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Super Mario Run ficou abaixo das expectativas, confessa Nintendo

Por| 27 de Março de 2017 às 08h05

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Super Mario Run ficou abaixo das expectativas, confessa Nintendo
Super Mario Run ficou abaixo das expectativas, confessa Nintendo
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Considerado uma das principais apostas da Nintendo no mercado mobile, Super Mario Run ficou bem longe de ser o fenômeno que a empresa imaginava. Tanto que a própria companhia deixou bem clara sua insatisfação com os resultados obtidos pelo bigodudo em sua estreia nos smartphones, sobretudo por causa do baixo retorno que o game obteve desde o seu lançamento para iOS, no último mês de dezembro.

Em entrevista ao jornal japonês Nikkei, o presidente da Nintendo, Tatsumi Kimishima, comentou que as receitas geradas pelo game ficaram abaixo das expectativas, principalmente quando apenas 4 milhões de jogadores pagaram por algum conteúdo. O número parece muito, mas é quase nada quando lembramos que o título foi baixado mais de 78 milhões de vezes somente nos aparelhos da Apple nos últimos três meses. O lançamento para sistemas Android aconteceu na semana passada e pode alavancar esses números — embora ninguém mais espere uma virada radical nesse cenário.

As razões para esse início pouco expressivo ainda são discutidas, mas a principal aposta está no modelo de negócio adotado pela Nintendo. Super Mario Run utiliza um sistema chamado de “pay wall”, que libera gratuitamente apenas uma parcela do game, sendo necessário desembolsar uma quantia para liberar o restante do conteúdo. O problema é que esse “pedágio” não é nada barato: US$ 10 — cerca de R$ 31 na cotação atual — no iOS, e R$ 35 no Android. Levando em conta que há diversos outros games no mesmo estilo disponível de graça na App Store e na Google Play, não é difícil entender porque poucas pessoas decidiram pagar.

Ainda assim, a “Big N” segue acreditando que esse modelo é o melhor a ser feito. Na mesma entrevista, Kimishima compara o sistema de monetização de Super Mario Run com Fire Emblem Heroes, outro game da empresa para smartphones, mas completamente gratuito e com apenas alguns conteúdos premium pagos. Para o presidente, o método usado em Fire Emblem é algo isolado, ou seja, dificilmente devemos ver se repetir em outros lançamentos da empresa e que ela ainda prefere o pay wall. Vale lembrar também que Pokémon GO também utiliza esse formato gratuito com itens comprados com dinheiro real e vem dando muito certo — apesar de ele não ser gerido pela Nintendo, e sim pela Niantic.

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Por fim, o executivo defendeu que o objetivo de Super Mario Run nunca foi apenas fazer dinheiro com o personagem em uma plataforma que não seja o console da Nintendo. De acordo com Kimishima, a ideia vai além desse conceito financeiro, buscando também expandir a marca da Nintendo a um público ainda maior do que aqueles que já conhecem os seus consoles. E, levando em conta a boa recepção do Switch em seu primeiro mês, podemos dizer que a estratégia funcionou. Por outro lado, logo após o lançamento de Mario para celulares, o valor das ações da empresa caiu.

Fonte: MCV UK