Novo “Uber da saúde” está funcionando em algumas cidades do Brasil
Por Patricia Gnipper | 04 de Julho de 2016 às 06h26
O Uber revolucionou o mercado de transporte de passageiros ao oferecer corridas alternativas aos táxis tradicionais, permitindo o contato direto entre o motorista e o usuário e cobrando taxas atraentes, o que não agradou nem um pouco aos taxistas das cidades. Mas o conceito de solicitar serviços via aplicativo veio para ficar, e agora é a vez dos serviços de saúde passarem por essa revolução. Na semana passada falamos sobre o novíssimo Beep Saúde, disponível inicialmente apenas para Rio de Janeiro e São Paulo, e agora chegou a vez do Docway “abrir as portas” na capital paulista.
Lançado em 2015 em Curitiba, o Docway chega para facilitar a chamada por médicos em domicílio. O app está disponível para Android e iOS e, para começar a usá-lo, basta baixar, fazer o cadastro e procurar pelo médico de acordo com a especialidade e preço desejado. O agendamento da consulta é feito dentro do aplicativo mesmo. Já nos casos emergenciais, o usuário solicita a visita de acordo com a especialidade e o aplicativo escolherá o profissional disponível na sua localidade, garantindo que o médico chegará ao endereço em no máximo três horas (por um preço fixo de R$ 200). Para Fábio Tiepolo, CEO da Docway, “além de [o aplicativo] ser muito prático, a gente acredita que o sistema serve para resgatar o contato humano entre médicos e pacientes, renovando a tradição das visitas domiciliares”. Por enquanto, o app conta com cerca de mil médicos cadastrados, e cada um deles define o valor de sua visita, bem como a área da cidade em que deseja atender.
Fábio Tiepolo, CEO da Docway (Reprodução: Exame)
Para pagar, o usuário autoriza a cobrança em cartão de crédito pelo próprio aplicativo. Já quem tiver plano de saúde, poderá pedir o reembolso da administradora do seu plano posteriormente. Após a consulta, o paciente avalia o profissional que o atendeu, e essa avaliação será analisada pela equipe do Docway - mas, infelizmente, os usuários não têm acesso às avaliações sobre os profissionais. Essa informação é mantida em sigilo pelo app, já que o Conselho Federal de Medicina proíbe que esses dados sejam levados à público. Mas o CEO explica que “nosso algoritmo favorece os médicos que fazem mais atendimentos e os mais bem avaliados - esses aparecem na frente quando alguém faz uma busca”, e os médicos com avaliações negativas acabam sendo descartados.
Para o paciente, as vantagens são diversas: ser atendido na comodidade de seu lar sem passar por filas de espera e por processos burocráticos de consultórios e hospitais. Para o médico, também há vantagens, em especial no que diz respeito à remuneração. Tiepolo explica que “hoje, o SUS paga R$ 12 por uma consulta. Um plano de saúde privado paga R$ 30. Vale muito mais a pena para um médico cobrar R$ 100 ou R$ 150 para atender alguém em casa. A Docway fica com uma fatia de 15%”.
O sistema está disponível em sua cidade natal (a capital paranaense), e acaba de chegar a São Paulo. Outras cidades como Belo Horizonte e Manaus também já contam com os benefícios do Docway, que pretende ampliar seus serviços para o restante do país, tendo como próximos “alvos” as cidades de Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador. E ainda há planos de o aplicativo ser integrado ao Uber para facilitar ainda mais o processo.
Fonte: Exame