calor.

Alguns coolers a ar mais avançados são quase tão caros quanto watercoolers de entra, valendo a pena dar uma pesquisada antes de comprar. E claro, se o gabinete possui suporte.

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Isso acontece porque o cooler box, ou cooler de baixa qualidade, de uma forma geral, foi projetado para uma carga de trabalho, digamos, “padrão”, e não para tarefas pesadas por muito tempo. Não indica que tal modelo não tem poder de fogo o suficiente, mas sim que ele está apanhando para não queimar, passando a operar em uma potência menor. É o caso, também, de configurações muito antigas com pasta térmica, ou mesmo um elastômero que já ofereceu o que tinha que oferecer.

Conclusão

Há alguns anos, o desempenho entre duas gerações de processadores era considerável, o que rapidamente fazia com que uma diferença de apenas duas ou três gerações dobrasse o poder de processamento da máquina. Não é o que acontece atualmente. Considerando estritamente o desempenho por clock, as variações ficam em torno de apenas 10% entre duas gerações, tanto por limitações físicas quanto mercadológicas. Sim, novas gerações trazem tecnologias integradas que otimizam certas tarefas, mas, falando estritamente de desempenho, é muito raro ter um ganho de performance entre duas gerações.

Algo que está se tornando cada vez mais comum é o caso de usuários esperarem uma geração de CPUs que realmente compense a troca ou investir em uma máquina totalmente nova. É o caso da geração Zen da AMD, que promete um avanço considerável em relação ao Bulldozer, utilizado praticamente desde 2011, com poucas modificações. É aí que a praticidade dos desktops entra em ação, permitindo upgrades locais para quem não pretende investir alto em uma máquina completa para um ganho que não vale tanto a pena assim.

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