Microsoft e Netflix testam novo padrão para o serviço de streaming
Por Felipe Demartini | 11 de Fevereiro de 2014 às 18h09
Em preparação à chegada da segunda temporada da série House of Cards, no próximo dia 14 de fevereiro, a Netflix e a Microsoft estão testando o que pode ser um novo padrão para o serviço de streaming. Em uma página de testes, é possível assistir a um vídeo do show sem a necessidade de instalar o Silverlight, que até agora é obrigatório para todos que quiserem utilizar a plataforma.
Trata-se do HTML5, que pode vir a substituir o padrão no futuro, mas que agora conta também com um sistema de DRM embutido, um fator que vinha impedindo o Netflix de usar o formato até agora. Com a novidade, o uso do serviço seria facilitado, na mesma medida em que a gravação do conteúdo exibido na tela e até mesmo sua utilização em navegadores não-certificados seria bloqueada.
No teste, por exemplo, o clipe de House of Cards só pode ser visto por quem utiliza o Internet Explorer 11 no Windows 8.1. A novidade é fruto de uma parceria entre a Microsoft, a Netflix e o W3C (Worldwide Web Consortium), organização que estipula padrões para a internet e luta para mantê-la transparente e mais segura possível.
Justamente por isso, o grupo vem sendo criticado por sua aliança com as duas empresas para aplicação do DRM no HTML5. O projeto baseia-se em duas extensões ao padrão: uma capaz de criptografar a mídia para reproduzir o conteúdo e a segunda que utiliza JavaScript para gerar fluxos e efetivamente realizar a exibição do conteúdo a partir de uma página.
Tais elementos, porém, são de preocupação para um conglomerado de 27 empresas, que redigiu uma carta aberta contra o que está sendo chamado de “Hollyweb”, ou seja, a chegada de empresas de cinema, e também de suas práticas, à rede. Em documento publicado em maio de 2013, o grupo considera a ideia desastrosa, principalmente por integrar softwares, tecnologias e interesses que não são livres à web, resultando na aplicação de modelos econômicos e de mercado.
A nova tecnologia ainda está em caráter de testes e não tem data prevista para ser implementada, se é que realmente será. A Netflix e a Microsoft também não se pronunciaram sobre a discussão.