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Quatro razões para NÃO usar o Windows

Por| 06 de Janeiro de 2014 às 09h55

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Quatro razões para NÃO usar o Windows
Quatro razões para NÃO usar o Windows

Continuando a nossa série na qual listamos os motivos para não utilizar um determinando sistema operacional, que inauguramos com o artigo Quatro razões para não usar Linux, listando os principais problemas do sistema do Pinguim, agora é a vez demostrarmos os principais motivos para não utilizar o Windows. O argumento neste caso é o mesmo: nenhum sistema operacional é perfeito, já que, se fosse, todos o usariam, e com o Windows, em qualquer versão, não é diferente, com algumas falhas que até hoje não foram melhoradas mesmo após décadas de existência.

No caso do Windows em especial, que atualmente é o sistema pessoal mais utilizado do mundo, concentraremos nossas críticas no seu principal defeito: o licenciamento. O fato de ser utilizado pela maioria das pessoas não tem a menor correlação com qualidade superior. Não mesmo, como veremos no primeiro item, e certamente ele possui um bom número de vantagens, mas está longe de ser imune a críticas (Mac OS X: nos aguarde!!).

É popular pois é vendido à força

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Em um mundo ideal, ao comprarmos uma máquina teríamos a liberdade de escolher o sistema operacional que viria pré-instalado, não tendo um custo adicional (no caso de alguma variação do Linux). Porém, o que acontece é que praticamente qualquer PC, notebook ou Ultrabook vendido atualmente vem com o Windows instalado, e ele não é só pago como está longe de ser barato, versão conhecida como OEM (Original Equipment Manufacturer).

É isso: você paga sem nem mesmo saber, pouco importando a sua opinião. Segundo a Microsoft, basta não aceitar a licença de uso (EULA) e pedir o reembolso, mas só quem já fez isso sabe a dor de cabeça que é exigir um valor que você pagou à força de volta. Você liga para o fabricante (Dell, HP, Asus ou outro) e eles mandam você ligar para a Microsoft alegando que "não é problema deles". Você liga para a Microsoft e eles dizem que foi uma escolha do fabricante – e não deles – embarcar o Windows, então você deve pedir para o fabricante devolver o seu dinheiro (parte dois de "não é problema deles").

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Muitos usuários desistem do reembolso nessa dança de cadeiras, já que tanto o fabricante quanto a Microsoft fazem de tudo para não devolver o seu dinheiro. No Brasil isso é conhecido como venda casada, algo como "para comprar a cama você deve levar o colchão" e é ilegal, mas não do tipo ilegal, ilegal mesmo, apenas um "ilegal que o Governo está pouco se lixando para o consumidor", já que, se fosse um problema sério para as autoridades, isso não aconteceria. Tente não declarar o imposto de renda para a Receita para ver se o descaso é o mesmo.

Então o fato de ser extremamente "popular" nada tem a ver com a escolha do usuários, já que muitos nem sabem que não são obrigados a pagar pelo Windows. Muitos, inclusive, acham que ele vem de forma gratuita. Outros ficam satisfeitos por não serem obrigados a ter o trabalho de instalar um SO "do zero", escolha de quem prefere o Linux, mas podemos chutar que a porcentagem de uso do Windows seria bem menor se o usuário pudesse escolher qual deles seria instalado na hora da compra.

Nada é integrado ao sistema

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Depois de alguns anos usando o Windows, a impressão que fica é que a Microsoft faz com que ele seja obrigatoriamente incompleto para estimular a venda de outros softwares de terceiros. Essa é a verdade que poucos falam, já que quem prefere instalar o SO do zero sabe que, quando a instalação terminou, os drivers são instalados e ele é completamente atualizado, ainda há a segunda metade do caminho a percorrer.

Em primeiro lugar, o usuário tem que ir atrás de um pacote de segurança, já que o Windows está longe de ter a segurança embutida no sistema como o Linux e o Mac OS X. Até mesmo checar e-mails é uma tarefa perigosa para quem não tem pelo menos um antivírus, e com mais de 20 anos de existência isso pouco mudou. Ele até possui um "antivírus" e um "firewall" embutidos (e as aspas são merecidas), ou mesmo o Security Essentials do Windows 8 e 8.1, porém, se fossem bons mesmo não existiriam tantos gigantes de segurança como Kaspersky, ESET, Avast e AVG.

E outra: o usuário tem que ir atrás de praticamente todo tipo software. Paint é um editor de imagens? É piada isso? O Internet Explorer é outro problema. Embora tenha melhorado bastante, ainda não está no mesmo nível do Firefox e do Chrome, mas está lá e não pode ser desinstalado. Alguns países consideram isso tão ruim que obrigam a Microsoft a disponibilizar uma versão em que o usuário pode escolher o navegador. Pelo menos elimina o trabalho de abrir o IE e baixar outro browser.

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A lista vai longe, como é o caso de utilitários de otimização como o CCleaner e, até algum tempo atrás, até um simples leitor de PDF estava ausente. Com o valor que a Microsoft cobra pela licença (que pode chegar a até R$ 700), é pedir muito ter pelo menos um antivírus decente? Ou mesmo um editor de imagens gratuito e com um mínimo de qualidade? Aparentemente é. Mas pelo menos há soluções boas no mercado, então vamos ao próximo item.

Pirataria é um grande aliado do "sucesso" do Windows

Softwares piratas são uma realidade e a Microsoft é uma entre os maiores críticos dela – pelo menos é a imagem que a empresa quer passar, já que se ela não existisse, muitos usuários estariam pensando seriamente em mudar de plataforma. Vamos montar um cenário onde o usuário monta a sua própria máquina (ou seja, vem sem o sistema operacional), e pretende trabalhar com aplicativos gráficos, só para ter uma estimativa.

Esse usuário vai precisar, no mínimo, de uma licença do Windows, um antivírus (um de verdade, não o que vem com o Windows) e um editor de imagens. Só esses três custam, respectivamente, R$ 699 (Windows 8.1 Pro 64 bits), R$ 85 (Kaspersky Internet Security 2014) e até R$ 2500 no editor de imagens (Adobe Photoshop CS6 Standard – US$ 1159 sem impostos na loja da Adobe). Quanto você pagou no computador, mesmo?

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Ser legal (no sentido jurídico) está longe de ser barato. Bons softwares para Windows (além do próprio Windows) são alguns dos maiores exemplos de capitalismo selvagem, então não é surpreendente que a pirataria esteja tão presente para quem escolhe o Windows. Fabricantes de softwares pegam pesado nos preços, e até mesmo utilitários avançados de desempenho doem no bolso, caso dos R$ 120 do Auslogics BoostSpeed.

Não temos nada a favor da pirataria, mas não adianta defender o Windows e não ter pago por cada uma das "vantagens" dele. É quase a mesma coisa que tirar sarro dos carros dos seus amigos e andar de Passat comprado pelo pai, que é diferente de gastar uma fortuna em software e analisar se o investimento valeu a pena ou não.

Comprou, pagou e não levou

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Poucos até hoje tiveram coragem de ler a licença do Windows, e não é para menos, considerando o tamanho dela. Ela conta uma história interessante, utilizando termos técnicos e jurídicos relativamente complicados em páginas e páginas de leitura entediante para dizer que, bem, você pagou pelo Windows, mas ele não é seu. O que o usuário compra é o direito de uso, não o software, e a diferença, embora pareça sutil, é bem grande.

O que o usuário paga é o direito, limitado de todas as formas possíveis e imagináveis, para usar aquela licença naquela máquina daquela vez. Não é possível comprar uma máquina com o Windows, desinstalá-lo e instalá-lo em outra máquina. Ele fica preso somente àquela máquina, sendo uma das limitações mais marcantes da versão OEM. Aliás, não é possível nem ver como ele funciona, já que o código não é a aberto, então não é possível nem estudá-lo nem saber se ele está capturando os seus dados e mandando para a Microsoft.

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Outro ponto são as "versões" do Windows. A Microsoft desenvolve somente uma versão, colocando-a à venda com um nome chique, como "Pro" ou "Ultimate", e, a partir dela, cria versões mais simples, ou castradas. Basicamente ela remove recursos, chegando ao ridículo de não permitir a troca do papel de parede na versão Starter do Windows 7, sendo basicamente a grande diferença entre ela e a Home Basic.

Não conhecemos nenhum outro sistema que faça esse tipo de coisa. Só existe um Mac OS X, assim como somente um Ubuntu, um Linux Mint e um PC BSD. A variação dessas distros fica por conta do tipo de interface gráfica, não de recursos. É importante ter em mente essas limitações na hora de comprar uma máquina, já que, depois de aceitar a licença, não há nada que o usuário possa fazer.

Conclusão

O Windows é sim um sistema de qualidade e com boa facilidade de uso, mas apresenta suas limitações como qualquer outro. Entre ele, uma distro Linux e o Mac OS X, a escolha é uma questão de priorizar as vantagens e lidar com as desvantagens, e no caso do Windows, podemos dizer que a principal desvantagem é que o usuário deve ir atrás de uma série de recursos que já são incluídos por padrão nos concorrentes, em que a segurança é a limitação mais patente.

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Não acham coincidência que a Microsoft não cobrou pela atualização do Windows 8 para o 8.1? Em nossa opinião, ela fez isso pois forçou demais a barra com o Windows 8, removendo o famoso Menu Iniciar, mudando radicalmente a interface e causando revolta de muitos usuários. Até hoje o Windows 8 tem dificuldades em se popularizar, em especial por não atender às exigências de muitos usuários, algo que o Linux e mesmo o Mac OS X fazem com mais frequência.