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Quando é a hora de trocar de PC?

Por| 12 de Setembro de 2014 às 09h37

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A pergunta pode parecer simples, mas a resposta não é tão imediata quanto parece. A cada ano que passa, novas gerações de componentes aparecem no mercado e nos fazem querer fazer um upgrade aqui e ali, especialmente se nossas máquinas começam a apresentar defeitos. Um superaquecimento aqui, uma tela azul ali ou mesmo lentidões passam a se tornar constantes e irritantes. Isso significa que está na hora de trocar o PC, correto? A verdade é que depende.

Montamos um artigo especialmente dedicado para quem está considerando trocar de máquina, mas não sabe se vale a pena tentar consertá-la antes de sair por aí pesquisando preços. Com algumas dicas, vamos tentar responder as questões de quem pretende continuar utilizando um PC e o que levar em consideração na hora do upgrade.

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Cuidado com conselhos "newbies"

Quando o PC começa a dar problemas e o usuário não sabe o que fazer, geralmente ele pede ajuda. Alguns correm para fóruns sobre o assunto, outros escutam conselhos do sobrinho do primo do tio que diz que "manja pacas" de informática e é aí que começam os problemas. Uma dica: se você explica o seu problema (minha máquina está superaquecendo, por exemplo) e recebe um diagnóstico definitivo em poucos segundos sem que ao menos alguém olhe para o seu PC (coisas como: "putz cara, troca a memória, o HD e a fonte que tá tudo certo), você já sabe por onde NÃO começar.

A boa e velha tela azul

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Diagnosticar o que está acontecendo com um PC envolve, na maioria das vezes, muitas variáveis. Quem realmente pretende ajudar geralmente tem uma ideia do problema e tenta ajudar a partir daí. Por exemplo, no caso do superaquecimento, a primeira coisa a se fazer é abrir o gabinete para ver o estado dos componentes. Se está tudo dentro do esperado, hora de tentar outras alternativas, mas seguir a dica de um "especialista" às cegas pode fazer com que você gaste uma grana sem necessariamente resolver o problema.

"Tem um gato de pelos dentro do meu PC"

Pensando nisso, vamos começar falando um pouco sobre limpeza de gabinete. Muitos dão menos importância para esse ponto do que deveriam, já que um gabinete cheio de poeira pode ser a causa de vários problemas comuns, indo do desligamento repentino da máquina até superaquecimento dos componentes. O motivo? Na melhor das hipóteses, o gabinete só estará sujo, o que pode fazer com que os componentes internos percam a capacidade de resfriamento natural em contato com o ar.

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Parece inofensivo, mas os componentes geram calor quando ligados. Uma camada de poeira pode atrapalhar a capacidade de trabalho deles com o tempo

Até aí, sem grandes problemas, mas pode ficar mais sério. Dependendo da camada de poeira, ela pode atrapalhar o funcionamento dos coolers, ou mesmo travá-los, algo que começa a ser preocupante no caso do processador e que pode causar grande parte dos problemas de superaquecimento. Pior ainda, pode ligar dois contatos internos, dar um curto e causar o desligamento repentino da máquina e a simpática tela azul (ou Kernel Panic).

Em casos mais severos, o excesso de poeira pode travar o funcionamento dos coolers, algo que pode ser especialmente perigoso no caso do processador e da placa de vídeo

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A recomendação é abrir o gabinete e limpá-lo a cada 6 meses, com a frequência variando dependendo das condições do ambiente. Por exemplo, se você possui gatos ou cachorros em casa, o melhor é fazê-lo com mais frequência. E aqui entra algo igualmente importante: usar materiais antiestáticos e limpar com muito, mas muito cuidado, e, claro, limpar com o computador desligado. Um pincel é uma das melhores ferramentas para isso.

O pincel é uma das melhores ferramentas para tirar o excesso de poeira dos componentes

Se não resolver, está na hora de "escutar o que o seu PC tem a dizer".

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Sinais físicos

Por mais que desktops sejam bastante robustos e funcionem por vários anos sem dar problemas, não duram para sempre. Porém, a vantagem é que ele é modular, com peças que podem ser substituídas e permitir que ele funcione por mais algum tempo. Mas antes de começar a procurar preços dos componentes que estão provavelmente dando problemas, o ideal é ter certeza de qual é o problema e ver se realmente é necessário trocar alguma coisa.

Aqui também vale considerar problemas de software. Por exemplo, se você faz uma operação e a máquina desliga, mas que não exigiria tanto de um componente em particular, o problema pode ser vírus ou incompatibilidade de programas. Se você instalou um programa e a máquina começou a dar problemas, talvez desinstalá-lo resolva sem maiores problemas.

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O OCCT faz com que os componentes trabalhem no máximo, sendo possível identificar qual deles está esquentando mais do que deveria

No caso do superaquecimento, por exemplo: você faz overclock? Dependendo do nível do overclock, baixar um pouco a tensão do processador pode resolver o problema. No caso de CPUs funcionando normalmente, um underclock pode resolver, o mesmo valendo para a GPU e formas particulares de lidar com diferentes componentes. De todo modo, a forma de identificar esses problemas é através de testes de estresse, que colocam determinados componentes (ou a máquina toda) para funcionar com 100% da capacidade.

A lista é longa e em geral são programas gratuitos, caso do OCCT (CPU, GPU, PSU), HeavyLoad (CPU, GPU, HDD/SSD, memória RAM) e assim por diante. Com programas do tipo fica mais fácil ver qual componente está dando problema e decidir se está na hora de pensar em soluções locais ou upgrades.

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O que considerar na hora de fazer um upgrade

Quando dizemos "solução local", queremos dizer que trocar um componente (como um pente de memória ou um cooler de CPU) garante que a máquina continuará funcionando. Porém, dependendo da data de nascimento da máquina, isso pode sair caro ou não fazer sentido a longo prazo.

Placa de vídeo nova de alto nível em um PC antigo: péssimo negócio

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Por exemplo: digamos que a sua máquina seja antiga, ainda com memórias DDR. Se você possui dois pentes e somente um está apresentando problemas, vale mais usar apenas um pente do que comprar um novo, já que elas não são mais fabricadas e são relativamente difíceis de serem encontradas. Se o PC for utilizado somente para tarefas casuais, essa é uma boa solução, mas não se atrapalhar demais o desempenho.

Algumas GPUs, mesmo que antigas, ainda são capazes de atender à maioria dos usuários por um bom tempo. Vale mais a pena mantê-las do que comprar uma nova mais básica

Outro ponto é que não vale a pena colocar um motor de Porsche em um Fusca. No caso de uma GPU defeituosa, por exemplo, comprar um modelo top pode ser um problema por dois motivos. O primeiro é que, dependendo da configuração do resto do PC, o ganho de desempenho será quase nulo, já que ele não foi projetado para lidar com uma placa de vídeo mais nova.

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Na hora de fazer um upgrade, é importante ver se a sua fonte de energia é capaz de lidar com o consumo de energia adicional

Ter uma GPU excelente com uma placa-mãe antiga e processador que não é capaz de acompanhá-la é desperdiçar dinheiro. O segundo é que pode ultrapassar a capacidade da sua fonte de energia. Algumas placas de vídeos modernas passam facilmente dos 300 watts de consumo, o que pode obrigar o usuário a comprar uma nova fonte, mas que ainda assim não trará o ganho desejado.

Upgrade ou trocar

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Fazer um upgrade pode resolver o problema no curto prazo, mas basta colocá-lo para que o "tic-tac" recomece e algum outro componente apresente problema, em especial em máquinas bem antigas. Se o upgrade for barato, como trocar o cooler ou um módulo de memória, vale a pena, já que garante uma sobrevida em casos de PCs que ainda dão conta do recado.

Porém, a tecnologia avança muito rápido. Enquanto há poucos anos uma máquina com dois núcleos era raridade, hoje modelos quad-core são bastante acessíveis, 4 GB de memória RAM é considerado pouca coisa e mesmo GPUs integradas batem de frente com as dedicadas intermediárias de pouco tempo atrás, sendo capazes de rodar alguns games sem grandes problemas. Vale mesmo a pena continuar ressuscitando a máquina atual?

Quando os problemas começam a ser frequentes está na hora de comprar uma nova máquina. Geralmente quem monta as suas próprias máquinas até fica ansioso com o processo, escolhendo cuidadosamente os seus componentes, pesquisando preços, esperando as peças chegarem, colocar tudo em cima da mesa com todos aqueles pequenos prazeres de montar peça por peça.

Para quem compra PCs prontos, aqui vão duas dicas: por mais que seja financeiramente doloroso, o ideal é comprar um PC que continue rápido por pelo menos dois anos. Nada de comprar configurações que ficam lerdas do dia para a noite e que podem até funcionar sem problemas, mas mal conseguem lidar com algumas abas do navegador abertas ao mesmo tempo.

Estamos em contagem regressiva para que as memórias DDR4 cheguem ao mercado, assim como SSDs M2 e outras inovações. Não vale a pena continuar com a máquina atual e ter acessa a tecnologias melhores em pouco tempo?

Outro ponto é que marca importa, sim. Comprar online é quase um problema nessas horas, pois não é possível olhar dentro do PC para ver se ele presta. Se a loja colocar o modelo correto do processador (nada dessa palhaçada de "AMD dual-core" ou "Intel dual-core"), o fabricante da placa-mãe (pelo menos o chipset) e detalhes de cada um dos componentes, já é o suficiente para começar. Quem omite, garantimos, omite por vergonha de mostrar e raramente a surpresa não é boa.

Para finalizar, recomendamos fazer upgrades que façam sentido. Trocar uma máquina intermediária mais antiga por uma básica atual é trocar 6 por meia dúzia. Por exemplo, trocar um Core 2 Duo por um Core i3 ou Pentium Dual-core? Má ideia. GTX 470 por GTX 740? Mesma coisa. Nesses casos, vale mais a pena consertar a máquina atual.

Conclusão

Há vários outros pontos a se considerar, é claro, mas esses daqui dão uma boa base de onde começar. A melhor escolha entre trocar de PC ou fazer um upgrade envolve dados particulares de situação para situação e muitas vezes o usuário busca ajuda e acaba ficando mais confuso do que estava antes. A internet, em geral, tem bastante ruído neste caso em particular e muitas vezes gasta-se dinheiro trocando um componente sem resolver o problema.

Alguns dizem que se o valor do upgrade passar de 50% de uma máquina nova, o ideal é trocar tudo. Besteira. Não existe um valor fixo para tomar a decisão. O que existe é a necessidade de resolver um problema da forma mais correta e barata possível. Por exemplo, uma máquina que já estava lenta pode apresentar problemas e o upgrade, mesmo que barato, vai fazer com que ela continua se arrastando para funcionar. O contrário também é válido: uma máquina nova pode ser barata, mas consertar a atual pode ser mais benéfico e barato do que comprá-la e ter um desempenho final pior.

Por último, uma dica: comprar um SSD é um dos melhores upgrades que o usuário pode fazer em qualquer configuração. Ele elimina o principal gargalo de uma máquina moderna, o disco rígido, e mesmo que no futuro você compre uma máquina novinha em folha, é possível reaproveitá-lo. Os preços deles diminuíram bastante, então vale a pena dar uma pesquisada.

E você, usuário? Quais dicas pode dar para quem está em dúvida entre fazer um upgrade ou trocar a máquina? Conte para nós nos comentários!