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Como proteger suas imagens e informações no iCloud

Por| 02 de Setembro de 2014 às 15h10

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Como proteger suas imagens e informações no iCloud
Como proteger suas imagens e informações no iCloud

O iCloud está no centro das atenções desde o último domingo (31), mas pelos motivos errados. Uma falha nos sistemas de proteção do serviço da Apple teria sido a responsável pelo vazamento de mais de uma centena de fotos e vídeos íntimos de celebridades como Jennifer Lawrence, Kirsten Dunst, Victoria Justice, Mary Elizabeth Winstead, Kate Upton e outras.

O problema está relacionado ao serviço de localização Find My iPhone, que serve para encontrar aparelhos perdidos ou roubados e realizar várias ações remotamente, como bloqueá-los ou fazer com que eles emitam sons. De acordo com especialistas em segurança, a tela de login do serviço não possuía nenhum tipo de proteção contra sucessivas tentativas de login, o que permitia que os usuários mal-intencionados ficassem tentando combinações infinitamente.

Essa é a receita completa de um ataque de força bruta, que utiliza softwares de montagem de senhas aleatórias para tentativas de login infinitas. Basta ter o email da vítima e um pouco de paciência. Pode demorar, mas em algum momento, o acesso será liberado – e foi exatamente isso o que aconteceu.

De posse de uma conta do iCloud, hackers podem baixar todas as informações de seu iPhone ou iPad, coisas como lista de contatos, fotos e vídeos, sem nunca terem chegado perto de seu dispositivo. Não é a primeira vez que uma invasão ao sistema da Apple acontece e o resultado, normalmente, é o mesmo.

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A boa notícia é que a falha responsável pelo Fappening, como vem sendo chamado, já teria sido corrigida, mesmo com a Apple não tendo se pronunciado sobre o assunto. Mesmo assim, o dano já está feito e as imagens estão disponíveis na internet. Por mais que muitos serviços estejam as deletando ostensivamente, encontrá-las é uma tarefa relativamente simples, bastando apenas uma busca no Google.

Sendo assim, quem tem informações sensíveis em seus celulares ou tablets pode tomar algumas medidas preventivas para evitar que os dados acabem caindo na internet. É claro, pessoas comuns são alvos bem menos visados do que gente famosa, mas em um mundo de hackers cada vez mais arrojados, espionagem governamental e uma privacidade cada vez menor, todo cuidado é pouco.

O tutorial apresentado aqui foi baseado em uma matéria publicada pelo site Mashable e indica algumas maneiras de evitar que os arquivos sejam hospedados no iCloud ou, então, controlar exatamente o que está sendo hospedado por lá.

Compartilhamento de fotos

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É claro, a busca por uma segurança maior tem seu preço. E ele é cobrado na praticidade de uso. Ao mesmo tempo em que o iCloud pode constituir uma ameaça à integridade de seus dados, ele também funciona para garantir uma melhor utilização entre diversos aparelhos da Apple. No caso específico das imagens, isso se traduz em uma opção que compartilha as imagens tiradas em um dispositivo entre todos os outros vinculados à mesma conta.

Isso inclui não apenas iPhones e iPads, mas também Apple TVs e computadores da Maçã. Sempre que uma conexão Wi-Fi estiver disponível, o iOS automaticamente faz o upload das fotos para o iCloud e as compartilha com todos os dispositivos. Lá, elas ficam armazenadas por 30 dias.

Para saber se o seu aparelho está com esse tipo de recurso ativado, basta abrir o aplicativo Fotos do iOS. Além do tradicional “Rolo de Câmera”, caso você veja uma pasta de nome “Meu Compart. De Fotos”, isso significa que a função está ligada e suas fotos estão sendo hospedadas automaticamente no iCloud. Isso vale até mesmo para quem só possui um aparelho da Apple. Nesse caso, os dados ficam armazenados na nuvem para fins de backup.

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O processo para desabilitar o recurso é simples. Basta acessar o menu de Ajustes do aparelho, selecionar a opção iCloud e, em seguida, clicar em Fotos. Na tela seguinte, são duas as opções. Basta desabilitar a primeira, “Meu Compart. De Fotos”, para interromper o upload automático para o serviço. Fique atento para a mensagem que aparece a seguir, já que o desligamento da função fará com que todas as imagens compartilhadas – ou seja, que não foram produzidas por seu próprio aparelho – sejam apagadas.

Caso não queira abrir mão do serviço como um todo, basta abrir a pasta de compartilhamento de fotos e deletar as imagens comprometedoras. Elas desaparecerão de todos os dispositivos conectados e ficarão disponíveis, caso ainda existam, apenas no aparelho em que foram produzidas. O processo é idêntico ao de apagar imagens comuns, pelo Rolo da Câmera.

Outras informações

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Apesar de apenas imagens e vídeos terem sido vazados na rede, o iCloud também é um serviço de backup na nuvem. Ou seja, dependendo das configurações de seu aparelho, outros dados, como a lista de contatos, histórico de navegadores, aplicativos baixados e até documentos também podem ser hospedados na nuvem e constituir um risco tão grande ou maior que as suas imagens íntimas.

Por isso, vale a pena dar uma olhada nas configurações do iCloud para ver exatamente o que está sendo hospedado nos sistemas da Apple. Para fazer isso, mais uma vez, vamos acessar o menu de Ajustes e, em seguida, a opção iCloud. A tela exibe de maneira simples todos os elementos que podem ser salvos no serviço e quais estão ativados e funcionando de forma semelhante ao Compartilhamento de Fotos, ou seja, com as informações sendo sincronizadas entre todos os dispositivos conectados à mesma conta.

Alguns são autoexplicativos, outros, porém, podem parecer um pouco complexos. É o caso, por exemplo, da opção Chaves que, se ativada, faz o upload de senhas de acesso e dados de cartões de crédito. A ideia, aqui, é que tais dados sejam compartilhados entre todos os aparelhos conectados e estejam disponíveis de maneira mais fácil para os usuários. Cabe a cada um pesar o risco envolvido e optar pelo que acreditar ser melhor.

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Vale a pena também dar uma olhada na opção “Armazenamento e Backup” para ativar ou não o Backup do iCloud. Essa função não realiza o compartilhamento de informações, mas da mesma maneira, hospeda todas as informações do seu aparelho na nuvem. Imagens, contatos, lista de chamadas, aplicativos e todos os dados armazenados em seu celular ou tablet ficam hospedados nos servidores da Apple, de forma que você possa baixá-los rapidamente de qualquer computador caso compre um novo gadget ou tenha que resetar algum dos que já possui.

Mais uma vez, é uma medida de praticidade, mas para quem se preocupa com a integridade dos próprios dados, pode não ser uma opção. Se desejar, é possível interromper completamente o upload de backups para o iCloud e fazer isso localmente, em seu próprio computador, por meio do iTunes. Assim, todas as informações ficam em um local sob maior controle do usuário.

Proteja suas senhas

Seja quais forem as opções de backup e compartilhamento que você escolha ativar em seu aparelho, uma coisa é fundamental: você precisa ter uma senha segura. Nada de datas de nascimento, nome do cachorro ou qualquer tipo de informação que seja fácil de ser localizada. E nem pense em facilitar a sua vida usando a mesma senha de outros serviços. O preço por essa mera facilidade pode ser alto e o arrependimento, maior ainda.

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Para os sistemas do iTunes e iCloud, a Apple exige senhas complexas, com oito ou mais caracteres e contendo um número e pelo menos uma letra maiúscula e outra minúscula. Mas, mesmo assim, tais técnicas já são manjadas pelos hackers e dificilmente constituem um desafio caso você use algo como “Nomedamãe1” para proteger suas informações. Aqui, essa palavra nem se encaixa, para ser sincero.

Por isso, seja criativo e, se possível, aleatório. Utilize combinações randômicas de letras e números e use e abuse do espaço disponível, criando sequências de dez ou mais caracteres. Algo como “Xa254VeeZiURJ45”, criando senhas que podem ser bastante complicadas de serem lembradas e até mesmo digitadas, mas por outro lado, garantem uma proteção adicional.

Uma dica dada pelo Mashable para criar senhas aleatórias mas fáceis de serem lembradas é utilizar palavras randômicas e não relacionadas entre si, com números nos intervalos. Algo como “poster2gaveta56espacosideral18” pode funcionar quase como que no exemplo anterior, mas constitui um conjunto mais coeso e simples de ser memorizado.

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Por último: nem pense em usar outro serviço da nuvem para compartilhar um documento de senhas entre todos os dispositivos e ter acesso de qualquer lugar. Isso trai o próprio propósito de se proteger e, caso a plataforma em questão seja hackeada, o invasor terá acesso a todas as suas informações de uma só vez.

Caso tenha a memória fraca, prefira opções locais. Crie um documento em seu próprio computador e o oculte em alguma pasta que só você conheça a localização, ou então, escolha o bom e velho conjunto papel e caneta para anotar suas senhas e guardá-las em um local seguro. Mais uma vez, um pouco de trabalho pode garantir sua tranquilidade.

Autenticação em dois fatores

A situação pode ser caótica e apocalíptica, e você tem razão em sentir vontade de jogar seus gadgets no lixo e voltar ao mundo da máquina de escrever. Mas não é para tanto. Apesar de suas falhas e eventuais vazamentos, os serviços na nuvem costumam ser seguros e, seguindo passos como o de proteção de senhas e cuidando especialmente de arquivos mais sensíveis, você não deve ter dor de cabeça.

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De forma a garantir mais segurança a seus usuários, a Apple disponibiliza para contas do iTunes e iCloud o mecanismo de autenticação em dois fatores, que adiciona uma etapa a mais, além da digitação da senha de acesso, para acesso às informações. Basicamente, um hacker precisaria ter não apenas o login e chave de sua conta, mas também acesso físico ao seu celular e tablet, antes de acessar seus dados.

Para ativar a camada adicional de segurança, visite o site da Apple, na seção My AppleID. Escolha “Gerenciar seu ID Apple” e faça o login com email e senha. Então, selecione a opção Senha e Segurança e, na sequência, clique na palavra “Iniciar” sob o texto que explica o que é a verificação em dois passos.

Assim, toda vez que quiser acessar sua conta da Apple ou fazer alterações nela, você receberá um código numérico em seu dispositivo. A senha deve ser digitada junto com as informações normais de login para que seu uso seja liberado e a utilização somente será possível dessa maneira.

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Na primeira vez que utilizar a camada, você também receberá um código de segurança, que deve ser guardado em um local seguro e utilizado caso a senha seja esquecida ou você perca seu aparelho. Assim, sua conta não fica trancada para sempre e você garante uma proteção adicional às suas informações. Mais uma vez, evite guardar essa sequência em outros serviços de compartilhamento na nuvem.