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Cientistas identificam genes que continuam ativos após a morte do organismo

Por| 24 de Junho de 2016 às 17h21

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Cientistas identificam genes que continuam ativos após a morte do organismo
Cientistas identificam genes que continuam ativos após a morte do organismo

Nesta semana, duas pesquisas divulgaram evidências de que algumas partes do corpo humano continuam a funcionar após morrer. As descobertas poderiam mudar a relação com doação de órgãos e horário da morte.

Após um estudo prévio identificar que determinados genes em cadáveres humanos continuam ativos por mais de 12 horas após a morte, a equipe da Universidade de Washington, liderada por Peter Noble, pesquisou atividades dos genes de ratos e peixes-zebra mortos. Ao contrário do que se pode pensar, em vez de encontrarem genes que levavam mais tempo para de "desligar", eles, na verdade, aumentavam as suas atividades.

Nos ratos, 515 genes registraram atividades totais por até 24 horas depois da morte. Nos peixes-zebra, 548 genes se mantiveram funcionais por quatro dias. Para confirmar as atividades, a equipe mediu os níveis flutuantes de RNA mensageiro (mRNA) no momento da morte e até 96 horas depois. O mRNA é como um manual que diz aos genes quais proteínas precisam ser produzidas por quais células, portanto, se há mais mRNA em uma célula, há mais genes ativos.

O ponto que merece destaque é que os genes pós-morte não eram comuns, mas genes que são acionados em emergências – como inflamações, ativação do sistema imunológico, stress de reação – e genes que são ativados para formar um embrião. "É chocante que genes de desenvolvimento sejam acionados após a morte", afirma Noble.

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No entanto, não foram identificados apenas genes benéficos em atividade. Os pesquisadores identificaram tipos que promovem o crescimento de células cancerosas nos animais.

Apesar de não serem potentes o suficiente para reanimar um cadáver, os genes pós-morte podem ter um grande impacto nos transplantes de órgãos. Estudos apontam que pessoas transplantadas têm maiores chances de desenvolver 32 tipos de câncer, incluindo linfoma, câncer de rim e fígado. "Enquanto transplantes salvam vidas, aumentam o risco de câncer nos recipientes em partes devido às medicações que controlam o sistema imunológico a fim de evitar rejeição", explica Eric A. Engels do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.

As medicações imunossupressoras podem explicar parcialmente o índice de câncer nesses pacientes, mas os genes pós-morte nos órgãos transplantados também podem ter uma relação com os dados. "Nós podemos obter muita informação da vida ao estudar a morte", observa Noble.

Os estudos já foram publicados, mas ainda não revisados. Noble e a equipe esperam que pesquisadores tenham acesso e critiquem o trabalho antes de submetê-lo a uma publicação oficial.

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Fonte Science Alert