Publicidade

O que há de novo no Windows 10? Vale a pena baixar a nova versão?

Por| 09 de Outubro de 2014 às 14h04

Link copiado!

O que há de novo no Windows 10? Vale a pena baixar a nova versão?
O que há de novo no Windows 10? Vale a pena baixar a nova versão?

Ficamos alguns dias brincando com a nova versão do Windows, que antes estava prevista para se chamar Windows 9, mas a Microsoft pulou a numeração e tem o nome oficial de Windows 10. Ele vem com a proposta de ser um sistema operacional para todos os dispositivos. O que muda, dependendo de modelo, é o tamanho de tela e o suporte à tela sensível ao toque. De qualquer forma, mesmo que a interface varie, o sistema operacional é o mesmo em todas as versões.

Essa é uma abordagem próxima ao que acontece com as distribuições Linux, nas quais o sistema operacional é separado da interface gráfica (Unity, Gnome, KDE, Cinnamon e assim por diante), ainda que tenha sido implementado de uma forma diferente. Aliás, alguns detalhes visuais do novo Windows foram bastante inspirados nos sistemas UNIX-like, como as distros Linux e até mesmo o Mac OS X, além de, claro, termos também o retorno do Menu Iniciar. Ou quase... então, vamos começar por ele.

Menu Iniciar

Se tem uma coisa que causou revolta em grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar. Estando presente em todos os Windows desde a versão 95, acostumando os usuários a trabalhar de uma forma padrão durante 17 anos, é realmente meio frustante que ele tenha desaparecido, algo que não foi "consertado" no Windows 8.1. A Microsoft quis pegar carona no sucesso dos disposisitivos com tela sensível ao toque no mercado, incluindo tablets, smartphones e até mesmo notebooks híbridos com tela sensível ao toque.

Continua após a publicidade

O fato é que não deu certo. Muitos usuários ficaram presos com uma interface otimizada para telas sensíveis ao toque e não tinham uma opção de voltar para a experiência padrão. O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita, temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Isso já era esperado, já que com certeza a Microsoft não utilizaria uma cópia de carbono do Menu das versões antigas. Ela optou por uma abordagem híbrida, ao mesmo tempo mantendo o suporte para telas sensíveis ao toque e tentando reconquistar o público que estava acostumado com o menu antigo. Talvez, se ela tivesse feito isso desde o início, ainda no Windows 8 de 2012, não teria enfrentado tanta resistência por parte dos usuários.

Continua após a publicidade

Polimentos gerais

O gerenciamento de janelas do Windows 10 é praticamente idêntico ao utilizado no Windows 8/8.1, com um visual estilo "flat" ao invés do foco em 3D do Windows 7 e Vista. Isso é ótimo, já que acreditamos que essa reformulação seja bem vinda, em especial pela baixa exigência de processamento gráfico, que garante uma boa velocidade mesmo em configurações antigas com gráficos integrados.

Há polimentos aqui e ali que juntos, para nós, fazem uma grande diferença no final das contas. A primeira delas é a quase completa eliminação das bordas de janelas, típica de sistemas UNIX-like, que permitem um melhor aproveitamento de tela. Isso é extremamente bem vindo em monitores com resoluções menores, tipicamente notebooks com telas de 1366x768. Quem possui telas com resolução maior (1080p & beyond) também sai ganhando, gerenciando melhor as janelas que estão abertas.

Continua após a publicidade

Ainda nos recursos visuais, temos também o sombreamento da janela ativa, algo de que usuários do Mac OS X e Ubuntu (com a interface padrão, a Unity) gostam bastante. O resultado não é só bonito, como também facilita a localização da janela ativa, e finalmente estamos vendo isso acontecer com o Windows, um dos poucos sistemas que não adotava o sombreamento até então.

Desktops virtuais

Outro recurso que usuários de Mac OS X e GNU/Linux já usam há tempos, e que agora é novidade no Windows, é a possibilidade de criar vários desktops virtuais. Quem já utiliza esse recurso, seja utilizando um sistema UNIX-like, seja com um programa dentro do próprio Windows, sabe que ele ajuda, e muito, na organização do trabalho.

Continua após a publicidade

A melhor forma de entender um desktop virtual é imaginar que o seu computador tenha dois (ou mais) monitores, mas só exiba um deles por vez, com janelas diferentes abertas em cada um deles. Por exemplo, você pode ter um browser e um texto aberto em uma tela e um player de música mais um bloco de notas no segundo, evitando a poluição visual da tela e acessando programas conforme a necessidade.

Vale mencionar, porém, que os desktops virtuais ainda estão em seus primeiros estágios se comparados aos outros dois sistemas, já que ambos contam com opções de controle e customização mais avançadas. Isso é natural, já que eles adotaram os desktops virtuais há bastante tempo, melhorando suas funcionalidades de versão para versão, e é a primeira vez que vemos tal recurso no Windows de forma nativa.

O que permanece

Continua após a publicidade

Mesmo que o Windows 8 (e 8.1) tenha mudado radicamente de visual, o que gerou bastante descontentamento, ele adicionou alguns recursos bacanas. O que mais gostamos é o atalho geral "Windows + X", que permite acessar a maioria das opções do Windows em qualquer lugar, e esta é uma das coisas que permanecem no Windows 10. No geral, com exceção dos itens anteriores, trata-se de um mesmo sistema, no qual a única curva de aprendizagem exigida é a reeducação em utilizar o Menu Iniciar, em especial para quem adotou o Windows 8 desde os seus primeiros dias.

Outro ponto é a exigência de hardware. Depois do infeliz Windows Vista, uma versão que temos um bom indicativo de que ninguém gostou (nem a Microsoft), a configurção mínima para uma boa experiência de uso foi diminuindo de versão para versão. Desde o Windows 8, utilizamos exatamente a mesma configuração em uma máquina virtual do Virtual Box para ver como ele se sai:

  • Processador: APU AMD A8-3870K em stock, com apenas dois núcleos dedicados
  • Memória RAM: 2 GB DDR3
  • Gráficos integrados AMD Radeon HD 6550D também em stock
  • Disco rígido virtual de 40 GB rodando em um HD SATA III de 1 TB
Continua após a publicidade

Considerando que são exatamente as mesmas configurações (e as utilizamos também para uma máquina virtual com o Windows 7, para efeitos de comparação), podemos garantir: se a sua máquina lida bem com o Windows 8 ou 8.1, o Windows 10 não será problema. Dizemos isso com base no uso, já que, infelizmente, a Microsoft eliminou o Windows Experience Index, um "benchmark" que media a capacidade do sistema de rodar o próprio Windows.

Não se trata de uma configuração tão básica assim, mas serve como um bom ponto de partida. Afinal, estamos falando de um processador lançado ainda em 2011 com apenas 2 GB de memória RAM, e são raras as configurações no mercado, mesmo de máquinas mais antigas, que não tenham o poder de processamento de um A8-3870K "dual-core", ainda mais considerando que o armazenamento utilizado é um disco rígido, dando uma boa noção do mínimo necessário para uma boa experiência e o que esperar de configurações melhores.

Modern UI

Quem fez o upgrade para o Windows 8 ou 8.1 e estava acostumado a utilizar vários programas ao mesmo tempo, aproveitando todo o espaço do monitor, ficou meio triste ao descobrir que os app da interface Modern (ou Metro) só abriam em tela cheia. Alguns ficaram tão frustados que acabaram instalando programas que fizessem com que eles abrissem em uma janela comum, de desktop. E não é que a Microsoft fez exatamente o mesmo por padrão?

Continua após a publicidade

Agora, ao abrir o player de música, vídeo, Bing ou qualquer outro programa, o sistema abre como faria na interface Desktop do Windows 8. As janelas ainda podem ser abertas em tela cheia, caso o usuário queira, aproveitando o suporte a telas sensíveis ao toque (basta maximizá-las), e é bom que a Microsoft tenha finalmente dado essa escolha para o usuário.

Conclusão: vale a pena fazer o upgrade?

Testamos a versão Technical Preview do Windows, já que ele não foi liberado ao público até o fechamento deste artigo, estando disponível como prévia para quem quiser experimentá-lo. Quando ele chegar oficialmente ao público, vale a pena fazer o upgrade? Assim como o upgrade do Windows 8 para o 8.1, a atualização é gratuita para quem tem uma licença válida do Windows, sendo provavelmente uma estratégia da Microsoft em reconquistar o público depois do Windows 8, então não não é nem uma questão de preço.

Continua após a publicidade

Antes de qualquer coisa, é importante considerar os drivers, checar se há uma versão compatível com o Windows 10. Placas de vídeo geralmente não possuem esse problema, já que os fabricantes disponíbilizam atualizações de forma bastante rápida, mas é importante ver se a sua placa-mãe e periféricos são compatíveis, em especial em notebooks e Ultrabooks, já que a falta dos drivers corretos pode afetar drasticamente a autonomia de bateria.

Passando essa etapa, vale a pena? Bom, mal não faz, ainda mais por ser gratuito. Não recomendamos a instalação da versão de testes que utilizamos em uma máquina de produção, já que alguns bugs ainda serão corrigidos até a versão final, mas os polimentos gerais e o retorno do Menu Iniciar são pontos fortíssimos a se considerar. Não podemos prever o futuro, mas acreditamos que o Windows 10 terá uma adoção maior do que o Windows 8 e 8.1, em especial pelo Menu Iniciar.

Fizemos uma série de comparações com o GNU/Linux e Mac OS X apenas para mostrar que alguns avanços já estavam presentes nesses sistemas, de forma nenhuma tentando dizer que a Microsoft tenha copiado esses recursos. Fato é que algumas interfaces do Linux e do Mac OS X são mais polidas e contam com recursos que, para nós, estavam ausentes no Windows 8 e 8.1, apesar da proximidade cronológica entre eles. O Windows 10 está começando a adotar esses recursos (caso dos desktops virtuais) e, considerando que a maior base instalada de usuários utiliza Windows, quem sai ganhando é o consumidor.