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Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 5: fonte de alimentação

Por| 05 de Abril de 2016 às 19h16

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Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 5: fonte de alimentação
Como fazer um upgrade de forma correta no PC, parte 5: fonte de alimentação

Processadores, placas de vídeo, memória RAM e armazenamento, combinados, certamente são os itens que mais chamam a atenção em um PC. São os componentes responsáveis pelo desempenho final da máquina, como ela se comportará no dia a dia, se rodará um jogo ou não. Porém, esses componentes não dizem completamente se uma máquina é, de fato, boa, já que esses quatro itens precisam de componentes de suporte para funcionarem direito. Fazendo um paralelo com carros, pouco adianta ele ser esportivo se o motor esquenta demais, ou mesmo traz um tanque de combustível é muito pequeno.

Considerando isso, vamos à quinta parte dessa série dedicada a upgrades, dedicada a componentes não diretamente relacionados a desempenho, mas que são igualmente importantes, como a fonte (nessa parte) e gabinete e fontes (que cobriremos na sexta parte).

Dimensionando a fonte de alimentação

Há muita desinformação em relação a fontes de alimentação. Elas são responsáveis por transformar a corrente alternada (CC) da rede elétrica em corrente contínua (CC) para cada componente dentro do PC, assim como aguentar variações no fornecimento incorreto de energia, como picos. Quanto maior a qualidade da fonte, melhor para a máquina. Especialmente em configurações mais caras, mesmo que antigas, é interessante não subestimar a importância da fonte e, mesmo porque, é um componente que pode ser reaproveitado em futuras configurações, especialmente modelos capazes de oferecer potências maiores de marcas confiáveis.

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Uma boa forma de medir a qualidade é o próprio peso da fonte, um bom indicativo dos dissipadores de refrigeração passiva, algo comum em modelos de alto desempenho.

Em relação à potência da fonte, há dois pontos importantíssimos de se observar. Em primeiro lugar, temos uma simples aritmética. Naturalmente, a fonte deve ser capaz de oferecer (obviamente) um valor superior à soma de consumo energético da máquina, mas com uma margem de segurança considerável. Com o passar do tempo, duas coisas acabam acontecendo simultaneamente: a máquina passa a consumir mais energia pela degradação natural dos componentes, ao mesmo tempo em que a fonte vai perdendo a capacidade de oferecer o valor nominal de energia, já que seus componentes internos também sofrem degradação.

Mesmo se não fosse o caso, pouco adianta comprar uma fonte com uma pequena tolerância, já que qualquer upgrade passa a ser um problema, conforme explicamos nas primeiras 4 partes dessa série. Por exemplo, se a ideia é trocar o processador por um outro modelo mais potente, ou mesmo adicionar mais pentes de memória RAM, a fonte pode (e será) o primeiro problema. Se o usuário tiver sorte, a máquina apenas desligará com frequência quando superar a capacidade de fornecimento da fonte. Se tiver azar, a fonte pode apresentar problemas e danificar componentes internos. E, como a Lei de Murphy prevê, será o componente mais caro.

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Marca importa

Uma regra simples para eliminar modelos de baixa qualidade é a seguinte: se a potência total (digamos: 400 watts) for diferente da potência real (digamos: 280 watts), a fonte não presta. “Genérica” é um nome mais amigável, uma forma mais educada de se referir a ela, mas não melhora a situação desses modelos. Geralmente, a construção delas é precária, não conta com nenhuma forma de proteção, usam componentes internos de baixa qualidade (como capacitares que vazam em pouco tempo) e funcionam quentes. Mesmo que a "potência real” seja capaz de sustentar a configuração, é melhor ficar longe desses modelos.

Marcas de qualidade realmente capricham no visual, e ainda que isso não tenha nada a ver com a qualidade da fonte, é uma boa forma de diferenciar um modelo de qualidade de um genérico. Modelos “de marca”, como Cougar, Corsair e EVGA ainda trazem o diferencial de serem modulares, dispensando cabos desnecessários e melhorando a refrigeração interna dos outros componentes. Fontes de maior potência trazem coolers maiores, o que acaba exigindo uma menor velocidade de rotação para resfriar os componentes internos e acaba, consequentemente, emitindo menos ruído.

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Essas duas características tornam esses modelos ideais para configurações mais potentes, que geram mais calor, por facilitar o posicionamento na parte de baixo do gabinete. Ou seja, fica longe do calor gerado pelos componentes, ao mesmo tempo em que não fica no caminho do fluxo de ar (algo que cobriremos na próxima parte).

Selos, certificações e garantia

Modelos de qualidade trazem a famosa certificação 80 PLUS, em quatro sabores diferentes (Bronze, Prata, Ouro e Platina), indicativo da eficiência energética da transformação de CA em CC. Melhor ainda, quanto mais eficiente, menos calor é gerado, já que a perda de energia causada por componentes de baixa qualidade é transformada em calor, exigindo uma refrigeração melhor. Ou seja, o ganho é duplo, alem de fazer uma boa diferença no consumo de energia (tá barato ultimamente, não?) no longo prazo. Além disso, não raro alguns fabricantes oferecem nada menos do que 5 anos de garantia ou mais, valendo o investimento para futuras configurações (na prática, acabam durando bem mais do que isso).

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Fontes Platinum são realmente caras, bastante comuns em modelos de 1000 watts ou mais, mas os selos Bronze e Silver se tornaram comuns em modelos com menor potência, na casa dos 400 ou 500 watts.

Fazer economias nos lugares errados pode sair mais caro no médio e longo prazo, e ainda que nenhum componente deva ser desprezado, a fonte é um dos piores lugares para poupar. Dizemos isso pois optar por um processador inferior, pouca memória RAM ou uma placa de vídeo apenas penalizarão o desempenho final. Errar na fonte pode, literalmente, tocar fogo na máquina interna. Não raro, muitos gastam uma nota nos itens diretamente relacionados ao desempenho e instalam fontes de baixíssima qualidade, estragando um componente caro (ou mesmo todos eles) por economizar onde não deveria, jogando todo o investimento no lixo.

Conclusão

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Como estamos falando de upgrades, ou seja, considerando que o usuário já tenha uma máquina completa, uma boa dica é comprar uma fonte que ofereça o dobro de potência para a máquina, e por dois motivos. O primeiro é que fontes atuais trabalham melhor nesse cenário, inclusive onde apresentam o seu maior índice de eficiência energética (em especial as certificadas com o selo 80 PLUS). Chegam, inclusive, a apresentar uma eficiência de 95% ou mesmo maior (caso das fontes Platinum). O segundo é que pode ser reaproveitada quando a máquina for completamente trocada, com margem de sobra para componentes mais potentes.

Dimensionar com o dobro é um bom começo, mas tem as suas ressalvas. Fontes de maior potência (por exemplo, se sua máquina puxa 600 watts, a fonte seria de 1200 watts) começam a ficar exponencialmente mais caras quando passam de 600 ou 700 watts, variando (e muito!) de preço, dependendo da loja.

SÉRIE COMPLETA: