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Site da Americanas volta ao ar, mas entregas devem atrasar

Por| Editado por Claudio Yuge | 23 de Fevereiro de 2022 às 10h56

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Divulgação/Americanas
Divulgação/Americanas
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O site da Americanas começou a voltar ao ar na manhã desta quarta-feira (23), em um retorno citado pela companhia como gradual. A página apresenta certa lentidão no acesso, mas já permite a visualização de produtos e valores, bem como o acesso a sistemas internos relacionados a pedidos, pagamentos e prazos de entrega. Pelo Twitter, porém, a companhia vem avisando que os produtos adquiridos nos últimos dias podem atrasar.

O grupo Americanas S.A. enviou posicionamento ao Canaltech na manhã desta quarta:

A Americanas informa que está restabelecendo gradualmente e com segurança seus ambientes de e-commerce desde quarta–feira (23/02), suspensos em razão de incidente de segurança do qual foi vítima entre os dias 19 e 20 de fevereiro. Não há evidência de comprometimento das bases de dados. As equipes continuam mobilizadas, com todos os protocolos de segurança, e atuarão para a retomada integral no mais curto espaço de tempo. A Companhia reforça que a segurança das informações é sua prioridade e que continuará mantendo o mercado, clientes e parceiros atualizados.
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A resposta na rede social vem sendo dada a clientes que questionam a companhia durante o período de crise. Enquanto prazos e falas específicas sobre o atraso não são dadas, a empresa garante que todos os produtos serão entregues, mas afirma que a indisponibilidade de seus sistemas deve gerar demora, enquanto ela trabalha com equipes técnicas para restabelecer o acesso, em um processo que, agora, parece estar começando a dar seus frutos.

O retorno do e-commerce acontece no que seria o quinto dia de indisponibilidades para a gigante, vítima de um ataque cibernético na madrugada do último sábado (19). No domingo (20), o site saiu do ar completamente, juntamente com o Submarino, que segue indisponível no momento em que essa reportagem é escrita. Shoptime, Supermercado Now e Sou Barato também seguem inacessíveis.

Estimativa de perdas da Americanas supera R$ 3,4 bilhões

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Com a indisponibilidade, a estimativa é de perdas de mais de R$ 3,4 bilhões, apenas em valor de mercado, segundo especialistas do setor. Nos últimos cinco dias, a queda nas ações da Americanas S.A. (era B2W até junho de 2021) já é de 17,1%, com indicadores do mercado apontando uma perda de mais de R$ 1,5 bilhão somente nesta terça-feira (22). A volta do e-commerce deve gerar reações no mercado, durante o pregão desta quarta.

O grupo Lapsus assumiu a autoria do ataque e disse ter obtido acesso a chats, sistemas de atendimento e pagamento por meio de um agente interno. A informação não foi confirmada oficialmente pela empresa, que por medida de segurança, desligou os sistemas de comércio eletrônico e, desde o final de semana, afirma estar trabalhando ao lado de equipes técnicas para restabelecer o acesso e mensurar os danos.

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Enquanto as lojas físicas continuam operando normalmente, o Procon de São Paulo já notificou a Americanas sobre o sumiço dos sites de e-commerce. A companhia tinha até o final desta terça para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido, a previsão de retomada das atividades e medidas de segurança que serão implementadas para mitigar novos ataques — até o momento de publicação desta reportagem, não há informação sobre esse retorno.

Brasil na mira dos cibercriminosos

O ataque aos sistemas da Americanas, Submarino e outras gigantes de e-commerce já é um dos maiores incidentes cibernéticos registrados em nosso país em 2022. Entretanto, o caso vem para somar a uma conta cada vez maior de empresas e órgãos públicos atingidos por grandes golpes desse tipo, como a Renner, que chegou a ter as atividades interrompidas até mesmo nas lojas físicas, e a Atento, uma das maiores companhias de atendimento do país, golpeada por um ataque de ransomware no final de 2021.

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O Lapsus, que assumiu a responsabilidade sobre o ataque aos sites da Americanas S.A., também foi o responsável pelo golpe contra o Ministério da Saúde e outras pastas do governo federal no final do ano passado. O principal reflexo do incidente foi o desaparecimento de dados do Conecte SUS, com registros de imunização contra covid-19, procedimentos e demais informações permanecendo indisponíveis durante semanas, dificultando esforços de verificação em eventos públicos e a atualização de dados relacionados à vacinação.

Fonte: G1