Ritmo de adoção da IoT no Brasil será lento, prevê Teleco
Por Fabiana Rolfini | 06 de Abril de 2017 às 16h00
Embora o Brasil tenha criado ações voltadas para o desenvolvimento do mercado de internet das coisas, como é o caso do Plano Nacional de IoT, além de as operadoras estarem investindo no segmento, tal tecnologia deverá ter um crescimento cadenciado no país.
É o que indica a consultoria Teleco. Segundo Eduardo Tude, presidente da empresa, o Brasil tem oportunidades para explorar a IoT em várias frentes, mas o ritmo de adoção não será explosivo.
“Vemos que, até 2025, o Brasil terá entre 100 milhões e 200 milhões de objetos conectados. Parecem números modestos porque entendemos que o crescimento de IoT aqui será lento e gradual. Não vemos, dentro das tendências atuais, uma explosão. Pode haver forte adesão em algum segmento, mas no conjunto, será cadenciado”, opinou o executivo durante participação do IoT Summit 2017, evento online que debateu o cenário para a formação do mercado de internet das coisas no Brasil.
Ainda segundo Tude, apesar de a IoT ainda enfrentar algumas barreiras, como o preço e a tributação, o volume das conexões expõe o grande potencial econômico. “A agricultura é a nossa grande oportunidade. Imagine que em 2015 havia 45 mil colheitadeiras em uso, e menos de 10% eram conectadas. Já conectar o rebanho bovino, apenas de Fistel, custaria R$ 1,2 bilhão, mais R$ 400 milhões por ano”, ressaltou.
Investimentos das operadoras
Todas as principais empresas do setor já investem em melhorias de rede e na oferta de serviços em IoT. Na Vivo, por exemplo, há o consenso de que a tecnologia vai revolucionar o setor corporativo.
“Nossa ideia é complementar o portfólio B2B com soluções IoT, atendendo grandes, médias e pequenas empresas. O posicionamento vai envolver os serviços de conectividade, mas também de big data, de soluções e de desenvolvimento de plataformas”, contou Eduardo Takeshi, gerente sênior de soluções IoT e M2M da Vivo.
A TIM Brasil também está atenta às transformações que a internet das coisas propiciará. De acordo com Janilson Bezerra, responsável pelo setor de inovação e novos negócios da tele, a dimensão continental e os indicadores sociais e econômicos tornam o país extremamente atrativo para investimentos.
Segundo ele, o 4G se apresenta, atualmente, como a melhor tecnologia para a conectividade IoT. Para isso, as redes devem ser adaptadas para usar o padrão LPWA, ou seja, para receber a conexão de múltiplos aparelhos de uma vasta área, e com baixo consumo. “A TIM já tem a maior cobertura 4G no Brasil. Agora o NB-IoT é nossa grande aposta para a conectividade das coisas nos próximos anos”, revelou.
A empresa também está investindo em soluções de big data e analytics. E, ainda, em um modelo de inovação aberta, que tenta atrair desenvolvedores. “A inovação não deve vir da operadora, mas de quem é capaz de identificar e criar soluções para novos desafios”, resumiu.
Na Oi, a grande preocupação é preparar a rede para grande variedade de objetos conectados. A empresa ressalta que o volume de dados trafegado pela IoT não é grande, mas os inúmeros dispositivos podem consumir recursos desnecessários se ficarem ligados em tempo integral ou solicitando acesso a todo momento. Quanto menos dados transmitirem, maior é a necessidade de chegar a uma arquitetura de rede torne o negócio viável
Como as demais, o caminho para a Oi será oferecer mais do que apenas conectividade. “A operadora deve oferecer controle dos dispositivos, trabalhar em conjunto com o desenvolvedor, prover segurança, simplicidade e possibilidade de evolução da solução”, acrescentou David Pfannemuller Guimarães, consultor de Tecnologia da Oi.
Fonte: (Via) Telesintese