Ações da Saraiva disparam após novo rumor de compra pela Amazon
Por Felipe Demartini | 28 de Junho de 2017 às 10h27
Novos boatos de compra pela Amazon levaram as ações da Saraiva a uma intensa alta no final da tarde desta terça-feira (27). O movimento de subida levou os papéis da companhia a uma valorização de 21,62%, fechando o dia de pregão a R$ 5,40. Apesar disso, o dia ainda foi de queda para a Ibovespa, com os investidores temerários quanto à crise política e as denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer.
A subida já no fim das negociações tem a ver com o momento em que os boatos foram publicados. No final da tarde, o site O Antagonista divulgou nota afirmando que a Saraiva estava prestes a anunciar sua venda para a Amazon, um negócio de US$ 200 milhões e equivalente a cerca de sete vezes o valor de mercado atual da empresa.
Os rumores, entretanto, foram negados na manhã desta quarta (28) pela Amazon. A empresa é tradicionalmente evasiva quando o assunto são transações como essa (principalmente devido ao fato de que, muitas vezes, os rumores são certeiros), mas agora negou a possibilidade de compra. A empresa de comércio eletrônico disse que os rumores são infundados, sem dar mais detalhes sobre um possível interesse ou negativa em acordos para aquisição.
Não é de hoje, entretanto, que circulam boatos de que a Amazon estaria de olho em alguma gigante do mercado brasileiro, mais especificamente, a própria Saraiva. As informações sobre isso já rodam há mais de seis anos e se intensificaram nos últimos dois, principalmente depois que a companhia lançou sua operação no Brasil -- por enquanto operando apenas via internet e na venda de livros ou e-readers.
Adquirir uma das grandes, como a Saraiva, seria uma forma de a Amazon entrar de cabeça em nosso mercado, atingindo, inclusive, a grande parcela de clientes que ainda utiliza lojas físicas. Com uma aquisição, a companhia americana também seria capaz de começar, rapidamente, a vender outros tipos de produtos sem precisar compor um estoque próprio, aproveitando-se de acordos e compras já firmadas pelos novos parceiros.
A nota publicada ontem, inclusive, já trazia um reflexo disso, afirmando que o primeiro efeito direto de uma compra da Saraiva pela Amazon seria não apenas a venda de mais itens além de livros, mas também a retirada deles em lojas físicas pelo país. É um método já usado por aqui pela Livraria Cultura, por exemplo, que garante economia de frete e até mesmo uma entrega mais rápida para clientes das cidades em que opera.
Outras companhias já foram citadas como possíveis alvos de interesse da Amazon, como o Magazine Luíza e a própria Livraria Cultura – que poderiam passar por processos de fusão, e não necessariamente de compra. Entretanto, nada jamais foi confirmado e, pelo menos por enquanto, a gigante do e-commerce deve continuar com suas operações modestas por aqui.
Fontes: O Antagonista, Publish News