Queda na venda de computadores em 2014 será menor que o esperado, afirma IDC
Por Jones Oliveira | 10 de Julho de 2014 às 17h03
Não importa quando os relatórios de venda de computadores são divulgados, todos eles constatam que a indústria está em declínio. Depois da Gartner divulgar suas previsões para este ano, agora é a vez do IDC prever aquilo que todos já estão cansados de saber.
A diferença do relatório divulgado pela consultoria especializada no mercado de tecnologia é que ele adota um tom mais otimista sobre o futuro daqueles que já foram soberanos nos lares de todo o mundo. De acordo com os resultados preliminares divulgados nesta quarta-feira (09), a indústria experimentará uma queda de aproximadamente 1,7 ponto percentual, o que é apontado por alguns especialistas como "um possível retorno".
O número, segundo a companhia, é inferior ao previsto no ano passado para 2014. Há um ano, relatórios apontavam que o declínio giraria na casa dos 7,1%, mas, no fim das contas, o que estamos vendo em relação ao ano passado é uma redução de 75,7 milhões de PCs vendidos para 74,4 milhões – ou 1,7%. "O número para este segundo trimestre é inferior ao previsto no ano passado e vem sendo patrocinado pela substituição de computadores nas empresas e novo interesse dos consumidores por produtos do tipo", afirmou o IDC num comunicado.
Tais atitudes podem ser justificadas com o encerramento definitivo do suporte ao Windows XP, ainda um dos sistemas mais utilizados em todo o mundo. Com a recusa da Microsoft em estender o suporte ao sistema lançado em 2001, empresas e usuários domésticos se veem numa sinuca de bico e forçados a comprarem novas máquinas com a versão mais recente do software, o Windows 8.
Dois analistas da firma de consultoria ainda apontam outros fatores que estão contribuindo para que o tropeço da indústria neste ano seja menor. Para Jay Chou, a popularização de opções mais baratas, mais notadamente os Chromebooks, tem contribuido para que o prejuízo diminua. Já Loren Loverde aposta nos estoques encalhados do ano passado: "esse fortalecimento é patrocinado pelas baixas vendas do ano passado. Agora as máquinas estão sendo vendidas a preços inferiores e atraindo a atenção do consumidor".
Apesar das previsões já serem suficientes para preocupar qualquer presidente executivo do ramo, há empresas que conseguiram combinar para um crescimento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos Estados Unidos, por exemplo, HP e Dell cresceram num ritmo mais acelerado que o mercado. "Aproveitando-se das férias de verão das escolas e as vendas do período de festividades de fim de ano, é possível que o mercado norte-americano permaneça no verde", afirmou o IDC.
Além disso, a companhia ainda divulgou uma tabela comparativa mostrando a participação de mercado e quantidade de unidades vendidas pelos 5 maiores players do mercado mundial. Confira-a abaixo:
Top 5: venda mundial dos maiores fabricantes no Q2 de 2014 (em milhares de unidades)
Fabricante | Vendas Q2 2014 | Mercado Q2 2014 | Vendas Q2 2013 | Mercado Q2 2013 | Crescimento 2014/2013 |
1. Lenovo | 14.563 | 19,6% | 12.648 | 16,7% | 15,1% |
2. HP | 12.644 | 18,3% | 12.377 | 16,4% | 10,2% |
3. Dell | 10.448 | 14% | 9.230 | 12,2% | 13,2% |
4. Acer | 6.120 | 8,2% | 6.273 | 8,3% | -2,5% |
5. ASUS | 4.614 | 6,2% | 4.466 | 5,9% | 3,3% |
Outros | 24.974 | 33,6% | 30.661 | 40,5% | -18,5% |
TOTAL | 74.362 | 100% | 75.656 | 100% | -1,7% |
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Fonte: IDC/Julho 2014