Pesquisa cria implante cerebral para digitação de textos
Por Leandro Souza | 13 de Setembro de 2016 às 17h54
Num futuro não muito distante, será possível digitar um texto sem precisar usar as mãos ou sequer a voz. Uma tecnologia foi capaz de ler sinais cerebrais e mover um cursor sobre um teclado em uma tela.
Em um exeperimento realizado pelo laboratório Bio-X, em Stanford, macacos foram usados como cobaias, transcrevendo passagens do New York Times e Hamlet em uma velocidade de doze palavras por minuto.
A inovação envolve o uso de um eletrodo implantado diretamente no cérebro, que lê sinais de uma região que comanda os movimentos de braços e mãos, como no movimento que uma pessoal normal faz ao movimentar um mouse de computador.
A tecnologia foi testada inicialmente com pessoas com paralisia, mas a digitação era lenta e imprecisa. A nova versão da tecnologia trouxe avanços na interpretação do cursor, sendo capaz de fazer as leituras com mais velocidade e precisão.
Segundo o bioengenheiro Paul Nuyujukian, os resultados mostram que a interface trazem grandes prospectos para o uso em humanos. "Ele já possibilita uma taxa de digitação rápida o suficiente para uma conversação com significado", afirmou Nuyjukian. Além disso, a leitura desses sinais pode no futuro abrir espaço para também ler emoções.
Para os pesquisadores, a tecnologia pode ser um marco para estabelecer comunicações com pessoas que perderam capacidades motoras e não são capazes de usar outras tecnologias como leitura de olhos. Um exemplo é o Stephen Hawking, que não consegue usar soluções de leitura ocular devido à problemas com suas pálpebras.
Além disso, o estudo provou que o sensor implantado pode se manter estável por diversos anos, sem perda de performance, o que também pode ser interessante caso ele venha a ser usado em humanos.