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Funcionárias da Uber pedem para CEO reconhecer “problema sistêmico” da empresa

Por| 24 de Fevereiro de 2017 às 08h42

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Um grupo de mais de 100 funcionárias da Uber se reuniu com o CEO Travis Kalanick na quinta-feira (23) para discutir que a empresa tem um "problema sistêmico" após as denúncias de assédio sexual feitas por uma ex-engenheira. A reunião de uma hora de duração, cujo áudio foi publicado pelo BuzzFeed News, ocorre quatro dias depois que Susan Fowler vir à público falar sobre as “reais” condições da empresa em seu blog.

Fowler relatou ter sido ignorada pelo departamento de RH da Uber ao se queixar sobre a proposta sexual que recebeu de um gerente da companhia. Desde a publicação do post da ex-funcionária no blog, mais histórias de assédio no ambiente de trabalho da Uber surgiram. Com o estouro da bomba, Kalanick ordenou uma "investigação urgente" sobre o caso.

"Será que podemos parar de dizer 'Se há um problema sistêmico aqui.' Há anos, na tecnologia, dizemos 'Se há um problema sistêmico' e 'Onde estão os dados?’. Mas nós temos os dados, temos os acontecimentos em nosso próprio quintal. Quando vamos nos reunir e dizer que há um problema sistêmico aqui e parar de usar hipóteses?", disse uma funcionária à Kalanick durante a reunião.

No áudio publicado pelo BuzzFeed News, o CEO da Uber inicialmente se esquiva da questão e diz que os funcionários devem confiar na investigação sobre a cultura de trabalho da Uber liderada pelo ex-procurador geral dos EUA, Eric Holder. A mesma funcionária em questão então afirma que a Uber não precisa da ajuda de Holder para admitir que há um problema. "Se estivéssemos ouvindo nosso próprio povo, já poderíamos acreditar, de todo o coração, que o problema sistêmico está aqui", diz ela.

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Em outro momento do áudio, Kalanick é emocional e diz ao grupo: "Eu quero erradicar a injustiça. Eu quero chegar às pessoas que estão fazendo este lugar um lugar ruim. E vocês têm o meu comprometimento de fazer isso acontecer, e eu sei que isso não termina aí. "

Apesar de a Uber ter reagido rapidamente às alegações de abuso contra as mulheres na empresa, os funcionários dizem que têm sofrido com a questão há anos.

Procurada, a companhia se recusou a comentar o assunto.

Fonte: BuzzFeed News