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Remix OS, parte 2: Usando o Android como um poderoso desktop

Por| 10 de Maio de 2016 às 18h28

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Remix OS, parte 2: Usando o Android como um poderoso desktop
Remix OS, parte 2: Usando o Android como um poderoso desktop

Na primeira parte deste artigo sobre o Remix OS, mostramos como instalar o sistema do zero em um pendrive, procedimento que pode ser executado em um disco rígido como algumas pequenas alterações. Em seguida, como instalar o Google Play manualmente, já que ele não está incluso na imagem padrão do Remix OS, sendo um dos principais pontos de interesse (senão o principal) para quem quer usar o sistema. Agora, vamos mostrar como ele se comporta como máquina principal. Será que ele consegue substituir os sistemas convencionais, como o Windows e o Linux?

Configuração testada

  • Processador: Intel Core i5-3230M (dual-core de 2,6 GHz, Turbo Boost até 3,2 GHz e Hyperthreading);
  • Memória RAM: 16 GB DDR3 dual-channel rodando a 1600 MHz;
  • GPU integrada: Intel HD 4000;GPU dedicada: AMD Radeon HD
  • 8850M com 2 GB de memória RAM dedicada;
  • Armazenamento: Pendrive USB 3.0 Kingston DT Elite 16 GB;
  • Tela: 15,6 polegadas com resolução 1366x768;
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Primeiro "smartphone" com mais memória RAM do que memória interna do mundo

Com exceção da memória RAM, claramente super dimensionada para rodar o Android, esse notebook serve com um bom laboratório de testes para ver como o Remix OS se sai na maioria das configurações, já que se trata de um notebook que completará 4 anos em 2016, não chegando a ser uma configuração de alto desempenho mesmo na época em que foi lançado. Mais ainda pelo fato que a GPU dedicada fica desativada, de forma que todo o processamento gráfico é feito pelos gráficos integrados Intel HD 4000. Como esse hardware se compara aos melhores smartphones do mercado? O Antutu responde:

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Esse Exynos 8890 do Galaxy S7 Edge....

Isso significa que praticamente qualquer configuração é capaz de rodar o Remix OS – e rodar bem. Não é necessário ter o desempenho de um Galaxy S7 ou um Mi 5 para ter uma boa experiência de uso, de forma que mesmo que uma máquina que pontue algo próximo de 30000 (equivalente a um Lenovo Vibe A7010), já é mais do que o suficiente. A única observação é ter pelo menos 2 GB de memória RAM (o que vale para os smartphones também, de qualquer forma), já que o Remix OS usa um multitarefa real. Nada de alternar entre apps e esperá-lo recarregar.

Apps iniciais e configuração do teclado

Pois bem, nosso objetivo era trabalhar com o Remix OS. Não usá-lo como entretenimento, ou máquina secundária, mas sim como se ele fosse o único sistema disponível. Então, nos adiantamos instalando o Chrome, ao invés de usar o limitado navegador padrão, Evernote, Dropbox, Office e Spotify, um kit básico de produção de textos. Para editar imagens, usamos a versão gratuita do Photoshop, de forma que, em teoria, o próximo passo era simplesmente sentar e trabalhar, correto?

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Nossa primeira dificuldade foi configurar corretamente o teclado, algo que demoramos mais tempo do que seria normal, ponto que o Remix OS precisa melhorar, e muito. Não estamos falando de um passo simples, como escolher o padrão ABNT2, mas sim de diversas etapas de tentativa e erro até chegarmos na configuração correta. Não era necessário nem ser automático, mas pelo menos mais intuitivo, ponto que não enfrentamos dificuldade quando usamos a versão 4.4 Kit Kat do Android-x86.

Então... serve como computador ou não?

Nos dois primeiros dias apanhamos um pouco, mas mais por identificar uma característica anti-produtiva de nossa parte do que propriamente um problema do Remix OS. Caso prático: às vezes, começamos a trabalhar em uma pauta e encontramos um vídeo no YouTube que ajuda a desenvolvê-la perfeitamente. Ou resolvemos abrir o Spotify para escutar uma música e então um editor de textos para começar a desenvolvê-la. Ok, tudo em prol da produtividade. Mas aí, o YouTube entra em reprodução automática e, depois de alguns vídeos, passa para uma teoria da conspiração sobre uma farsa do American Idol (o que é completamente relevante para o texto em questão), em seguida para outro de um panda protegendo outro contra um humano tentando vaciná-lo (caso real, inclusive). E nisso, a concentração vai embora e o texto que precisamos escrever fica ali, sem conteúdo nenhum, certo?

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Quem pretende usar como uma máquina de produção pode considerar um pendrive maior, já que o uso comum enche os 16 GB rapidinho.

Alguns chamariam isso de DDA (distúrbio de atenção). Outros, de processo criativo. Mas, o relevante aqui é que o Remix OS não lidou muito bem com tanta coisa rodando ao mesmo tempo, mostrando que, apesar das otimizações feitas para computadores mais potentes, ainda não perde a sua natureza de ser projetado para smartphones e tablets.

Como isso se manifestou? Aplicações começaram a ficar extremamente lentas e fechar repentinamente. A configuração testada tem desempenho mais do que o suficiente para fazer essas tarefas sem problemas no Windows ou Linux, mesmo sendo sistemas mais "pesados", então a conclusão natural é que ele se comporta como um sistema desktop, mas vai deixar os adeptos do multitarefa intenso.

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O Android tem apps o suficiente para não deixar o usuário na mão quando usado como desktop. Sério.

Outro ponto é na hora de editar imagens. Operações simples, como crop, recorte e redimensionamento são executadas de forma diferente, o que não chega a ser um problema. Mas, quando é exigido um pouco mais, novamente a "natureza mobile" se manifesta. Afinal, você não costuma usar máscaras e layers em uma imagem tirada pelo smartphone antes de postá-lo no Facebook, certo? Não, e é por isso que os apps não trazem essa função, além de ser estranho ter que clicar em certas regiões que foram projetadas para serem utilizadas com os dedos.

Depois de alguns dias, e otimizações aqui e ali, dá para usar o Remix OS sem grandes problemas. Por exemplo, configurar o navegador para carregar a versão desktop em vez de mobile.

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Então: sim, ele pode ser um substituto de desktops, mas não pode-se exigir muito. O Office, por exemplo, funciona perfeitamente no Remix OS, se mostrando mais poderoso ainda com teclado físico e mouse. Editar planilhas, documentos e montar apresentações fica realmente mais simples. Mas, novamente: até um certo nível. Escritórios de contabilidade dificilmente veriam o Excel para Android como um substituto real para a versão desktop, em especial quando macros mais complexas entram em questão. Agora, ressuscitar aquele seu netbook encostado no fundo do armário como um quebra-galho portátil incompetente para rodar o Windows vale a pena, sem dúvidas.

Conclusão: vale a pena?

Passamos uma semana útil usando o Remix OS como máquina principal sem fazer uso de uma segunda para backups. Naturalmente, fizemos alguns testes preliminares, além de ter uma segunda máquina pronta para assumir, caso necessário. Mas realmente não foi necessário. Nessas horas percebemos como o Android é, no final das contas, um computador completo com um propósito diferente, já que tem apps, recursos e maturidade o suficiente para assumir o papel de um PC sem grandes problemas. Se um smartphone médio contasse com saída HDMI, teclado e mouse, serviria perfeitamente como um computador de trabalhos mais básicos.

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Com poucos apps abertos, como um trabalhador responsável, o Remix OS roda muito mais redondo.

Quem tem um computador mais antigo pode encontrar mais utilidade no Remix OS no que nas distros que elegemos ideais para máquinas mais antiga, dependendo do objetivo, já que mesmo uma máquina com vários anos é consideravelmente mais poderosa do que um smartphone médio. Ainda que não substitua completamente um Windows ou Linux, já que o Android foi pensado do começo para ser utilizado em smartphones e tablets e está lentamente sendo adaptado por terceiros para máquinas, tem o seu valor para dar vida a um laptop ou netbook mais antigo.

Não podemos deixar de ficar ansiosos para as próximas versões do Remix OS, já que ele já está bem maduro por estar na segunda versão. Mas, considerando a 2.0, versão que testamos, ele ainda tem muito o que evoluir, especialmente para quem deixa o YouTube em reprodução automática com Spotify e dezenas de abas abertas no Google Chrome (eita, DDA!) e quer que tudo rode perfeitamente.