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Comunicação entre cérebros está se tornando realidade, afirma cientista

Por| 14 de Março de 2016 às 17h26

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Comunicação entre cérebros está se tornando realidade, afirma cientista
Comunicação entre cérebros está se tornando realidade, afirma cientista

Em entrevista à revista New Scientist, o cientista Andre Stocco falou sobre o desenvolvimento da tecnologia telepática, que torna possível a comunicação entre cérebros. A princípio, a principal dificuldade é superar as diferentes formas de interpretação que dois cérebros podem ter para o mesmo signo. “Enquanto as diferenças anatômicas são relativamente fáceis de se levar em conta, as diferenças em funções são difíceis de se caracterizar”, aponta o pesquisador. “De alguma maneira, nós precisamos superar as diferenças individuais e se firmar nos fatores básicos e compartilhados.”

A tecnologia telepática de Stocco funciona com base na captura da atividade cerebral de uma pessoa por meio de um dispositivo não invasivo, como um capacete equipado com eletrodos de eletroencefalograma (EEG). Então, “um programa de computador filtra o que parece ser relevante na atividade cerebral e isso é recriado em outra pessoa usando estimulação magnética transcraniana (TMS, na sigla em inglês) — uma técnica não invasiva que induz corrente elétrica no cérebro.”

Aplicações práticas

É razoável imaginar que falar fosse algo mais simples do que elaborar métodos telepáticos apoiados na tecnologia, mas Stocco discorda em partes. “A linguagem é uma ferramenta muito mais complexa do que o compartilhamento de pensamentos”, defende. “Muitas diferentes partes do cérebro estão envolvidas em criar sentido para qualquer palavra dada, as quais têm uma definição, mas também podem variar de significado com base em como são pronunciadas e em quais contextos são utilizadas”. Assim, a aposta na transferência de sentido e significado soa muito mais precisa, apesar de tecnologicamente mais complexa.

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Assim, Stocco aposta que a tecnologia telepática seria muito útil em aplicações médicas, auxiliando, por exemplo, no tratamento de depressão, esquizofrenia e uma série de outras condições clínicas relacionadas a mudanças na atividade cerebral. Indo além da medicina, o cientista aposta também na ideia de “transferir conceitos que são difíceis de verbalizar, como a forma que controlamos movimentos ou então nos sentimos.”

Recentemente, testes foram realizados com dois indivíduos localizados em dois edifícios diferentes respondendo 20 questões usando um dispositivo de comunicação entre cérebros. “Os voluntários se saíram surpreendentemente bem, sugerindo corretamente os objetos em 72% do tempo”, conta Stocco. No teste, uma pessoa vestia o capacete transmissor de EEG e selecionava um objeto de uma lista, enquanto outra vestia o receptor e devia adivinhar qual o item selecionado a partir de respostas sim ou não apresentadas em uma tela.

O próximo passo agora é desenvolver a interface a fim de elevar o nível de dificuldade dos experimentos. “Queremos ser capazes de transmitir informações mais complexas do que simples comandos e informações visuais”, anseia o cientista.

Fonte: New Scientist