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Como a tecnologia ajudou a polícia a encontrar os suspeitos do ataque em Boston

Por| 22 de Abril de 2013 às 16h10

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Como a tecnologia ajudou a polícia a encontrar os suspeitos do ataque em Boston
Como a tecnologia ajudou a polícia a encontrar os suspeitos do ataque em Boston

Com um suspeito morto e o outro hospitalizado sob custódia da polícia, o caso do atentado da Maratona de Boston, nos Estados Unidos, teve uma resolução relativamente rápida — e a tecnologia contou muitos pontos a favor das autoridades norte-americanas durante a investigação.

O jornal The Washington Post publicou um artigo no último sábado que aponta a importância da combinação de fatores como policiais treinados, tecnologia e a ajuda dos cidadãos para resolver o caso. A publicação explica que apenas algumas horas depois do bombardeio, os investigadores já estavam sobrecarregados de evidências para analisar e testemunhas para ouvir.

Eles conseguiram encher um armazém localizado na região apenas com peças de roupas ensanguentadas que serviriam para buscar pistas forenses, além de servir de abrigo para a equipe que vasculhava centenas de horas de vídeos em busca de pessoas com atitudes suspeitas.

Edward Davis, delegado da Polícia de Boston, disse ao jornal que um agente teve que assistir ao mesmo segmento de vídeo cerca de 400 vezes. A ideia da equipe era construir um cronograma de imagens, seguindo a trilha de possíveis suspeitos e criar uma narrativa a partir de uma mistura de milhares de fotos de diferentes celulares e câmeras presentes no local do atentado.

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Esse trabalho foi decisivo para que os especialistas conseguissem encontrar e se concentrar na movimentação de dois homens com bonés de beisebol que carregavam mochilas pretas no meio da multidão, perto da linha de chegada da maratona, mas que saíram do local sem carregá-las.

As câmeras de segurança das lojas nos arredores do local do atentado e as imagens gravadas pelos smartphones dos cidadãos que acompanhavam a maratona foram imprescindíveis para ajudar a polícia a identificar os dois suspeitos. Foram quase duas mil pistas em formato de vídeos e fotos, o que quase gerou um problema de gestão para o departamento de polícia.

Mídias sociais e sua influência negativa nas investigações

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Foto dos suspeitos na maratona de Boston (Imagem: reprodução)

Por outro lado, a tecnologia também complicou a investigação policial: foi o caso das "investigações paralelas" feitas por usuários do Reddit. Por meio de um fórum no site, os usuários compilaram milhares de fotos e passaram a estudar e apontar suspeitos de acordo com suas próprias teorias, basicamente infundadas.

Os agentes disseram ao Wahington Post que a decisão de liberar as fotos dos dois homens suspeitos na última quinta-feira (18) foi tomada, em partes, para limitar o dano causado a pessoas que estavam sendo injustamente apontadas como suspeitos pelos internautas. Além disso, contas falsas no Twitter foram criadas em nome dos suspeitos para intimidar e ameaçar os policiais envolvidos no caso.

A perseguição

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A divulgação das imagens na mídia fez com que os irmãos suspeitos do ataque entrassem em ação para tentar fugir das buscas, tanto que no mesmo dia em que as imagens foram ao ar, a polícia atendeu um chamado de assalto, e ao examinar as imagens da câmera de vigilância, os oficiais perceberam que os dois homens se pareciam com os suspeitos do bombardeio.

Logo depois, um oficial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) foi morto a tiros e a polícia recebeu a denúncia de um assalto a mão armada seguido de roubo de automóvel nas proximidades do local. Os irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev teriam forçado o motorista do veículo a levá-los até um caixa eletrônico na região. A câmera de segurança do posto de gasolina onde eles pararam forneceu um vídeo com uma qualidade muito boa, mostrando o rosto dos suspeitos.

Durante um confronto violento com a polícia, ainda com o carro roubado, Tamerlan Tsarnaev foi baleado e morreu na mesma noite. A polícia identificou positivamente o suspeito por meio de suas impressões digitais.

A caçada ao irmão mais novo, que conseguiu fugir, continuou no dia seguinte, com um exército de nove mil homens a sua procura. Pouco antes de anoitecer, Dzhokhar foi descoberto escondido em um barco nos fundos de uma casa. A polícia utilizou uma tecnologia de imagem térmica para verificar que havia realmente alguém dentro do barco, e houve troca de tiros. Em seguida, os oficiais capturaram Dzhokhar.

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A tecnologia se tornou uma aliada para as autoridades, até mesmo em casos de menor expressão. Neste caso, especificamente, a presença de câmeras por todos os lados ajudou a detectar, identificar e encontrar os suspeitos, mas é preciso lembrar que também existem contras nessa relação polícia versus tecnologia. Contas falsas e investigações guiadas por pessoas sem experiência no assunto podem dificultar ainda mais o trabalho de quem realmente sabe utilizar a tecnologia a favor da resolução de crimes.

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