Samsung revela razões para explosões do Note 7
Por Leandro Souza | 23 de Janeiro de 2017 às 00h14
Depois de meses de investigações, agora temos respostas para os problemas de bateria que causaram explosões em diversos aparelhos do Samsung Galaxy Note 7 - e o subsequente recall e cancelamento de sua produção. Falhas na manufatura da bateria foram o que ocasionaram os incidentes.
Confirmando algumas informações já vazadas na última sexta-feira (20), a fabricante sul-coreana divulgou os resultados de suas investigações ao lado de três consultorias internacionais. Com base nas análises dos especialistas, a empresa afirmou que dois defeitos distintos nas baterias causaram os superaquecimentos e algumas explosões.
De acordo com a Samsung, o primeiro problema afetou a primeira remessa de dispositivos, fabricada pela subsidiária Samsung SDI. Nestes aparelhos, a bateria era grande demais para o case em que ela ficava contida, o que fez eletrodos que deveriam ficar separados se sobreporem, o que poderia gerar aquecimentos e curtos-circuitos. Esse falha na proteção da bateria de ion de lítio ocasionou superaquecimentos.
Para explicar este problema, a empresa divulgou este infográfico. O caso da bateria A ilustra o primeiro problema:
A outra falha - ilustrada no gráfico acima como o prolema B - aconteceu nos aparelhos produzidos após a primeira onda de recalls. Nesta ocasião, a empresa encomendou as baterias em um fornecedor terceirizado. Entretanto, a pressa em levar os novos aparelhos ao mercado também resultou em falhas de fabricação que gerou superaquecimentos. Neste caso, a falha veio de erros nas soldas internas das baterias, o que ocasionaram deformações na fita de isolamento elétrico da bateria. Para piorar, em algumas unidades examinadas, esta fita isolante não estava presente.
A empresa admitiu que havia reduzido drasticamente o tamanho de sua bateria do Galaxy Note 4 para o Galaxy Note 5. Ao pular do Note 5 para o Note 7, a empresa manteve praticamente o mesmo tamanho da bateria, mas saltou a quantidade energética de 3000 mAh para 3500 mAh, o que gerou um projeto delicado para a nova bateria - e algo bem mais provável de gerar problemas de manufatura.
Levando em consideração os dados fornecidos pela Samsung, ambas as falhas foram semelhantes, mas em circunstâncias diferentes. Se no primeiro o erro foi apenas de execução, no segundo foi um erro de execução por pressa.
Para evitar que incidentes como este ocorram novamente, a empresa divulgou um novo programa de checagem das suas baterias, incluindo exames como raios-X dos smartphones fabricados e testes ainda mais extremos de estresse para garantir a qualidade das baterias.
O próximo passo para a fabricante é reconquistar a confiança de seus consumidores high-end. A cartada da Samsung provavelmente ocorrerá em abril, quando a companhia fará o anúncio oficial do Galaxy S8, seu próximo top de linha.