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Novo God of War é um excelente recomeço para a série

Por| 15 de Junho de 2016 às 09h09

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* Direto da E3, em Los Angeles (Califórnia)

God of War está de volta. Porém, quem esperava ver o retorno de Kratos no alto de sua fúria e ódio descontrolado, certamente se surpreendeu ao ver como ele está muito mais contido no novo game. A nova personalidade não é a única novidade dentro do game, que chegou à E3 deste ano repleto de muita pompa e logo se transformou em um dos queridinhos de toda a feira.

Também pudera. Mesmo tendo sido alvo de rumores várias vezes ao longo dos últimos meses, God of War ainda conseguiu impressionar os jogadores de diferentes formas. A começar pelo seu anúncio. A Sony abriu sua conferência nesta segunda-feira (13) com o game e colocou uma orquestra tocando o tema da série enquanto as cortinas se abriam para uma recriação do novo cenário. Ao invés das paisagens gregas, nos deparamos com as geladas terras nórdicas. E mal sabíamos que essa seria apenas a primeira grande mudança que estava a caminho.

Diante desse primeiro impacto, vimos um God of War completamente renovado. E é exatamente essa a proposta do diretor Cory Barlog, que já passou pela série no excelente God of War 2. Ele decidiu aproveitar esse retorno para dar a Kratos uma transformação pela qual ele mesmo passou ao longo desses quase 10 anos longe da franquia. Segundo Barlog, a paternidade fez com que ele enxergasse o mundo de outra maneira e que suas prioridades mudassem drasticamente. E ele queria que essa mudança de perspectiva também estivesse presente na figura do Fantasma Espartano, que agora volta a ser pai — e com uma barba de respeito, diga-se de passagem.

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Por conta disso tudo, a Santa Monica Studios está tratando o game como se fosse um “reboot” da série. Assim mesmo, com aspas, já que não é um recomeço como estamos acostumados a ver, em que tudo é reiniciado do zero, mas de uma reestruturação apenas em conceitos mais técnicos e não de enredo. Assim como o próprio herói, God of War é um recomeço para Kratos.

O garoto é a resposta

Para fazer com que o jogador sinta toda essa transformação na vida do herói, foi preciso inserir um novo personagem: seu filho. Não foi explicado quem é sua mãe e muito menos lhe foi dado um nome, mas já sabemos que ele possui uma importância fundamental dentro do game e que vai muito além de ser apenas uma muleta de roteiro como muita gente especulou. Não, ele não está ali apenas para morrer e motivar a sede de vingança do Fantasma Espartano. Na verdade, é possível que, desta vez, seja esse menino que queira se vingar.

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A demonstração apresentada durante a conferência da Sony é a mesma que está sendo mostrada durante a E3, em Los Angeles, mas a possibilidade de assistir ao trecho ao lado dos produtores nos ajuda a compreender um pouco melhor o que está acontecendo. E o que mais chama a atenção aqui é que há um sistema de experiência que deve ser usado para comprar novas habilidades e poderes. É algo que já existia anteriormente, mas que agora funciona a partir de pequenos desafios e não mais de apenas coletar orbes vermelhas.

E é aí que está o grande ponto de virada deste God of War. Nos dois momentos em que essa pontuação aparece, Kratos e seu filho estão fazendo atividades em conjunto. Na primeira, ambos estão explorando o mapa e, um pouco mais à frente, durante uma caçada. Todavia, quando o jogador recebe pontos pela flechada bem dada, quem está com o arco na mão é o menino e não o espartano. Seria um sinal de que o garoto será jogável?

Muito provavelmente. Pelo menos foi o que um dos desenvolvedores deu a entender. Sem querer ter seu nome divulgado, ele confirmou que os pontos de experiência que vimos aparecer na demo são mesmo do garoto e não de Kratos, o que mostra que o menino deve desempenhar um papel muito mais importante. De acordo com algumas teorias que já rondam por aí, ele pode ser o verdadeiro protagonista do título, já que, segundo esse produtor, o que vimos foi só uma introdução daquele personagem.

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E vamos combinar que a ideia de um novo começo para a série combina muito bem com essa passagem de bastão.

Influência de The Last of Us

Assim que as primeiras imagens de jogabilidade foram reveladas ao mundo, ficou claro o quanto God of War se inspirou em The Last of Us para construir esse novo clima. E não apenas pela ideia de termos o foco narrativo na relação de paternidade entre o protagonista e uma criança, mas também no clima mais intimista proposto e que está presente em todos os sentidos.

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O primeiro deles é na própria trama. Como o novo jogo não ignora os acontecimentos dos anteriores, temos então um Kratos imortal, que matou todas as divindades gregas por uma vingança louca e que agora vive como um deus escondido. Pelo que o diretor deu a entender, isso tudo envergonha o personagem e motiva sua ida para uma terra distante em busca de um novo começo.

A relação com a criança tem uma base muito forte a partir disso. Ao mesmo tempo em que ela tenta ser um grande guerreiro como seu pai, Kratos tenta fingir ser um humano comum enquanto carrega sua própria maldição. É o tipo de dicotomia que fez com que nos apaixonássemos por The Last of Us e que aqui aparece com um verniz um pouco mais mitológico e fantástico — mas igualmente interessante.

Outra influência vinda da série da Naughty Dog é a própria jogabilidade. A câmera ficou muito mais próxima do jogador, sobre os ombros, o que torna tudo mais intimista. Além disso, os combates foram simplificados para não serem mais um banho de sangue. Com movimentos menos acrobáticos, mas igualmente brutais, vemos Kratos enfrentando poucos inimigos com uma ferocidade ímpar, mas deixando claro que aquelas criaturas são desafios à altura de sua força e não mais pedaços de papel que trombavam à sua frente.

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Essa é uma evolução interessante, pois cria esse senso de urgência e perigo. É claro que isso pode ser apenas algo do trecho mostrado na conferência e na própria E3, mas já foi o suficiente para sugerir algo realmente bem diferente do que estamos acostumados a ver — e, bem, essa é a proposta, não é mesmo?

Visual mitológico

E é claro que não poderíamos deixar de falar sobre os gráficos de God of War. Mesmo recém-anunciado, o título já desponta como um dos mais bonitos desta nova geração, trazendo visual e personagens tão bem detalhados que é fácil confundir aquilo tudo com um filme.

E há uma razão bem simples para isso. Como os desenvolvedores explicam, a Santa Monica Studios quis criar uma experiência sem cortes. Isso significa que você quase não vê saltos entre as tomadas e a transição entre custscene e a parte jogável é quase imperceptível. E, por mais que a gente já tenha visto isso antes em outros jogos, parece que essa unidade vem com tudo ao lado do Fantasma Espartano.

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Apenas mais uma adição ao grande retorno de Kratos. E que retorno.