Galaxy S8 terá de carregar Samsung nas costas após fiasco do Note7
Por Jones Oliveira | 11 de Outubro de 2016 às 12h03
O que muita gente desconfiava que iria acontecer acabou sendo confirmado na manhã desta terça-feira (11). Depois de anunciar a suspensão temporária das vendas e fabricação do Galaxy Note7, a Samsung confirmou a descontinuação definitiva do phablet que deveria rivalizar com o iPhone 7 e ser o carro-chefe da empresa neste segundo semestre.
Diante disso tudo, fica mais do que claro que a divisão mobile da Samsung terá de trabalhar muito para reconquistar a confiança do público e cobrir o rombo estimado em US$ 17 bilhões que o Note7 deixará em suas contas. E o grande responsável por fazer a marca ressurgir das cinzas será o Galaxy S8.
A missão é quase impossível e teremos de aguardar para saber como a sul-coreana vai rotular e propagandear o top de linha. Será que os danos causados pelo Note7 se estenderam à marca Galaxy e o smartphone será vendido apenas como "Samsung S8"? Ou apenas a linha Note foi afetada pela catástrofe do phablet explosivo? Certamente a fabricante conduzirá estudos para levantar a extensão do estrago e, só depois disso, tomar alguma decisão. Mas é inegável que o fardo que o Galaxy S8 carregará será enorme.
Ele terá de chegar ao mercado perfeito, sem qualquer tipo de falha, e cumprir um cronograma que normalmente já é apertado. Oficialmente, os novos flagships da linha S são anunciados em fevereiro, durante o Mobile World Congress, em Barcelona (Espanha). Entretanto, há indícios de que a Samsung irá antecipar a exibição do Galaxy S8, numa tentativa de acalmar os ânimos dos consumidores e do mercado.
Se isso realmente for confirmado, então o desafio será ainda maior. Em menos tempo, a divisão mobile da fabricante terá de entregar um produto inovador em termos de design, poderoso o suficiente para concorrer com o iPhone 7 e ser relevante diante do suposto iPhone 8, e tão atrativo que faça as pessoas, a imprensa e o mercado esquecerem que houve um Note7 e que ele foi descontinuado. Mais importante que isso, ele não pode pegar fogo.
Até lá, entretanto, a Samsung terá de amargar um trimestre no vermelho. No fechamento do pregão de ontem, a companhia viu suas ações se desvalorizarem 8% - e a expectativa é que essa derrocada continue nos próximos meses, com a empresa deixando de faturar e tendo de se sustentar com dispositivos intermediários e de entrada e com o Galaxy S7, lançado no já distante mês de fevereiro de 2016.
Normalmente, o lançamento de um top de linha é um momento crítico para qualquer fabricante. No caso do Galaxy S8, entretanto, ele será ainda mais decisivo, podendo pôr em risco a existência da própria Samsung. Será que ele consegue?