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O que está por trás da Tesla? Relatos de péssimas condições de trabalho

Por| 19 de Maio de 2017 às 18h45

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O que está por trás da Tesla? Relatos de péssimas condições de trabalho
O que está por trás da Tesla? Relatos de péssimas condições de trabalho
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A Tesla, fabricante de veículos elétricos do biolionário Elon Musk, se envolveu em uma polêmica após investigações feitas pelo The Guardian. De acordo com a reportagem, trabalhadores da fábrica têm reclamado de lesões, dores e estresse: aparentemente há um custo humano para o crescimento da companhia.

O interesse de Elon Musk em acabar com a indústria automotiva que depende de carbono ajudou a Tesla a superar grandes fabricantes, como a Ford e General Motors. Apesar disso, alguns dos colaboradores da companhia, que dividem suas tarefas com robôs, têm se queixado de pressões insuportáveis para garantir que os objetivos de produção estipulados por Musk sejam alcançados.

Segundo o jornal, desde 2014 foram chamadas mais de 100 ambulâncias até a fábrica. Sintomas como desmaios, vertigens, convulsões e dores no peito têm sido corriqueiros entre os que trabalham lá. Em entrevista por telefone com o Guardian, o CEO da Tesla admitiu que seus funcionários estavam "trabalhando duro por muitas horas", mas disse que tem grande preocupação com a saúde e bem estar dos colaboradores.

Queixas

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Apesar da declaração de Elon Musk, 15 atuais e ex-funcionários relataram pontos de vista bem diferentes. À publicação, eles disseram que a cultura da Tesla é de longas horas de trabalho sob intensa pressão, mesmo com dores e ferimentos, para que os ambiciosos objetivos do CEO sejam cumpridos. Durante seus relatos, os trabalhadores contaram uma série de casos de colapsos e negligências por parte da fabricante, que hoje tem cerca de 10 mil funcionários.

Em fevereiro, José Moran, um dos trabalhadores, detalhou toda a situação da companhia. De acordo com suas informações, havia horas extras obrigatórias, elevadas taxas de lesões e baixos salários. Apesar disso, a Tesla garante que introduziu uma equipe especializada em ergonomia e melhorou seu time para garantir a segurança dos colaboradores. Segundo a montadora, as iniciativas reduziram significativamente o número de acidentes desde o ano passado.

Antes das mudanças, os funcionários disseram que trabalhavam cerca de 12 horas, seis dias por semana. Sobre o assunto, eles acreditam que uma série de lesões acabaram acontecendo porque, durante anos, a empresa não levou a sério a segurança dos trabalhadores, denunciando que havia, inclusive, gestores que depreciavam suas queixas e os pressionavam para trabalhar até a exaustão.

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Diante das acusações, a Tesla afirmou que a fala dos funcionários investigados não representa o sentimento de toda a força de trabalho da empresa. Apesar disso, um porta-voz da companhia acrescentou: "Em uma fábrica com mais de 10.000 funcionários, sempre haverá incidentes isolados que gostaríamos de evitar." De fato, o Guardian constatou que nem todos veem o trabalho na Tesla como fonte de sofrimento. "Eu tenho benefícios, gosto muito do meu trabalho e sinto que sou tratado de forma justa", disse um dos colaboradores em entrevista.

Independente dos acontecimentos, a Tesla garantiu que está determinada a melhorar ainda mais seus padrões de segurança. "Embora certa quantidade de lesões seja inevitável, nosso objetivo é reduzir o número para o mais próximo possível do zero e tornar-nos a fábrica mais segura da indústria automobilística mundial", disse o porta-voz. A Tesla argumentou, ainda, que o desafio na construção de veículos com novos métodos de produção e fabricação não deve ser subestimada, mas que "nada é mais importante" do que proteger a saúde e a segurança dos seus trabalhadores.

Fonte: The Guardian