Zuckerberg: sensacionalismo no Facebook não influenciou eleições
Por Leandro Souza | 11 de Novembro de 2016 às 16h18
Após a eleição presidencial de Donald Trump esta semana, muitas questões foram levantadas sobre a influência de notícias errôneas divulgadas via Facebook na escolha dos votantes. Entretanto, o CEO da companhia, Mark Zuckerberg não acredita que o sensacionalismo em sua rede social seja um fator assim tão decisivo.
“Eu acredito que a ideia na qual notícias falsas no Facebook - que são uma parcela bastante pequena do conteúdo - tenham influenciado as eleições é uma ideia bastante maluca", afirmou o executivo em uma conferência realizada nesta quinta-feira (10), em Half Moon Bay, na Califórnia.
Segundo Zuckerberg, rumores e mentiras sempre circularam na Internet, dentro e fora do Facebook, mas a sua companhia faz o melhor para que os usuários denunciem elas, para "poder mostrar às pessoas o conteúdo mais significativo".
Para o dono da rede social, muitos eleitores insatisfeitos com a eleição de Trump estão buscando motivos para a inesperada vitória do republicano - e culpar a propagação de conteúdos políticos via redes sociais como o Facebook é um destes caminhos.
“Creio que há uma certa e profunda falta de empatia em supor que a principal razão pela qual uma pessoa votou em quem votou porque ela leu notícias falsas", disparou o bilionário.
Ainda assim, analistas reconhecem como o Facebook é uma das ferramentas mais poderosas atualmente para a propagação de conteúdos, entretanto diversas críticas são direcionadas ao algoritmo da rede, que por se ajustar às opiniões e gostos do usuário, pode se tornar uma espécie de "câmara de eco": ou seja, quem era pró-Trump era propenso a ler mais conteúdos a favor do seu candidato, podendo inclusive ser submetido a informações falsas.
A empresa anunciou esta semana que levará ainda mais a sério o seu compromisso de não espalhar informações erradas para seus usuários. A declaração foi de Adam Mosseri, VP de gerenciamento de produtos do Facebook, apontando que a companhia está trabalhando para filtrar ainda mais os conteúdos falsos na plataforma, afirmando que "ainda há muito para fazer".
Segundo Mosseri, o algoritmo do Facebook tem a capacidade de detectar diversos sinais baseados no feedback dos usuários, determinando os que contém informações falsas, reduzindo a sua capacidade de propagação.
"Nós observamos uma variedade de sinais para garantir que os tópicos sendo mostrados reflitam os acontecimentos do mundo real, e tomamos medidas adicionais para prevenir que conteúdos falsos ou tendenciosos apareçam", completou Mosseri.
Fonte: Time