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UC Browser: uma alternativa leve e ágil para o feijão com arroz dos navegadores

Por| 01 de Abril de 2015 às 08h30

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Poucas áreas de software são tão restritas quanto a de navegadores web e embora haja inúmeras opções nesse segmento, são raras as vezes que vemos alguém saindo do "feijão com arroz" oferecido por Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome.

Esse fato também é realidade nos dispositivos móveis, onde a oferta e diversidade de apps é maior e startups e pequenas empresas buscam se diferenciar das gigantes Microsoft, Google e Apple com soluções atraentes e repletas de recursos que saltam aos olhos dos usuários. É o caso, por exemplo, da chinesa UCWeb e do navegador UC Browser.

Presente nas mais diversas plataformas mobile, desde o quase falecido Symbian, passando por Windows Phone, iOS e Android, a empresa afirma que o app já possui mais de 400 milhões de usuários em todo o mundo. Curiosos, nós fomos conferir quais os diferenciais do navegador, o que ele tem de bom e de ruim.

Primeiras impressões

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Nesta análise nós usamos o UC Browser por quatro dias seguidos tanto no iPad (iOS) quanto num smartphone Android. Logo de cara, em ambos os sistemas, o navegador prega a filosofia de "internet mais rápida". A ideia da companhia chinesa é comprimir os dados para agilizar a navegação do usuário, independente de qual plataforma ele esteja.

Depois de se apresentar desta forma, o navegador dá as caras pela primeira vez e pelo menos no iPad se mostra semelhante a concorrentes como Safari e Chrome. Nesta plataforma, a grande diferença fica por conta da tela inicial que oferece uma espécie de "discador rápido" com os atalhos dos sites preferidos do usuário.

O "discador rápido" oferece acesso facilitado aos sites preferidos do usuário a partir da tela inicial do UC Browser (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

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Na plataforma da Apple, outro recurso que chama atenção na tela inicial é o "Social Links", que se conecta às suas redes sociais e traz o que de mais quente está rolando por lá para a tela inicial do UC Browser. Em nossos testes, esse recurso não funcionou e ficou só na promessa.

O "Social Links" parece promissor. Com ele ativado, o usuário visualiza o que há de mais quente nas redes sociais já na tela principal do app. Recurso não funcionou nos testes feitos pelo Canaltech (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Outro recurso bacana chama a atenção daqueles que são antenados em previsões meteoreológicas: um termômetro que é atualizado em tempo real na parte superior. Ainda não sabemos se o recurso está em fase de testes ou se já está totalmente funcional, pois além dele estar disponível apenas no iPad, também conta com pouquíssimas cidades brasileiras - isso para não dizer quase nenhuma: apenas Brasília e Rio de Janeiro.

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A previsão de tempo do navegador para iPad traz pouquíssimas opções de cidades e somente duas para o Brasil. Poderia ter rolado uma integração com os inúmeros serviços de previsão do tempo que oferecem APIs abertas para diversificar o leques de opções (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

No Android a coisa é um pouco diferente e o impacto de ver o UC Browser rodando pela primeira vez é maior do que no iPad. Embora a tela seja bastante intuitiva, autoexplicativa e alinhada ao novo padrão de design do Android 5.0 Lollipop, o visual um pouco mais poluído que o normal pode incomodar quem já está acostumado com a tela mais limpa do Chrome.

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A primeira vista, a tela inicial no Android para smartphones pode assustar os navegantes de primeira viagem (Imagem: Screenshot / Sergio Oliveira)

Da mesma forma que no iPad, esta tela traz uma lista com os sites favoritos do usuário e uma série de subcategorias que o ajudará a encontrar conteúdos relevantes - tudo remodelado para atender às especificações do Material Design.

Um outro recurso que chama atenção nesta versão para Android é o gerenciador de abas do navegador. Com visual semelhante ao gerenciador de apps do iOS, a partir dele o usuário pode alternar entre as diversas abas abertas e fechá-las de maneira rápida. Também é possível executar essas tarefas através de gestos, também semelhantes aos adotados pela Apple no sistema operacional móvel empregado nos iPhones e iPads.

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O gerenciador de abas se parece bastante com o gerenciador de programas adotado pela Apple no iOS. A partir dele é possível alternar entre as abas abertas e fechá-las com uso de gestos ou toque (Imagem: Screenshot / Sergio Oliveira)

Investigando mais a fundo

Deixando as primeiras impressões de lado, o UC Browser surpreende por uma vasta quantidade de recursos extras e alguns "mimos" como a possibilidade de personalizar a interface do navegador com temas.

Tanto na plataforma móvel da Apple quanto no Robô Verde do Google, o navegador tem uma série de recursos comuns. São eles:

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  • Navegação anônima: basta ativá-la para que o navegador não registre sua navegação no histórico e não armazene nenhuma informação de formulário preenchido.
  • Modo noturno: ideal para aqueles que gostam de navegar até tarde da noite e se sentem incomodados com o brilho do display do dispositivo mesmo quando ele está no mínimo. Ativando esta opção, toda a interface é mudada para tons escuros, que não só poupam a vista do usuário como também ajudam a economizar bateria.
  • Scanner de Código QR: ótimo para quem curte escanear códigos QR, mas não curte ter que abrir um app de terceiros para isso. Fica tudo ali no próprio navegador e a dois toques de distância.
  • Abas em Nuvem: essa é a alternativa da UC Web para quem curte abrir uma janela em um dispositivo e continuar a leitura em outro. Semelhante ao recurso oferecido pelo Google no Chrome, mas exige a criação da chamada "Conta UC".
  • Compartilhar com Emoticon: este novo recurso está disponível a partir da versão 10.3 do navegador e permite compartilhar screenshots dos sites que estão sendo visitados com um emoticon do mascote do UC Browser. A ideia é simplificar o compartilhamento das capturas de tela nas redes sociais, e-mails e mensageiros instantâneos com a adição de expressões de emoção.

O modo noturno é interessante para quem gosta de ficar navegando até altas horas da noite e se incomoda com a claridade do display mesmo com o brilho no mínimo. Recurso também ajuda a poupar bateria do dispositivo. (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Fora esses recursos que são comuns às duas plataformas, há outros que são exclusivos de cada uma. É o caso, por exemplo, do VideoS no iPad.

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Com ele o usuário mantém um histórico separado de vídeos assistidos na web e daqueles adicionados aos favoritos. Além disso, também há a possibilidade de baixá-los para assistir offline mais tarde. Ideal para quem vai a cafés com conexão Wi-Fi e deseja sugar a banda do local baixando vídeos enquanto navega por outros conteúdos.

O VideoS armazena um histórico a parte de todos os vídeos vistos e favoritados pelo usuário, além daqueles que foi feito o download para assistir offline (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Ao testar o recurso, no entanto, descobrimos que ele não está disponível para todas as plataformas, como é o caso da mais popular delas, o YouTube. Aparentemente por razão de direitos autorais, no site de vídeos do Google o recurso de armazenar o tipo de arquivo em cache é desabilitado automaticamente. Logramos êxito na segunda tentativa no DailyMotion, onde conseguimos armazenar um vídeo em cache rapidamente e assisti-lo sem conexão à internet posteriormente.

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Armazenar vídeos em cache no VideoS funciona perfeitamente no iPad e conseguimos reproduzi-lo sem acesso a internet perfeitamente (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Os vídeos, aliás, receberam um tratamento todo especial no UC Browser para iPad. Além de salvá-los para assistir online, o usuário ainda pode destacá-lo para assistir on the fly, num player flutuante que pode ser redimensionado e arrastado para caber em qualquer lugar da tela. Uma mão na roda para quem curte assistir vídeos e navegar em outros sites ao mesmo tempo.

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Os vídeos recebem tratamento especial no UC Browser para iPad. É possível destacá-los do player padrão dos sites e redimensionar a janela para colocá-la em qualquer lugar da tela (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Na versão do UC Browser para Android em smartphones, o foco é completamente diferente, saindo do consumo de conteúdo multimídia para a navegação mais rápida. Para alcançar esse objetivo, o app traz consigo dois recursos que ajudam a acelerar a coisa toda: o Modo Rápido e o Acelerador do FB.

No primeiro deles, é possível o modo que websites pré-definidos serão exibidos no navegador. Ao todo, são três opções: Leve, Celular e PC. O mais promissor de todos é o leve, cujo foco é justamente aquele usuário que sofre com a conexão 3G que vive caindo. Com esse modo definido, o navegador chinês comprime a maior quantidade de dados possível e tira de cena tudo aquilo que pode atrapalhar a experiência como imagens pesadas e backgrounds mais bem elaborados.

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No Android para smartphones o foco do navegador é outro. No Modo Rápido, por exemplo, há a opção de limar todo tipo de conteúdo que possa atrapalhar a navegabilidade em conexões mais lentas (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

O Acelerador do FB, por sua vez, tem como alvo a rede social mais popular do mundo. Com ele ativado, o site da rede social passa a funcionar no seu modo mais básico possível, sem nenhum recurso JavaScript, AJAX ou efeito visual. É óbvio que o site fica para lá de feio, mas como o objetivo aqui é acelerar a navegação na web, então ele cumpre com o que promete.

Com o Acelerador do FB ativado, site da rede social opera no seu modo mais básico para poupar o máximo de dados da conexão do usuário (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Outro recurso bastante comentado e que realmente funciona nos smartphones é o gerenciador de download do UC Browser. Com ele, os usuários podem começar um download e pausá-lo a qualquer instante, podendo retomar a tarefa no futuro. Nos nossos testes, o recurso de resumo do download funcionou até mesmo em arquivos vindos de repositórios como o 4shared e MediaFire que comumente invalidam o link de download assim que ele é pausado ou chega ao fim.

O Gerenciador de Downloads do UC Browser é outro recurso que chama atenção. Com ele é possível até pausar e resumir downloads de arquivos vindos de repositórios como 4Shared e MediaFire (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

O que não gostamos

Embora os inúmeros recursos do UC Browser façam com que ele seja atraente aos olhos dos usuários, isso não significa que ele não tem defeitos. Ao contrário dos grandes navegadores que utilizam engines de renderização consagradas como a Gecko e Webkit, o pessoal da UCWeb optou por desenvolver sua própria solução. Batizada de U3 Kernel, a engine é fortemente baseada no Webkit utilizado no Chrome, mas possui modificações profundas para dar ao usuário a sensação de velocidade na navegação.

A tecnologia, segundo a empresa, proporcionou economia de até 85% do tráfego de dados e em alguns casos chega a triplicar a velocidade de navegação do usuários. Esse benefício, no entanto, vem com um revés que pode atormentar principalmente aqueles que presam por usabilidade na web. Como não é muito difundida, a engine U3 acaba sofrendo com alguns problemas de compatibilidade e alguns sites acabam aparecendo quebrados.

A engine própria da UCWeb sofre com alguns problemas de compatibilidade com este, em que o rodapé do site veio parar no meio da página e impediu a visualização do conteúdo (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Nos nossos testes esse problema aconteceu poucas vezes e quando aconteceu quase sempre trazia o cabeçalho e rodapé de alguns sites para o meio da página e impossibilitava a navegação.

Outro problema é que no Android para smartphones a barra de endereços some a medida que o usuário rola as páginas para baixo. Em outros navegadores a barra também some, mas reaparece assim que o usuário desliza a página um pouco para cima, oferecendo a possibilidade de digitar uma nova URL a partir de qualquer lugar.

No UC Browser, no entanto, isso não acontece e se você estiver lendo um artigo ou matéria longos no navegador, terá que rolar tudo até o começo para que a barra apareça fixa no topo.

Por fim, após um tempo de uso o que o UC Browser promete acaba ficando de lado à medida que o cache gerado pelo app vai inchando. Se os primeiros dias de navegação com o software são bons, os seguintes podem levar o usuário ao marasmo e de volta à lentidão. Talvez por isso no Android o app sugira que o usuário sempre limpe os dados de navegação para ajudar a manter o fôlego.

Ao sair do navegador no Android para smartphone, é oferecida a opção de limpar o histórico de navegação (Imagem: Screenshot/Sergio Oliveira)

Mesmo assim, depois de um tempo o app segue decaindo rumo à lentidão usual de todos os demais navegadores. Neste caso, a solução para os mais avançados é mesmo ir até as configurações do sistema e limpar o cache do aplicativo - o que não é explicado por ele nem pela equipe por trás dele.

Tenha sempre uma segunda opção

O UC Browser é uma ótima opção para quem curte sair do "feijão com arroz" e experimentar novos ares. A enorme quantidade de recursos extras que o navegador traz é um chamativo para os usuários, que podem até mesmo adotá-lo como navegador padrão. Para os que têm problemas com a conectividade 3G, o app cumpre o que promete e entrega os pacotes de dados comprimidos para fornecer uma experiência de uso otimizada. O resultado desse esforço é uma economia no plano de dados e no tempo de carregamento das páginas, que em alguns casos aparecem quase que instantaneamente mesmo navegando em redes 2G.

Apesar disso, aqui e acolá alguns problemas acontecerão (pelo menos nas versões para iPad e Android para smartphones) e alguns sites podem não aparecer da forma que deveriam. Levando isso em consideração, é sempre bom ter a mão uma segunda opção para evitar o aborrecimento.