iOS está repleto de inteligência artificial, afirmam executivos da Apple
Por Patricia Gnipper | 25 de Agosto de 2016 às 07h43
Em uma conversa exclusiva ao site Backchannel, executivos da Apple afirmaram que há muita inteligência artificial e machine learning “escondidos” no iOS, indo muito além do que podemos sentir de mais óbvio na assistente Siri. Foram entrevistados nomes como Eddy Cue, Craig Federighi, Phil Schiller, Tom Gruber e Alex Acero, que revelaram detalhes sobre como a Maçã está aplicando essas novas tecnologias para aprimorar seu sistema operacional móvel e demais produtos e serviços.
Por exemplo, em 2014, a Siri ganhou uma espécie de “cirurgia cerebral” virtual, quando passou a ser capaz de reconhecer uma maior quantidade de comandos de voz. O machine learning, por exemplo, pode ser notado quando a assistente sugere o uso de determinados aplicativos com base no comportamento e interesses do usuário, ou ainda quando o iPhone lembra o usuário de um compromisso do qual ele foi informado em uma mensagem de texto, mas que acabou esquecendo de marcar no calendário.
O reconhecimento facial da câmera nativa do iOS é possível graças a tecnologias como o machine learning e a inteligência artificial (Reprodução: Backchannel)
O machine learning também está presente em outras partes do sistema. Um exemplo é quando o aparelho identifica uma chamada de alguém que não está na lista de contatos do usuário, mas que já enviou um e-mail a ele e, portanto, ficou “marcado” pelo sistema. Outro produto da Maçã cuja funcionalidade depende do machine learning é a Apple Pencil, que é capaz de diferenciar diferentes movimentos realizados pelo usuário, cada qual com sua devida função. A companhia também usa essa tecnologia para detectar fraudes na Apple Store, além de a aplicar para administrar a vida da bateria entre as recargas. Por fim, é graças ao machine learning que a Apple pode saber se o usuário do Watch está se exercitando ou somente andando por aí.
O Apple Watch é capaz de identificar se o usuário está sedentário demais e recomendar atividades físicas (Reprodução: Backchannel)
“O machine learning está nos permitindo dizer ‘sim’ para algumas coisas para as quais nos últimos anos nós teríamos dito ‘não’”, disse Schiller, que acredita que a tecnologia “está se tornando parte do processo de decidir em quais produtos trabalharemos na sequência”. Para o executivo, o machine learning está se tornando parte do dia a dia do usuário comum, sendo capaz de executar tarefas tão sutis que, ao se deparar com as sugestões e ações oferecidas, o usuário pode até pensar um “mas como é que isso é possível?”.
Apesar da adoção dessas tecnologias em seus produtos, os executivos não confirmaram que a companhia tenha uma equipe exclusivamente dedicada ao desenvolvimento delas para o iOS. O que se sabe é que a Maçã conta com “muitos” engenheiros trabalhando em IA e seus sub-campos. “Nós não temos uma única organização centralizada que seja o templo do machine learning na Apple”, disse Federighi. “Nós tentamos manter [as tecnologias] nas equipes que precisam aplicá-las para garantir a experiência do usuário”, completou.
Fonte: Backchannel