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Bug de software destrói telescópio espacial japonês Astro-H

Por| 04 de Maio de 2016 às 01h13

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Bug de software destrói telescópio espacial japonês Astro-H
Bug de software destrói telescópio espacial japonês Astro-H

Dias tristes para a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA): um bug de software destruiu pelo menos 10 peças essenciais para o funcionamento do telescópio espacial Hitomi, também conhecido como Astro-H. O observatório, que custou US$ 286 milhões, foi enviado ao espaço em fevereiro deste ano e tinha como objetivo estudar grandes corpos celestes, como aglomerados de galáxias e eventos cósmicos de alta energia.

Entre as peças destruídas estão os dois painéis solares geradores de energia, e todas as possibilidades de reparo se mostraram frustradas à equipe de cientistas responsável pelo projeto. Inicialmente, a JAXA acreditava que o telescópio tivesse sido atingido por restos de lixo espacial, mas o problema, na verdade, foi uma sucessão de eventos, tendo como causa principal um erro no software de controle, que foi agravado pela transmissão de um comando que não havia sido testado - e que, por sua vez, também continha um erro em sua programação.

Durante um fenômeno natural chamado Anomalia Magnética do Atlântico Sul, os cinturões de radiação que envolvem a Terra adentram nossa atmosfera, deixando os satélites artificiais à nossa órbita expostos a doses extra de partículas energéticas. Enquanto o telescópio fazia uma manobra para mudar seu ponto de observação, saindo da direção da Nebulosa do Caranguejo com destino à galáxia Markarian 205, o excesso de radiação fez o software entender que o telescópio estaria girando mais rapidamente do que devia, e então o equipamento tentou frear esse suposto excesso de rotação, que não estava acontecendo. Em seguida, o bug do software acabou fazendo com que o telescópio girasse ainda mais, em vez de neutralizar seu movimento, e o resultado foi uma destruição irreparável do observatório espacial.

Em comunicado publicado no site oficial da agência, a JAXA afirmou que fará a revisão do aparelho, mas não será possível lançar um telescópio substituto por pelo menos 12 anos. O principal projetista do Astro-H, Dan McCammon, da Universidade de Wisconsin-Madison, disse que para construir um substituto será necessário obter cerca de US$ 50 milhões adicionais da NASA, e a construção levaria entre 3 a 5 anos.

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Entre todas as perdas, talvez a mais sentida seja a de um calorímetro de raios X que vinha sendo desenvolvido há mais de 30 anos e que faria observações sem precedentes sobre a matéria escura do universo. E parece que esse equipamento é a “zebra” da exploração espacial: ele foi instalado no observatório Astro-E, que foi perdido durante seu lançamento no ano 2000, e também passou por problemas quando foi instalado no telescópio Suzaku, que deixou de funcionar por conta de um vazamento de hélio em 2005.

Apesar da perda irreparável, a JAXA conseguiu realizar algumas observações sobre aglomerados de galáxias com o Hitomi e publicará essas informações em revistas especializadas nos próximos meses.

Fonte: JAXA, Inovação Tecnológica