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'Um Manifesto Pela Verdade': leia a carta de Edward Snowden sobre espionagem

Por| 08 de Novembro de 2013 às 17h35

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'Um Manifesto Pela Verdade': leia a carta de Edward Snowden sobre espionagem
'Um Manifesto Pela Verdade': leia a carta de Edward Snowden sobre espionagem

A revista alemã Der Spiegel publicou no último domingo (3) uma carta escrita por Edward Snowden, o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) que vazou informações sobre o mega esquema de espionagem global comandado pelo governo norte-americano. Saiu na EXAME.

No texto intitulado "Um Manifesto Pela Verdade", Snowden faz um alerta aos usuários sobre os programas de monitoramento indevido dos EUA e de outros países do mundo. Ele acredita que essas organizações de vigilância não são apenas uma ameaça à privacidade, mas também colocam em risco a liberdade de expressão das sociedades.

De acordo com a revista alemã, o texto foi enviado criptografado para evitar ser rastreado. Junto ao texto, a publicação divulgou um artigo que defende a oferta de conceder asilo político para Snowden, que desde agosto vive asilado na Rússia. Assim como a presidente Dilma Rousseff, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também teve ligações telefônicas e e-mails espionados pelos Estados Unidos.

Leia na íntegra a tradução da carta aberta escrita por Edward Snowden:

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Um Manifesto Pela Verdade

Edward Snowden

"Recentemente, o mundo tem aprendido muito sobre inexplicáveis agências secretas e sobre programas de vigilância, por vezes, ilegais. Às vezes, as agências até mesmo tentam esconder deliberadamente sua vigilância de altos oficiais e do público. Enquanto a NSA e a GCHQ parecem ser os piores infratores – isso é o que os documentos atualmente disponíveis sugerem – não podemos esquecer que a vigilância em massa é um problema global e necessita de soluções globais.

Esses programas não são apenas uma ameaça à privacidade, mas também uma ameaça à liberdade de expressão e às sociedades livres. A existência de tecnologia de espionagem não deve determinar a política. Nós temos o dever moral de garantir que nossas leis e valores limitem os programas de monitoramento e protejam os diretos humanos.

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A sociedade pode apenas entender e controlar esses problemas através de um debate aberto, respeitoso e bem informado. Primeiramente, alguns governos, se sentindo envergonhados com as revelações de vigilância de massa, iniciaram uma campanha sem precedentes de perseguição para suprimir esse debate. Eles intimidaram jornalistas e criminalizaram a publicação da verdade. Nesse ponto, o público não é mais capaz de avaliar os benefícios dessas revelações. Ele relegou aos seus governos a decisão do que é correto.

Hoje, nós sabemos que isso é um erro e tais ações não servem ao interesse público. O debate que eles querem evitar irá ganhar espaço nos países ao redor do mundo. E, em vez de fazer mal, os benefícios para a sociedade desse novo conhecimento público serão claros, desde que reformas sejam propostas na forma de maior supervisão e uma nova legislação.

Os cidadãos precisam lutar contra a supressão de informações que são vitais ao público. Dizer a verdade não é um crime".