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Em meio à crise, Uber perde valor de mercado e market share

Por| 27 de Junho de 2017 às 09h56

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A crise e a alta competitividade do mercado de transportes e caronas pagas parecem estar diminuindo a força da Uber como soberana desse setor. Desde o início do ano, a companhia vem observando seu market share cair, enquanto rivais ganham cada vez mais espaço, em uma mudança que, segundo especialistas, já reduziu em mais de US$ 20 bilhões seu valor estimado.

De acordo com os números da TXN Solutions, que libera estimativas de vendas com base em operações de cartão de crédito, o market share da Uber caiu de 90%, há dois anos, para menos de 75% no primeiro trimestre de 2017. Enquanto isso, a Lyft, sua principal rival, cresceu para, justamente, ocupar uma parcela de 24,7% do mercado.

Nos dois últimos anos, o crescimento da competidora não cresceu na mesma medida que as perdas da Uber, mas no primeiro trimestre de 2017, para a consultoria, essa mudança é clara. Enquanto o serviço viu sua parcela saindo de 78,8% para 75,3%, a Lyft cresceu 3%, deixando a marca dos 21,2% para atingir 24,7%, no que seria uma demonstração clara de que os consumidores estão mudando de aplicativo na hora de pedirem uma corrida.

A redução, aqui, acompanha também uma queda no valor de mercado da empresa. Desde o começo do ano, a Uber já teria perdido mais de US$ 10 bilhões em sua avaliação, saindo dos US$ 60 bilhões originais para US$ 50 bilhões. Mais do que fruto da competitividade maior e de concorrentes que podem oferecer mais lucratividade no curto prazo, aqui aparecem também os reflexos da atual crise de gestão da companhia.

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Operando sem executivos importantes, como diretores regionais e até mesmo CEO, após a saída de Travis Kalanick do cargo, a companhia vem lidando com escândalos relacionados a negações de um estupro ocorrido na Índia, com direito a vazamento dos dados médicos da vítima, processos trabalhistas ao redor do mundo e discussões de altos nomes com motoristas. Um relatório de uma empresa de advocacia externa recomendou mudanças nas práticas e estrutura interna da Uber, um processo que está em andamento.

A queda, entretanto, já vinha acontecendo há alguns períodos, por mais que tenha se intensificado em 2017. Ainda a maior startup do mundo, a Uber já chegou a valer US$ 70 bilhões, mas levantamentos recentes de capital e venda de cotas para investidores levaram ao valor atual dos US$ 50 milhões.

Apesar de os números poderem, no longo prazo, afastarem novos aportes financeiros, quem está nesse barco atualmente não demonstra preocupações. De acordo com os números mais recentes, a Uber teve perdas de US$ 708 milhões no primeiro trimestre deste ano, um total que vem regredindo a cada período na medida em que aumenta o número de corridas e o nível de expansão e investimento internacional.

Aqui, o potencial de crescimento é grande e, para especialistas de mercado, a Uber ainda tem muito o que crescer antes de começar a se preocupar com um declínio, mesmo que concorrentes estejam conquistando cada vez mais espaço. Isso sem falar em uma vindoura abertura de capital, algo sobre o que a companhia não comenta, mas que é sempre uma possibilidade no horizonte.

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Há quem diga que o IPO da Uber estaria marcado para acontecer ainda neste ano, por mais que a companhia não fale muito sobre esse assunto. A vontade de Kalanick sempre foi atrasar esse processo o máximo possível, de forma que a empresa pudesse se preparar, mas agora que ele está fora do posto de CEO, pode haver mudança nesse posicionamento. E, para o mercado, uma abertura de capital pode ser a solução para conter a queda no valor de mercado, caso essa se torne uma constante.

Fontes: CNN, CNBC, USA Today