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Facebook é acusado de censura após excluir perfis de jornalistas palestinos

Por| 26 de Setembro de 2016 às 09h14

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Facebook é acusado de censura após excluir perfis de jornalistas palestinos
Facebook é acusado de censura após excluir perfis de jornalistas palestinos
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O Facebook parece não cansar de se envolver em polêmicas. Depois de ter confirmado que maquiou os números de audiência dos vídeos em sua plataforma, a rede social agora é acusada de ter censurado sete jornalistas palestinos nesse último fim de semana.

Editores de dois dos mais proeminentes jornais da Palestina tiveram suas contas no Facebook desativadas sem qualquer aviso. Ao todo, sete jornalistas do Quds e da Shehab News Agency se viram impedidos de usar seus perfis na rede social na última sexta-feira (23).

Censura

A atitude soou como censura aos palestinos, sobretudo depois de o Facebook ter firmado um acordo com Israel para impedir a veiculação de conteúdos que incitam a violência. Ambos os jornais, que juntos têm mais de 11 milhões de seguidores na rede social, fazem a cobertura dos territórios palestinos ocupados por Israel.

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No início deste mês, Glenn Greenwald já havia alertado sobre o que poderia acontecer com os árabes, muçulmanos e palestinos a partir do acordo entre a empresa de Mark Zuckerberg e Israel. Já para Ezz al-Din al-Akhras, supervisor do Quds, "é muito estranho que o Facebook tenha participado de um acordo desse tipo, principalmente devido ao fato de ele supostamente ser uma plataforma voltada para a livre expressão e jornalismo".

Ainda de acordo com al-Akhras, a atitude teve um gosto mais amargo porque o Quds funciona única e exclusivamente no Facebook.

Davi x Golias

Segundo o governo israelense, o incitamento a violência online é um dos principais motivos que levam aos ataques urbanos que vêm acontecendo há anos na Palestina. Diante disso, o país decidiu conversar com o Facebook de maneira a evitar que esse tipo de conteúdo se espalhe pela plataforma.

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Os palestinas, por outro lado, criticaram a atitude e argumentam que, na verdade, a violência nas ruas é fruto dos mais de 50 anos de ocupação militar israelense e não tem nada a ver com as redes sociais. Grupos de direitos civis acreditam que o acordo entre as duas partes infringe a liberdade de expressão.

Desculpas

Ainda no fim de semana, o Facebook se desculpou e disse que havia desabilitado as contas dos jornalistas "por engano".

"Os perfis foram removidos por engano e restaurados assim que pudemos investigar o caso", disse um porta-voz da rede social ao portal Electronic Intifada. "Nossa equipe processa milhões de relatos semanalmente e às vezes comete erros. Pedimos desculpas pelo engano".

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Via The Electronic Intifada (1) (2)