Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

MPF quer lançamento das Comunidades do WhatsApp adiado para 2023

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 20 de Abril de 2022 às 10h00

Link copiado!

Diego Cervo/Unsplash
Diego Cervo/Unsplash
Tudo sobre WhatsApp

Em São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) perguntou ao WhatsApp se a introdução das Comunidades pode ser adiada para o início de 2023. O órgão estaria preocupado com os possíveis impactos da funcionalidade na disseminação de notícias falsas no mensageiro, especialmente no período eleitoral.

Anunciada na quinta-feira (14), as Comunidades do WhatsApp são como “grupões” que juntam vários grupos tradicionais num canal de comunicação comum. Considerando o amplo alcance e a discrição garantida pela criptografia de ponta a ponta, a ferramenta tem altíssimo potencial para servir como atalho para disparos em massa, algo extremamente perigoso quando o assunto é divulgação de fake news.

Continua após a publicidade

Acordo com TSE

Em um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o WhatsApp se comprometeu a não lançar “mudanças significativas no produto” (incluindo as comunidades) até o fim do período eleitoral de 2022. Para o MPF, porém, isso não seria suficiente “considerando os riscos que um aumento de viralização de conteúdos potencialmente desinformativos pode trazer para os direitos fundamentais de participação política dos cidadãos” por isso o órgão questionou sobre a possibilidade de adiar até o início do ano que vem.

A preocupação da Procuradoria se dá para os eventos que sucedem o período eleitoral — consequências do resultado, posse do presidente e os primeiros momentos dos políticos eleitos. O órgão cita as consequências da desinformação na invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, num dos capítulos finais das eleições do país antes da posse do novo presidente.

Continua após a publicidade

“Tendo em vista que tal funcionalidade pode ter por consequência, entre outras, uma diminuição drástica dos limites hoje vigentes para encaminhamento de mensagens por seus usuários, e ir na contramão das medidas que essa plataforma listou ao Ministério Público Federal como soluções adotadas para enfrentar comportamentos abusivos de impulsionamento em massa de conteúdo potencialmente desinformativo, uma manifestação a esse respeito pode impactar a avaliação geral da plataforma no âmbito do inquérito cívico público ora em curso”, pontuou o MPF em trecho do despacho.

O Ministério deu 10 dias de prazo para que o WhatsApp responda ao questionamento. A companhia, porém, não se manifestou sobre o assunto até agora.

Cabo de guerra presidencial

O Presidente da República Jair Bolsonaro, por outro lado, criticou a cautela do WhatsApp na liberação das Comunidades, e disse que a decisão seria uma "interferência na liberdade de expressão". Bolsonaro afirmou que iria "buscar o CEO" do WhatsApp para entender o acordo fechado com o TSE.

Continua após a publicidade

"Já conversei com o (ministro das Comunicações) Fábio Faria. Ele vai falar com o representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar [o acordo com o TSE]. Se eles (WhatsApp) podem fazer um acordo com o TSE, podem fazer comigo também, por que não?", complementou o presidente em entrevista à CNN Brasil.

Bolsonaro considera "inadmissível" o WhatsApp abrir uma exceção para o público brasileiro e complementa que o acordo "não vai ser cumprido", considerando as informações que o presidente teria até aquele momento. Para ele, não faria sentido adiar a liberação da ferramenta após o período eleitoral, uma vez que a circulação de notícias falsas não vai parar.

Fonte: Extra