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MediaTek anuncia Dimensity 9000, o primeiro do mundo em muitos sentidos

Por| Editado por Wallace Moté | 19 de Novembro de 2021 às 06h49

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Reprodução/MediaTek
Reprodução/MediaTek
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Após inúmeros teasers e vazamentos de testes com resultados impressionantes, a MediaTek finalmente anunciou seu novo chip topo de linha para celulares, durante a MediaTek Summit. Conforme indicado por informantes de renome, a novidade não se chama Dimensity 2000, mas sim Dimensity 9000.

Como o nome sugere, esse é o chipset mais poderoso já desenvolvido pela companhia, e inaugura uma série de novas tecnologias, deixando para trás Qualcomm, Samsung e até mesmo Apple. Com a novidade, a MediaTek fez promessas ousadas, citando explicitamente concorrentes como o Google Tensor e o próprio A15 Bionic, considerado o chip mobile mais potente do mundo.

"Primeiro do mundo" em diversos aspectos

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Por muitos anos, os chips da MediaTek eram tidos como soluções intermediárias, focadas no custo-benefício. A fabricante taiwanesa buscou mudar essa imagem com a estreia da família de chips Dimensity, mas até então teve apenas sucesso parcial — ainda que bastante robusto, o Dimensity 1200, solução até então mais poderosa da empresa, era basicamente equivalente a um Snapdragon 870, distante das melhores soluções de Qualcomm e Samsung.

O Dimensity 9000 chega para acabar com esse distanciamento, estreando inúmeras tecnologias ainda inéditas entre as rivais. As mudanças drásticas começam já na CPU, que adota por completo a nova arquitetura ARMv9, os núcleos de nova geração recém-anunciados pela ARM e marca o primeiro chipset mobile do mundo a ser fabricado no novo processo N4 de 4 nm da TSMC — até mesmo o A15 Bionic ainda utiliza o processo N5 de 5 nm da TSMC.

O componente chega em uma configuração de 1 + 3 + 4, sendo 1 núcleo Cortex-X2 de máxima performance rodando a 3,05 GHz, 3 Cortex-A710 de alto desempenho a 2,85 GHz e 4 Cortex-A510 de baixo consumo rodando a 1,8 GHz.

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Um ponto de destaque é a presença de 8 MB de cache L3, acompanhados de 6 MB de cache a nível de sistema, o que ainda não chega aos 32 MB totais oferecidos pelo A15 Bionic, mas supera com folga os 4 MB de cache L3 e 3 MB de cache a nível de sistema do Snapdragon 888.

O processamento gráfico é outro aspecto a receber upgrades significativos, inaugurando a GPU Mali-G710 MC10, em uma configuração de 10 núcleos. Além das promessas de alto desempenho, a solução habilita altas taxas de atualização, trazendo compatibilidade com telas Full HD+ a 180 Hz, ou QHD+ a 144 Hz.

Como havia anunciado, a empresa trabalhou com ARM e Tencent para habilitar processamento de Ray Tracing através da API Vulkan, facilitando a vinda de jogos com o recurso do PC e consoles diretamente para celulares Android, e passando à frente da Samsung e AMD, que só devem anunciar oficialmente a adoção do recurso em 2022.

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A MediaTek também trouxe tecnologias inéditas para o departamento de memória, com o suporte a RAM LPDDR5X rodando a até 7.500 Mbps, de câmeras, com compatibilidade com fotos de até 320 MP e capturas em HDR com 18-bit de informação em 3 câmeras simultaneamente, e em conectividade, com a chegada de Bluetooth 5.3, Wi-Fi 6E 2x2 e novas faixas de frequência do 5G Sub-6. Infelizmente, ainda não há compatibilidade com 5G mmWave, mais veloz.

Como esperado, todas essas melhorias trazem um gigantesco salto de desempenho em comparação a todas as soluções disponíveis no mercado atualmente, mesmo as oferecidas pela Apple.

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Na semana passada, um teste vazado do Dimensity 9000 no AnTuTu quebrou recordes ao superar absolutamente todos os chipsets para smartphones, inclusive o A15 Bionic. Com o anúncio, a MediaTek confirmou que o resultado em questão era verdadeiro: o novo chipset da fabricante taiwanesa supera com folga os 1.000.000 de pontos, o que o coloca muito próximo do Apple M1 utilizado no iPad Pro.

Inteligência Artificial também é destaque

Outra área que recebeu bastante atenção da MediaTek foi o processamento de Inteligência Artificial. A empresa também não teve medo de fazer promessas ambiciosas nesse departamento ao comparar o Dimensity 9000 com o Google Tensor, solução proprietária da gigante das buscas focada justamente em IA.

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A AI Processing Unit (APU) do chipset, dedicada a IA e Machine Learning, promete ser 4 vezes mais poderosa que a APU utilizada no Dimensity 1200, e garante entregar até 16% mais desempenho que a Tensor Processing Unit (TPU) do processador do Google.

Apesar de toda a empolgação em torno do chip, ainda deve demorar um pouco para que possamos comprovar as promessas da empresa — os primeiros smartphones equipados com o Dimensity 9000 chegarão no final do primeiro trimestre de 2022, possivelmente em março.

Dentre as empresas que devem trazer modelos com Dimensity 9000 estão Samsung, Xiaomi, Oppo, Motorola e OnePlus.

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Dito isso, mesmo que seja ofuscado pelo Snapdragon 8 Gen 1 (ou 898) e pelo Exynos 2200, o novo topo de linha da MediaTek marca uma nova era para a companhia, e pode significar o nascimento de um mercado muito mais competitivo, finalmente capaz de enfrentar as propostas da Apple para smartphones.

Fonte: MediaTek, Phandroid, The Verge, AnandTech