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Hugo Barra explica como a Xiaomi consegue vender produtos tão baratos

Por| 19 de Janeiro de 2015 às 14h26

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Hugo Barra explica como a Xiaomi consegue vender produtos tão baratos
Hugo Barra explica como a Xiaomi consegue vender produtos tão baratos
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A ótima combinação entre aparelhos de qualidade e preços atraentes levou a Xiaomi a conquistar o topo de vendas em diversos países. A empresa chinesa tem conseguido produzir smartphones de boa aparência e desempenho com um custo consideravelmente inferior aos seus concorrentes. Isso levou a companhia a vender 60 milhões de vendas no ano passado. Seu progresso foi visível no mercado chinês, onde desbancou a gigante Samsung e se tornou a terceira maior fabricante de celulares inteligentes do mundo.

Os elogiados aparelhos da Xiaomi normalmente são vendidos por cerca de US$ 300. O novo Mi Note Pro custa US$ 500, enquanto os dispositivos da família Redmi são vendidos por aproximadamente US$ 150. Para efeito de comparação, os iPhones da Apple são encontrados por mais de US$ 1 mil fora dos contratos com operadoras. Já os gadgets da Samsung, como o Galaxy Note, apresentam preços similares aos modelos da Maçã. Então, como a Xiaomi consegue manter preços tão abaixo da concorrência?

Há algumas teorias que são frequentemente levantadas. Uma delas inclui o fato da Xiaomi vender aparelhos a um custo inferior para poder ganhar dinheiro com outros serviços. Hugo Barra, vice-presidente de operações globais da empresa, concedeu uma entrevista ao TechCrunch, em Pequim, onde explicou quais algumas das táticas da Xiaomi para conseguir preços tão competitivos.

Barra disse que a Xiaomi é capaz de fazer concessões de preços, graças à combinação de um pequeno portfólio e um maior tempo médio de venda por aparelho. É importante saber que a Xiaomi continua a vender dispositivos mais antigos e versões otimizadas dos mesmos produtos a preços reduzidos, mesmo depois que a empresa libera modelos mais novos.

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"Um produto que fica em venda por 18 a 24 meses passa por três ou quatro cortes de preços. O Mi2 e Mi2s são essencialmente o mesmo dispositivo, por exemplo", explicou Barra. "O Mi2 / Mi2s estavam à venda por 26 meses. O Redmi 1 foi lançado pela primeira vez em setembro de 2013, enquanto sua atualização, o Redmi 2, foi anunciado este mês, ou 16 meses mais tarde".

Barra também falou sobre os acordos com fornecedores de componentes. "A razão para fazermos estas reduções de preços é porque conseguimos negociar reduções de custos dos componentes ao longo do tempo, o que acaba nos deixando com uma margem maior do que nós gostaríamos de ter. Por isso, fazemos um corte nos preços. A grande maioria dos componentes [em nossos dispositivos] ainda são os mesmos. Neste caso, em termos de cadeia de suprimentos e componentes sourcing, estamos nos mesmos contratos de fornecimento do Redmi 1, o que significa que ainda estamos recebendo os mesmos descontos nos componentes", explicou.

O executivo ainda disse que a dinâmica é simples, mas o compromisso com os dispositivos de dois ou três anos não é apenas de fazer cortes. A Xiaomi mantém atualizações de software, peças de reposição e outros serviços que os clientes exigem. "Quanto mais focado no portfólio, mais eficiente podemos estar ao gerenciar estes custos", afirmou.

Há outros fatores que contribuem para a estrutura de custos. A Xiaomi mantém o foco no e-commerce, o que diminuiu os custos em vendas. Além disso, algumas lojas são próximas das fábricas na China, o que melhora a gestão de abastecimento e diminuiu os gastos com logística. A gestão de componentes e parcerias na cadeia de abastecimento são elementos cruciais.

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A fabricante chinesa tem grandes planos para expansão para países fora da Ásia ainda este ano, o que tornará o seu modelo de preços e de cadeia de suprimentos mais importante do que nunca. Na maioria dos mercados em que atua, a Xiaomi vende o seus aparelhos utilizando apenas o meio online. Recentemente a fabricante começou a testar parcerias com operadoras fora da China para disponibilizar os aparelhos em lojas. Ela está fazendo experiências limitadas na Índia, Taiwan, Malásia e Singapura.

Barra ressaltou que mesmo com as dificuldades em operar nos mercados em que a maioria dos consumidores utilizam aparelhos pré-pagos, a Xiaomi esta procurando maneiras para expandir sua presença no varejo. A empresa já conseguiu vender mais de um milhão de dispositivos em seus cinco primeiros meses na Índia. Se a companhia conseguir melhorar a demanda por seus smartphones na Índia e em outros mercados emergentes, ela poderia aumentar consideravelmente os seus números em 2015.

No ano passado, a Xiaomi projetou que irá vender 100 milhões de aparelhos em 2015. A fabricante tem planos para começar suas atividades no Brasil. Se manter qualidade aliada a um preço competitivo, certamente fará sucesso no mercado brasileiro.