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Redes sociais são usadas para manipular opinião pública, indica estudo

Por| 22 de Junho de 2017 às 07h37

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Redes sociais são usadas para manipular opinião pública, indica estudo
Redes sociais são usadas para manipular opinião pública, indica estudo

Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford revelou que em 9 nações (incluindo o Brasil) redes sociais como Twitter e Facebook estão sendo usadas como ferramenta de manipulação da opinião pública. Além do nosso país, foram analisados casos na Rússia, Taiwan, Alemanha, Canadá, China, Polônia, Ucrânia e Estados Unidos.

Na Rússia, por exemplo, 45% dos usuários ativos nessas redes sociais são bots, enquanto em Taiwan foi observada uma forte campanha virtual contra o presidente Tsai Ing, incluindo informações mentirosas mescladas com propagandas que são permitidas pelos algoritmos dessas redes.

De acordo com o professor da unidade de Estudos da Internet de Oxford, Phillip Howard, basicamente as campanhas arbitrárias consistem em usar bots para compartilhar e curtir essas postagens influenciadoras, aumentando sua visibilidade e alcance. Com isso, esses bots se aproveitam de um movimento que foi apelidado de “consenso manufaturado”, o que significa que, quando um candidato de uma eleição não tem apoio em um determinado local, com a ação dos bots esse apoio passa a surgir. Afinal, os usuários acabam pensando que se o tal candidato está sendo curtido tanto nas redes sociais, ele pode não ser tão ruim assim.

A análise acredita que “a ilusão do apoio online para um candidato pode impulsionar um apoio real por meio de um efeito de manada”, como aconteceu com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. “Trump fez do Twitter um palco central de sua eleição, e eleitores prestaram atenção”, afirma o estudo.

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Facebook e Twitter deveriam tomar providências

O estudo sugere, ainda, que as redes sociais deveriam tomar providências coibindo a ação de bots em seus sistemas, além de criar ferramentas para impedir a circulação de notícias falsas, que visam confundir o público.

Agora, os pesquisadores apresentarão seus estudos a um grupo de representantes da indústria da tecnologia em Palo Alto para forçar empresas como o Twitter e o Facebook a agir a respeito, e rapidamente. Para Howard, “na maioria das vezes, as redes deixam para os usuários policiarem a si mesmos e denunciarem” as contas suspeitas, mas essa responsabilidade deveria ficar a cargo das ferramentas, e não da população.

Fonte: The Guardian